Entre Saúde Mental e a Escola: a Gestão Autônoma da Medicação

Autores

  • Felipe Alan Mendes Chaves Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional - Universidade Federal do Espírito Santo
  • Luciana Vieira Caliman Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.75328

Palavras-chave:

Saúde Mental Infanto-Juvenil, Escola, intersetorialidade, Gestão Autônoma da Medicação, TDAH.

Resumo

Quando nos referimos a um trabalho em Saúde Mental com crianças e adolescentes, é quase inevitável não nos deparar com os atravessamentos do universo escolar. Não poucas vezes os encaminhamentos de crianças para os serviços de saúde mental envolvem os ditos problemas de aprendizagem e a demanda por medicamentos e laudos, principalmente os relacionados ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Neste artigo, esboçamos considerações sobre as práticas produzidas no entrecruzamento da Saúde Mental e a escola resultantes de uma pesquisa-intervenção que objetivou cartografar tais articulações e as pistas para construir um trabalho intersetorial. Para tanto, acompanhamos um grupo de Gestão Autônoma da Medicação (GAM), composto por pesquisadores, familiares de crianças em tratamento com psicotrópicos e trabalhadores do Centro de Atenção Psicossocial para infância e Adolescência de Vitória/ES (CAPSi).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Basaglia, F. (1985). A Instituição negada: relato de um hospital psiquiátrico. Rio de Janeiro: Gral.

Brasil, M.S. (2001). Lei n° 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e o direito das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência em saúde mental. Brasilia, DF: Diário Oficial da União.

Brasil, M.S. (2002). Portaria 336, de 19 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre as normas e diretrizes para a organização dos CAPS. Brasília, DF: Diário Oficial da União.

Caliman, L. (2006). A biologização Moral da Atenção: a construção do sujeito (des)atento. Tese de doutorado, Instituto de Medicina Social, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Caliman, L. (2010). Notas sobre a história oficial do Transtorno de Déficit de Atenção/hiperatividade TDAH. Psicologia, ciência e profissão. 11(1),1, pp. 45-61

Caliman, L. (2016). Infâncias medicalizada: para quê psicotrópicos para crianças e adolescentes? In: S. Caponi, M. F. V. Valencia, & M. Verde. (Org.). Vigiar e Medicar - Estratégias de Medicalização da infância. (Vol. 1. 1. pp. 20-46). São Paulo: LiberArs.

Caliman, L., Passos, E., & Machado, A. (2016). A medicação nas práticas de saúde pública: estratégias para a construção de um plano comum. In Kastrup, V., Machado, A. (Orgs.) Movimentos micropolíticos em saúde formação e reabilitação. (vol. 1. pp. 19-40) Curitiba: CRV.

Campos, R. (2012). Adaptação multicêntrica do guia para a gestão autônoma da medicação. Interface, 16(43), pp. 967-980.

Caponi, S. (2009). Biopolítica e medicalização dos anormais. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 19(2), 529-549.

Couto, M. (2012). Política de Saúde Mental para crianças e adolescentes: especificidades e desafios da experiência brasileira (2001-2010). Tese de doutorado, Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB-UFRJ), Rio de Janeiro. 178fls.

Couto, M., Delgado, P. (2015). Crianças e adolescentes na agenda política da saúde mental brasileira: inclusão tardia, desafios atuais. Psic. Clin., 27(1) pp. 17-40.

Domitrovic, N. (2014) As práticas farmacológicas com o metilfenidato: habitando a fronteira entre o acesso e o excesso. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória.

Elia, L. (2013). Centro de atenção psicossocial como dispositivo de atenção à crise: em defesa de uma certa (in)felicidade inventiva. Mesa redonda, 2013.

Foucault, M. (2006). O poder psiquiátrico. São Paulo: Martins Fontes.

Foucault, M. (2010). Os anormais. São Paulo: Martins Fontes.

Heckert, A., Rocha, M.( 2012). A Maquinaria escolar e os processos de regulamentação da vida. Psicologia & Sociedade, 24(n.spe), p. 85-93.

Lobo, L. (2008). Os infames da história: pobres, escravos, e deficientes no Brasil. Rio de Janeiro.

Maturana, H., Varela, F. (2001). A Árvore do Conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Pala Athenas.

MOL, A. (2008). Política Ontológica. Algumas ideias e várias perguntas. In: Nunes, J., Roque, R. Objetos Impuros. Experiências em estudos sociais da ciência. Porto: Edições Afrontamento.

Moraes, M. (2010). Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa com pessoas com deficiência visual. Rio de Janeiro: Nau Editora.

Oliveira, S. (2001). Micropolítica do fracasso escolar: uma tentativa de aliança com o invisível. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.

Onocko-Campos, R., Passos, E., Palombini, A., Serpa, O. et al. (2012). Guia da Gestão Autônoma da Medicação - GAM. DSC/FCM/UNICAMP; AFLORE; IPUB/UFRJ; DP/UFF; DPP/UFRGS. Disponível em: http://www.fcm.unicamp.br/interfaces/arquivos/ggamBr.pdf

Patto, M. (2002). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Casa do psicólogo.

Renault, L. (2015). A análise em uma pesquisa-intervenção participativa: o caso da gestão autônoma da medicação. Dissertação de Doutorado, Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense, Niterói.

Souza, M. (2004). A queixa escolar e o predomínio de uma visão de mundo. In: Machado, A., Souza, M (Orgs). Psicologia Escolar: em busca de novos rumos. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Downloads

Publicado

2018-01-15

Como Citar

Chaves, F. A. M., & Caliman, L. V. (2018). Entre Saúde Mental e a Escola: a Gestão Autônoma da Medicação. Revista Polis E Psique, 7(3), 136–160. https://doi.org/10.22456/2238-152X.75328

Edição

Seção

Artigos