Biblioteca comunitária vs universitária e as políticas de cotas indígenas
relato de experiência no contexto do Instituto de Psicologia da UFRGS
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-5245.31.144255Palavras-chave:
Biblioteca Comunitária, Biblioteca Universitária, Ações Afirmativas Indígenas, Serviços de InformaçãoResumo
Este estudo objetivou entender como as ações e os serviços desenvolvidos e oferecidos pelas bibliotecas comunitárias, dada a diversidade de seus usuários, contribuem para o desenvolvimento de serviços nas bibliotecas universitárias, onde a pluralidade da comunidade acadêmica já é uma realidade. Foi realizada uma pesquisa de campo utilizando entrevistas como ferramenta de coleta de dados. A análise dos dados envolveu a construção de um relato de experiência que considerou o objetivo da pesquisa. A análise dos dados sugere que o público das bibliotecas universitárias está mudando, tornando-se mais semelhante ao das bibliotecas comunitárias. Assim, promover parcerias entre unidades de informação contribui significativamente para a qualidade do desenvolvimento e oferta de novos serviços. Essas colaborações promovem não apenas o desenvolvimento técnico e científico dos acadêmicos, mas vão além, contribuindo para o despertar cultural de uma biblioteca universitária, visto que vincula a unidade ao papel que a biblioteca precisa desempenhar ao se colocar na universidade como agente propulsor da cultura, igualdade e diversidade em uma instituição de ensino. O estudo mostra que as políticas de ações afirmativas estão transformando o perfil dos estudantes universitários, trazendo maior heterogeneidade e diversidade à comunidade acadêmica. Consequentemente, há uma crescente semelhança entre o público das bibliotecas comunitárias e universitárias, o que denota a necessidade urgente de mudanças nos serviços das bibliotecas universitárias. As experiências das bibliotecas comunitárias são de grande valia para o desenvolvimento de novos serviços das bibliotecas universitárias, considerando que as bibliotecas comunitárias já estão acostumadas com a heterogeneidade de seu público.
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