“A Queimada não estanca": experiência de mulheres no dispositivo grupal
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.107817Palavras-chave:
Oficina de Artes, Pesquisa-intervenção, Interseccionalidade, Mulheres, Dispositivo Grupal.Resumo
Neste artigo analisamos cenas emergentes de um projeto de pesquisa-intervenção intitulado "Oficinas de Artes na Queimada”. O projeto investe no dispositivo grupal em encontros com mulheres que residem na periferia da cidade e na participação delas em eventos culturais, acadêmicos e feiras, oportunidade para a comercialização dos colares produzidos nas oficinas. As saídas para esses espaços nos confrontam com cenas em que se evidenciam as violências estruturantes das relações de gênero, classe e etnia em nossa sociedade. Objetivamos analisar algumas dessas cenas e problematizar, a partir da ética de Espinosa e teóricos/as da psicologia social, as forças que constituem a experiência das mulheres na relação com o dispositivo grupal, com a cidade e os efeitos e sentidos que a experiência produz em suas vidas. Analisamos também as relações que estabelecemos com essas mulheres e os deslocamentos que se produzem na direção de uma psicologia implicada com lutas interseccionais.
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