Idosos encarcerados: trajetória de vida à luz da teoria da memória coletiva

Autores

  • Pollyanna Viana Lima Faculdade Independente do Nordeste
  • Tatiane Dias Casimiro Valença Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Alessandra Souza de Oliveira Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Luciana Araújo dos Reis Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.118058

Palavras-chave:

Idosos, Cárcere, Memória, Representações Sociais.

Resumo

O estudo tem por objetivo conhecer a trajetória de vida de idosos encarcerados antes e na prisão à luz da teoria da memória coletiva/social. Estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, triangulação de método, fundamentado na Teoria da Memória Coletiva/Social e das Representações Sociais. Realizado em três unidades penais da Bahia com 31 idosos, com 60 anos ou mais, que se encontravam em situação de cárcere. Foram utilizados quatro instrumentos: questionário para coleta de dados nos prontuários de saúde, de assistência social e psicologia; entrevista semiestruturada; grupo focal; e observação não participante com uso de diário de campo. Vimos que a trajetória de vida de idosos encarcerados antes e na prisão preserva a constituição família e que há uma memória preservada das vivências geradoras da prisão e da insatisfação frente ao ambiente na prisional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pollyanna Viana Lima, Faculdade Independente do Nordeste

Doutora e Mestra em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Bacharel em Enfermagem pela Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR) e Licenciada em Geografia pela UESB. Especialista em Saúde Coletiva (FAPAN). Coordenadora do Curso de Enfermagem, presidente do NDE, pesquisadora bolsista de produtividade NR1, membra do Comitê de Ética em Pesquisa e Membra do Conselho Superior e Acadêmico da FAINOR. Docente do colegiado de Enfermagem, ministrando o componente Trabalho de Conclusão de Curso I. Foi coordenadora de Iniciação Científica da FAINOR. É pesquisadora líder do Grupo Interdisciplinar de Gerenciamento e Prevenção das Doenças Crônicas em Idosos - FAINOR. Pesquisadora líder do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Saúde do Idoso ? CNPq/FAINOR. É coordenadora do Programa de extensão Saúde na Melhor Idade - FAINOR com atendimentos clínicos (Consulta de Enfermagem) e coordenação de Grupo de Convivência para idosos de Vitória da Conquista desde 2017.

Tatiane Dias Casimiro Valença, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutora em Memória: Linguagem e Sociedade (PPGM- UESB) na linha de pesquisa Memória, Discursos e Narrativas com Projeto Temático: Memória, Envelhecimento e Incapacidade Funcional ; Mestre em Enfermagem e Saúde / UESB, Pós-graduada em Geriatria e Gerontologia / UESB; Graduada em Fisioterapia / UCSAL. Docente Assistente do Departamento de Saúde I, Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia /UESB. Tem experiência na área de Fisioterapia com ênfase em Geriatria, Reumatologia, Saúde Coletiva, Família, Memória Coletiva, Representações Sociais.

Alessandra Souza de Oliveira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutoranda e Mestra em Memória: Linguagem e Sociedade na Linha de Pesquisa em Memória, Envelhecimento e Dependência Funcional pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB. Bacharel em Enfermagem pela Universidade de Marília-UNIMAR. Especialista em Terapia Intensiva pelo Instituto de Estudos Avançados e pós-graduação-ESAP. Atua como Enfermeira em Terapia Intensiva no Hospital Samur desde agosto/2007.Atualmente é docente do Colegiado de Enfermagem da FAINOR-Faculdade Independente do Nordeste

Luciana Araújo dos Reis, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/

Fisioterapeuta, doutora em Ciências da Saúde/UFRN, Pós-doutora em Saúde Coletiva/UFBA, Docente Titular da UESB e docente doutora da FAINOR. Docente do Programa de Pós-graduação em Memória: Linguagem e Sociedade da UESB.

Referências

ACOSTA, D.F. et al. (2015). Violência contra a mulher por parceiro íntimo: (In)visibilidade do problema. Revista Texto Contexto Enfermagem, 24, 1:121-7.

ALMEIDA, M.V. (2009). Violência conjugal e álcool: (in)existência de uma relação causal? Universidade de Coimbra, Portugal. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/14286> Acesso em: 14 de março de 2018

BARDIN, L. (2015). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

BARTLETT, F.C. (1995). Remembering: a study in experimental and social psychology. Cambridge: Cambridge University Press.

BARUFALDI, L.A. et al. (2017). Gender violence: a comparison of mortality from aggression against women who have and have not previously reported violence. Ciência & Saúde Coletiva, 22, 9: 2929-2938.

BRASIL. Código Penal. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Rio de Janeiro: Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm. Acesso em: 29 de julho de 2017.

BRASIL. Lei de Execução Penal. Lei 7.210 de 11 de julho de 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm. Acesso em 29 de julho de 2016.

CABRAL, L.R.; SILVA, J.L. (2010). O trabalho penitenciário e a ressocialização do preso no Brasil. Revista do CAAP, 157-184.

CACULO, A.M. O trabalho infantil. 2017. Disponível em:

<https://ilpi.org/wp-content/uploads/2017/06/O-trabalho-infantil.pdf> Acesso em: 28 de abril de 2018.

CNPCP, Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Resolução nº 14, de 11 de novembro de 1994. Disponível em: http://www.crpsp.org.br/interjustica/pdfs/regras-minimas-para-tratamento-dos-presos-no-brasil.pdf> Acesso em: 19 de fevereiro de 2018.

CRONEMBERGER, I.H.G.M.; TEIXEIRA, S.M. (2018). Famílias Vulneráveis como expressão da questão social, à luz da política de assistência social. Revista Eletrônica Informe Econômico, 1, 1.

CRUZ, V.D. et al. (2016). Drug consumption among elderly and harm reduction: a reflection from the complexity. Escola Anna Nery, 20, 3.

CUNHA, T.R.A. (2007). O preço do silencio: mulheres ricas também sofrem violência. Editora UESB, 1ª edição, Vitória da Conquista, BA.

CUNNINGHAM, A.N.N. (2001). Forgotten families – the impacts of imprisonment. Australian Institute of Family Studies. Family Matters No.59 Winter 2001.

DEPEN, Ministério da Justiça. Levantamento Nacional De Informações Penitenciárias Infopen - 2014. 1-148 p.

FALS-STEWART, W. (2003). The occurrence of partner physical aggression on days of alcohol consumption: a longitudinal diary study. J Consult Clin Psychol. 71, 1: 41-52.

FENTRESS, J.; WICKHAM, C. (1992). Memória Social. Editora Teorema, Lisboa.

FERREIRA, F.F.U.; ANDRADE, S.A. (2015). Crise no Sistema Penitenciário Brasileiro: capitalismo, desigualdade social e prisão. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, 4, 1:116-129.

FOUCAULT, M. (2013). A Verdade e as Formas jurídicas. Rio de Janeiro, RJ. Nau Editora, 4ª edição. p.152

FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Editora Vozes, 37ª edição. 2009.

GOMES, N.S.; KÖLLING, G.; BALBINOT, R.A.A. (2015). Violações de direitos humanos no presídio do roger, no estado da paraíba. Revista do Direito Sanitário,16,1: 39-58.

HALBWACHS, M. (2013). A memória coletiva. Trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2013.

HALBWACHS, M. (1991). Fragmentos da la Memoria Coletctiva. Revista de Cultura Psicológica. UNAM- Faculdad de psicologia, 1, 1.

HALBWACHS, M. (1994). Les Cadres Sociaux de la Mémoire. Paris: Albin Michel, 1994.

HALBWACHS, M. (2004). Los Marcos Sociales de La Memoria. Universidad de Concepción de Caracas. Universidad Central de Venezuela. Anthropos Editorial, Barcelona, 2004.

HARDING, D.J. et al. (2018). Making Ends Meet After Prison. HHS Author manuscript. USA. 2015.

LARANJEIRA, R.; DUAILIBI, S.M.; PINSKY, I. (2005). Álcool e Violência: a psiquiatria e a saúde pública. Revista Brasileira Psiquiatria, 27, 3, 176-7.

MACHADO, V.G. Análise sobre a crise do sistema penitenciário e os reflexos do fracasso da pena de prisão. Derecho y Cambio Social. Lima Peru. 2013.

MARIN, M.J.S. et al. (2012). Compreendendo a história de vida de idosos institucionalizados. Revista Brasileira Geriatrologia Gerontologia, 15, 1: 147-154.

MINAYO, M.C.S.; CONSTANTINO, P. (ORG). (2015). Deserdados sociais: condições de vida e saúde dos presos do estado do Rio de Janeiro. Editora Fiocruz. Rio de Janeiro. 2015. p. 251.

NOVAES, R.R. (2012). Religiões atrás das grades: olhar dos pesquisadores. Instituto de Estudos da Religião. Religiões e Prisões. Comunicações do Iser, 61,

ONOFRE, E.M.C. (2016). A prisão: instituição educativa? Caderno Cedes, 36, 98: 43-59.

OPAS. (2015). Organização Pan-Americana de Saúde. Organização Mundial de Saúde. Violência contra a mulher. Estratégia e plano de ação para o reforço do sistema de saúde para abordar a violência contra a mulher. 54.° Conselho Diretor 67.ª Sessão do comitê regional da OMS para as américas. 2015.

PECORA, A.R.; SÁ, C.P. de. (2008). Memórias e representações sociais da cidade de Cuiabá, ao longo de três gerações. Psicologia Reflexão Crítica, 21, 2: 319-325.

PILLON, S.C.; CARDOSO, L.; PEREIRA, G.A.M.; MELLO, E. (2010). Perfil dos idosos atendidos em um centro de atenção psicossocial – álcool e outras drogas. Escola Anna Nery, 14, 4: 742-748.

PRODANOV, C.C.; FREITAS, E.C. Metodologia do trabalho científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Editora Feevale. 2ª Edição. Novo Hamburgo RS. 2013.

QUIROGA, A.M. (2012). Religiões e Prisões no Rio de Janeiro: presença e significados. Religiões e Prisões. Comunicações do Iser, 61.

QRS International. (2013). NVivo 11 for Windows - Getting Started Guide. Doncaster, AUS: QRS International Pty Ltd, 2013. 43 p.

SARTI, C.A. (2004). A família como ordem simbólica. Psicologia USP, 15, 3: 11-28.

SEQUEIRA, V.C. Vidas abandonadas: crime, violência e prisão. Programa de Estudos de Pós-graduação em Ciências Sociais. [tese] Pontifícia Universidade Católica. São Paulo. 2005.

SOARES FILHO, M.M.; BUENO, P.M.M.G. (2016). Demography, vulnerabilities and right to health to Brazilian prison population. Ciência & Saúde Coletiva, 21, 7: 1999-2010.

ZAPPE, J.G.; DIAS, A.C.G. (2012). Violência e fragilidades nas relações familiares: refletindo sobre a situação de adolescentes em conflito com a lei. Estudos de Psicologia, 17, 3: 389-395.

Downloads

Publicado

2021-11-17

Como Citar

Lima, P. V., Valença, T. D. C., Oliveira, A. S. de, & Reis, L. A. dos. (2021). Idosos encarcerados: trajetória de vida à luz da teoria da memória coletiva. Revista Polis E Psique, 11(3), 138–159. https://doi.org/10.22456/2238-152X.118058

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)