Mulheres cientistas são minoria nas reportagens de capa e seções de entrevista da revista Pesquisa Fapesp
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583.57.145092Palavras-chave:
jornalismo científico, comunicação organizacional, áreas do conhecimento, mulheres cientistas, Pesquisa FapespResumo
Pesquisas recentes sobre jornalismo científico têm investigado a comunicação organizacional das instituições de pesquisa e sua presença na mídia, as áreas do conhecimento mais divulgadas e as que menos aparecem e a diferença entre cientistas homens e cientistas mulheres no número de pessoas entrevistadas. Este estudo usa como metodologia a Análise Textual Discursiva para investigar as instituições, as áreas do conhecimento e o sexo das fontes entrevistadas pela revista Pesquisa Fapesp para as suas reportagens de capa e para as seções de entrevista, em suas doze edições publicadas em 2024. Como referencial teórico se tem pesquisas que tratam de comunicação organizacional e de desigualdade de gênero. A Universidade de São Paulo se destaca como instituição com maior número de entrevistados, e mais da metade dos entrevistados são de universidades públicas. A equipe de reportagem da revista entrevistou pesquisadores de todas as regiões do país e também do exterior. Nenhuma pessoa da Grande Área Linguística, Letras e Artes foi entrevistada para as reportagens de capa da revista em 2024. A Grandes Áreas com mais entrevistados são Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias e Ciências da Saúde. Entre as áreas específicas, Medicina, Meteorologia e Física são as que têm mais pessoas entrevistadas. As mulheres cientistas representam menos de um terço do total de entrevistados nas reportagens de capa e menos de um quarto nas seções de entrevista.
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