Insurreições femininas: resistências de mulheres quebradeiras de coco babaçu

Autores

  • Andressa Carvalho Universidade Federal do Piauí
  • João Paulo Macedo Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.86586

Palavras-chave:

quebradeiras de coco babaçu, relações de poder, resistência, parresía, amizade

Resumo

Este estudo tem como objetivo refletir sobre os modos de vida e de luta de mulheres quebradeiras de coco piauienses junto ao Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). Tratou-se de um estudo cartográfico realizado em três comunidades da zona rural da cidade de Esperantina, no Piauí, onde está localizada a sede regional do MIQCB. Para a produção dos dados, utilizamos como recursos a intervenção fotográfica e a produção de narrativas de vida. Assim, destacamos, por um lado, as relações de poder com os patrões que marcaram as trajetórias de vida das mulheres, produzindo assujeitamento; mas por outro, evidenciamos suas formas de luta. Para isso, utilizamos a noção de parresía foucaultiana e da amizade como exercício político enquanto formas de contraconduta e resistência às sujeições e como modos de reinvenção de si, contribuindo para o fortalecimento da luta.

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Biografia do Autor

Andressa Carvalho, Universidade Federal do Piauí

Graduada e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí

João Paulo Macedo, Universidade Federal do Piauí

Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Piauí

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Publicado

2019-12-29

Como Citar

Carvalho, A., & Macedo, J. P. (2019). Insurreições femininas: resistências de mulheres quebradeiras de coco babaçu. Revista Polis E Psique, 9(3), 77–94. https://doi.org/10.22456/2238-152X.86586

Edição

Seção

Artigos