A NOÇÃO DE EXPERIÊNCIA NA GAM BRASILEIRA: RELAÇÕES RACIAIS E SUBALTERNIDADES

Autores

  • Livia Zanchet UFRGS
  • Analice de Lima Palombini UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.104026

Palavras-chave:

experiência, gestão autônoma da medicação, pensamento decolonial, relações raciais

Resumo

Este artigo decorre de uma pesquisa de doutorado que investigou a noção de experiência nos artigos sobre a Gestão Autônoma da Medicação no Brasil publicados entre 2011 e 2018. Nele, aborda-se um dos aspectos evidenciados pela pesquisa: a discussão da noção de experiência a partir da perspectiva decolonial, na companhia de autores como Achille Mbembe, Gayatri Spivak e Conceição Evaristo, com o objetivo de aproximar tal discussão das particularidades que dizem respeito à população brasileira quanto ao tema das subalternidades e das relações raciais. Os resultados apontam para a invisibilidade e o silenciamento a respeito de tais questões na produção referente à estratégia GAM durante o período mencionado. Ao mesmo tempo, são localizadas passagens onde os usuários fazem resistência e apresentam saídas para enfrentar a opressão. Assim, reconhece-se na GAM um potencial antirracista que pode vir a se fortalecer.

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Publicado

2020-07-10

Como Citar

Zanchet, L., & Palombini, A. de L. (2020). A NOÇÃO DE EXPERIÊNCIA NA GAM BRASILEIRA: RELAÇÕES RACIAIS E SUBALTERNIDADES. Revista Polis E Psique, 10(2), 33–52. https://doi.org/10.22456/2238-152X.104026

Edição

Seção

Artigos