Um diálogo entre cinema, arte e ciência: pistas para uma crítica aos paradigmas da ciência moderna
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202051.300-319Palabras clave:
Arte. Ciência. Falso Documentário. Ficções filosóficas. Vilém Flusser.Resumen
Neste trabalho buscamos fazer uma reflexão crítica sobre os processos de produção de conhecimento e sobre o estatuto epistemológico da ciência moderna e do fazer científico tomando a perspectiva de Vilém Flusser como ponto de partida. Questionamos seus regimes de verdade a partir do paralelo entre a crença na imagem cinematográfica e nas imagens técnicas e a crença na aparente objetividade do conhecimento científico. Encontramos pistas para uma crítica aos paradigmas da ciência moderna em abordagens que privilegiem outras formas de racionalidades e de relações com o mundo. A criação artística e poética se torna um desses caminhos através da racionalidade estético-expressiva, como proposta por Santos (2002), como também na hipótese das Ficções filosóficas, proposta epistemológica de Flusser de uma forma de conhecimento que dissolva as barreiras entre arte e ciência. Esses caminhos podem nos dar a chance de estabelecer uma dimensão estética para a ciência que supere seu aparente desencantamento e insuficiência para resolver os problemas do mundo. A partir da observação de filmes denominados como falsos documentários, refletimos sobre o poder que a ficção tem de enxergar a realidade que ultrapassa a verdade e no poder do pensamento que supere e modifique os limites da verdade de seu próprio tempo, atuando ele próprio como questionamento crítico das ordens de pensamento em voga.Descargas
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