Às amadoras e amantes das ciências

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.118098

Palavras-chave:

Objetividade, Feminismo, Amadoras.

Resumo

A partir de reflexões sobre objetividade nos estudos feministas, argumentamos, neste ensaio, para a importância de se reativar práticas de atenção e políticas de afeto que se abrem para o maravilhamento, o espanto e outros tipos de afetações acionados na produção do conhecimento científico. Nos referimos às amadoras e amantes para aludir a um certo modo de cientistas se colocarem em relação com o mundo e as ciências. Os interesses das amantes das ciências são diferentes daqueles que produzem a objetividade moderna, voltam-se a saberes localizados e para o maravilhamento, abrem-se para a multiplicidade e para a construção de outros afetos, corpos, agenciamentos e subjetividades nos encontros com humanos e não-humanos; e na constituição de saberes situados.

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Biografia do Autor

Dolores Galindo, Universidade Federal de Mato Grosso.

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestrado e doutorado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), com Doutorado Sanduíche na Universidade Autônoma de Barcelona. É Professora do Mestrado e Doutorado Interdisciplinar em Estudos de Cultura Contemporânea. Na graduação, atua como Docente lotada no Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (2013-2014). Lidera o Grupo de Pesquisa Laboratório Tecnologias, Ciências e Criação (LABTECC), desde 2010. Atua como convidada, orienta no Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Sociedade da UNESP/Assis.

Renata Vilela Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso.

Doutoranda e Mestra (2015) em Estudos de Cultura Contemporânea pelo Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO), da Universidade Federal de Mato Grosso. Graduada (2013) em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso. Professora Titular do Curso de Psicologia do UNIVAG - Centro Universitário de Várzea Grande.

Morgana Moreira Moura, Universidade Federal de Mato Grosso.

Mestra (2013) em Psicologia Social pela Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), doutora (2019) em Estudos de Cultura Contemporânea pelo Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Graduada (2010) em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso. Atua como psicóloga no Ministério Público do Estado de Mato Grosso. Vinculada ao Grupo de Pesquisa Laboratório Tecnologias, Ciências e Criação (LABTECC/UFMT) e Grupo de Pesquisa Práticas Discursivas e Modos de Viver da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Walter Eler do Couto, Universidade de São Paulo.

Graduado em Comunicação, Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT. Doutorando em Ciência da Informática, USP.

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Publicado

2022-12-21

Como Citar

Galindo, D., Rodrigues, R. V., Moura, M. M., & Couto, W. E. do. (2022). Às amadoras e amantes das ciências. Revista Polis E Psique, 12(2), 168–184. https://doi.org/10.22456/2238-152X.118098

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