Usuários da informação como fim em bibliotecas universitárias: uma análise a partir da Teoria Crítica em Adorno e Horkheimer
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245273.141-171Palavras-chave:
Biblioteca Universitária, Estudos de Usuário, Usuário da Informação, Teoria CríticaResumo
O estudo objetiva averiguar se a razão emancipatória na Teoria Crítica da Escola de Frankfurt se alinha à expectativa de uso dos serviços e recursos de informação de usuários da informação vinculados a universidades com programas de pós-graduação em Ciência da Informação na região Sudeste do Brasil. Tem como hipótese que os usuários da informação vinculados aos programas constituem o fim da oferta de serviços e recursos de informação pela biblioteca universitária do campus onde cada unidade de informação se localiza. Apresenta relações da Teoria Crítica em Theodor Adorno e Max Horkheimer com as abordagens dos estudos de usuários da informação. Discorre sobre as abordagens tradicional e alternativa dos estudos de usuários e suas relações com a função das bibliotecas universitárias. Os dados da pesquisa foram coletados por meio da aplicação da técnica de questionário. Utilizou-se o método de pesquisa análise de conteúdo. Foram elaborados cinco temas e 15 categorias de análise. Resultou que os temas 'Acesso/organização da biblioteca e do acervo' e 'Colaboradores' foram integralmente considerados alinhados à razão emancipatória. Os temas 'Produtos' e 'Serviços' obtiveram uma categoria alinhada com a razão instrumental cada um, por isso não foram integralmente considerados emancipatórios. A hipótese foi refutada. Conclui-se que tanto os serviços, quanto os recursos de informação são fundamentais para os usuários da informação se emanciparem. Contudo, para que as bibliotecas universitárias consigam atuar socialmente de acordo com a razão emancipatória, elas necessitam focar o usuário da informação como o fim das suas ações, e não como meio para atingi-las.Downloads
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