REENCENAÇÃO COMO EXPERIMENTO EM POLÍTICA, CIÊNCIA E PSICOLOGIA: BERGSON E EINSTEIN SOBRE O TEMPO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.75038Palavras-chave:
Bergson, Deleuze, Ator-RedeResumo
Neste ensaio argumentamos que pensar o debate entre Bergson e Einstein, ocorrido em 1922, a respeito do tempo, no qual o primeiro teria saído como o protagonista derrotado, sem se referir às soluções já instituídas sobre as controvérsias é uma pista metodológica importante para evitar polarizações e para conseguir percorrer os efeitos da noção de tempo no presente. A adoção da reencenação como experimento implica a recusa de uma ontologia plana acerca dos discursos da ciência, além de nos impor, ainda, a própria investigação desses discursos. A perspectiva da teoria ator-rede sobre o estudo de controvérsias permite recuperar o debate épico de 1922 e reinventá-lo por meio da reencenação, pois, ao trazer a concepção de rede como fluxos, circulações, alianças, movimentos, ao invés de remeter a uma entidade cristalizada, dá lugar à reencenação como dispositivo de pensamento e de liberdade na criação de campos problemáticos inventivos.
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