Teoria crítica alemã e a constituição da Educação Física/Ciências do Esporte no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1982-8918.141337

Palavras-chave:

Educação Física, Esporte, Teoria Crítica, Brasil

Resumo

O artigo descreve a recepção da Teoria Crítica Alemã (Escola de Frankfurt) no campo da Educação Física no Brasil. Demostra sua apropriação por autores brasileiros na crítica produzida ao esporte de alto-rendimento e na renovação pedagógica da disciplina escolar. Conclui pela necessidade de se seguir estudando a presença dessa teorização na Educação Física, atualizando seus pressupostos à luz da paisagem cognitiva e política contemporânea.

 

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Biografia do Autor

Felipe Quintão Almeida, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Petrolina, PE, Brasil

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (CED/UFSC). Doutorando em Educação pela mesma instituição (CED/UFSC). Tem experiência na área de Educação e Educação Física, com ênfase nas discussões concernentes às suas atividades epistemológicas. Compõe a equipe editorial da Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE) e a comissão científica do Grupo de Trabalho Temático Epistemologia, ambos do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE). Entre outros trabalhos, destaca-se a co-autoria do livro Emancipação e diferença na educação: uma leitura com Bauman (São Paulo: Autores AssoCompõe a equipe editorial da Revista Brasileira de Ciências do Esporte, periódico de circulação internacional vinculado ao Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte.

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Publicado

2024-11-02

Como Citar

ALMEIDA, F. Q. Teoria crítica alemã e a constituição da Educação Física/Ciências do Esporte no Brasil. Movimento, [S. l.], v. 30, p. e30046, 2024. DOI: 10.22456/1982-8918.141337. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/141337. Acesso em: 24 jun. 2025.

Edição

Seção

Artigos Originais