Nas Margens: Psicologia, Política de Assistência Social e Territorialidades
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.86108Palavras-chave:
psicologia, territorialidades, política nacional de assistência socialResumo
Neste artigo colocamos em análise, por um lado, o distanciamento e, por outro, a inserção da psicologia em territórios considerados vulneráveis - base para a organização, no Brasil, dos serviços da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Temos como objetivo refletir sobre as práticas, os saberes, a formação e as territorialidades constituídas por este campo disciplinar na interface com a PNAS. Para isso, inspiradas pela ideia de narrativa como prática de intercâmbio de experiências de Walter Benjamin, compartilhamos fragmentos de uma experiência de inserção em uma comunidade tida como vulnerável. Assim, afirmamos uma psicologia e uma política de escrita e de produção de conhecimentos que, para além de teorias e técnicas, operam com memórias, lembranças, esquecimentos, não saberes e incertezas. Da potência e da inventividade que caracterizam a própria possibilidade da vida nesses territórios podem, então, emergir narrativas que constituam outras territorialidades, saberes e fazeres para a psicologia.
Downloads
Referências
Agamben, G (2002). Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG. (Originalmente publicado em 1995).
Baptista, L. A. D. S., & Silva, R. L. (2017). A cidade dos anjos do improrrogável. Revista Polis e Psique, 7(1), 49-73.
Benjamin, W. (1987a). O Narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. Em: W. Benjamin. Obras escolhidas. Vol. 1. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. Prefácio de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense.
Benjamin, W. (1987b). Sobre o conceito de história. Em: W. Benjamin. Obras escolhidas. Vol. 1. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. Prefácio de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense.
Benjamin, W. (2006). Passagens. Tradução de Irene Aron e Cleonice P. B. Mourão. Belo Horizonte: UFMG/Imprensa Oficial de São Paulo.
Foucault, M. (2003) A vida dos homens infames. Em: M. Foucault. Estratégia, poder-saber. Ditos e Escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1977).
Hüning, S. M., & Scisleski, A. C. C. (2018). A noção de vulnerabilidade da Política Nacional de Assistência Social. Em: M. P. Cordeiro, B. Svartman, & L. V. Souza. Psicologia na Assistência Social: um campo de saberes e práticas (pp. 133-143). São Paulo: Instituto de Psicologia USP.
Ibáñez, T. (2001). La acción social dice adiós a Descartes. Em: T. Ibáñez. Municiones para Disidentes (pp. 197-208). Barcelona: Gedisa.
Koonings, K., & Kruijt, D. (2007). Fractured cities, second-class citizenship and urban violence. Em: K. Koonings, & D. Kruijt. (Eds.) Fractured cities: social exclusion, urban violence and contested spaces in Latin America (pp. 7-22). London: Zed Books.
Scisleski, A. C. C., & Hüning, S. M. (2018). Um pouco de ar: fragmentos para pensar a história dos vencidos e dos infames na psicologia social. Em: I. F. Ferrari, & J. L. Ferreira Neto. (Orgs.). Políticas públicas e clínica: estudos em Psicologia e Psicanálise (pp. 59-76). Belo Horizonte: Editora PUC Minas.
Silva, W. V. N. (2018). Territórios vulneráveis: arquivos impróprios de uma memória em perigo. Tese de Doutorado em Psicologia – Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre.
Shotter, J. (2012). More than cool reason:‘Withness-thinking’ or ‘systemic thinking’ and ‘thinking about systems’. .International Journal of Collaborative Practices, 3(1), 1-13.
Turchi, C. (2017). No tsunami da epidemia. Revista Radis, 175, pp. 25-27.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
IMPORTANTE: a carta de declaração de direitos deverá ser submetida como documento suplementar.