Plano Nacional de Educação 2014 e o Plano Estadual de Educação 2016: implicações no financiamento da educação especial no estado de São Paulo

Autores

Palavras-chave:

Financiamento. Educação Especial. Parcerias. Estado de São Paulo.

Resumo

O movimento mundial em prol da inclusão do alunado elegível ao atendimento pela educação especial, acentuado na década de 1990, culminou, em 2008, com a publicação de texto orientador da política de educação especial que prioriza as matrículas desses alunos em classes comuns. Tal orientação foi reforçada no Plano Nacional de Educação (2014) e adotada pelo Plano Estadual de Educação de São Paulo (2016), mas esses documentos preveem o repasse de verbas públicas às instituições sem fins lucrativos de educação especial por meio de parcerias. Tivemos por objetivo apresentar e analisar as transferências de recursos financeiros feitas pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo a essas instituições, utilizando fontes documentais (legislação, dados de matrículas e de recursos financeiros). Constatamos que as parcerias com a referida secretaria de educação são constantes e visam contribuir para a subsistência das instituições que oferecem ensino especializado, porém consideramos que as políticas de educação especial adotadas pela secretaria contrariam a perspectiva inclusiva, posto incentivar a manutenção e possível aumento do atendimento substitutivo.

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Biografia do Autor

Marcia Maurilio Souza, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo/SP

Marcia Maurilio Souza possui graduação em Serviço Social pela Universidade São Francisco (1985) e mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo (2010). Atualmente é Doutoranda na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Avaliadora de Cursos do Ensino Superior pelo Inep, Professora da Universidade Estácio de Sá, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Pesquisadora voluntária da Universidade de São Paulo.

Vanessa Dias Bueno de Castro, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo/SP

Vanessa Dias Bueno de Castro é doutora em Educação, pelo programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo - USP. Mestra em Educação Escolar pelo programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp Campus Araraquara em 2015. Graduada em Ciências Sociais (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ - UNESP Campus Araraquara em 2011.

Rosângela Gavioli Prieto, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo/SP

Rosângela Gavioli Prieto é graduada em Pedagogia, com habilitações em Educação do Deficiente pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1981) e em Administração Escolar pela Universidade de Guarulhos (1987); graduada em Psicologia pela Universidade de Guarulhos (1994); mestre em Educação Especial (Educação do indivíduo especial) pela Universidade Federal de São Carlos (1990); doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (2000). Atualmente, é professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

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Publicado

2020-04-18

Como Citar

Souza, M. M., Castro, V. D. B. de, & Prieto, R. G. (2020). Plano Nacional de Educação 2014 e o Plano Estadual de Educação 2016: implicações no financiamento da educação especial no estado de São Paulo. FINEDUCA - Revista De Financiamento Da Educação, 10. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/fineduca/article/view/90593

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