Um estudo da Blockchain aplicado ao contexto dos Dados de Pesquisa

Autores

  • Marcos Teruo Ouchi Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • Ana Carolina Simionato Arakaki Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.19132/1808-5245263.70-93

Palavras-chave:

Dados científicos, Gestão dos dados de pesquisa, Blockchain.

Resumo

Os dados coletados durante as pesquisas são essenciais, pois o resultado obtido deve ser o produto de sua rigorosa análise. Nesse escopo e associada a mecanismos de consenso distribuído, a estrutura de dados Blockchain pode garantir a confiabilidade dos dados de forma transparente, descentralizada e imutável, e surge como possibilidade para contribuir para o progresso da Ciência por meio de novas maneiras de tratamento das grandes quantidades de dados coletados em uma pesquisa científica. Neste sentido, o objetivo geral desse trabalho consiste em analisar a tecnologia Blockchain e suas possibilidades inseridas à Comunicação Científica e na Gestão de Dados de Pesquisa. Os objetivos específicos são conceituar dados de pesquisa; identificar os principais conceitos, a estrutura e o funcionamento, relacionados à tecnologia Blockchain; e apontar a tecnologia Blockchain e suas potenciais aplicações na Ciência. Trata-se de uma pesquisa exploratória e teórica de caráter qualitativo. Os resultados apresentam o levantamento realizado sobre a Comunicação Científica e sua relação com a Ciência da Informação, incidindo na importância da gestão de dados e os metadados para a descrição dos conjuntos de dados de pesquisa, e o seu impacto com o Blockchain. Considera-se prematuro afirmarmos que a Blockchain, em seus estágios atuais, resolverá os problemas relacionados à crise de reprodutibilidade. No curto prazo a Blockchain provavelmente seja aplicada a pontos específicos no fluxo de uma pesquisa científica ajudando a dirimir a desconfiança nos dados e nas metodologias utilizadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Teruo Ouchi, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Departamento de Ciência da Informação

Ana Carolina Simionato Arakaki, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Departamento de Ciência da Informação

Referências

ALIAGA, Y. E. M.; HENRIQUES, M. A. A. Uma comparação de mecanismos de consenso em Blockchains. In: Encontro dos Alunos e Docentes do Departamento de Engenharia de Computação e Automação Industrial, 10., 2017, Campinas. Anais [...]. Campinas: UNICAMP, 2017. 4 p.

ALMEIDA, J. E. de. A evolução histórica do conceito de contrato: em busca de um modelo democrático de contrato. Âmbito Jurídico, São Paulo, n. 99, abr. 2012.

ANTONOPOULOS, A. M. Mastering Bitcoin: Unlocking Digital Cryptocurrencies. [S. l.]: O’Reilly Media, 2014.

BARTLING, S. et al.Blockchain for Open Science and Knowledge Creation: a technical fix to the reproducibility crisis? [S.l.]: [s.n.], 2017.

BASHIR, I. Mastering Blockchain: deeper insights into decentralization cryptography, Bitcoin and popular Blockchain frameworks. Birmingham: Packt Publishing, 2017.

BLOCKCHAIN FOR SCIENCE. IBFS - International Society of Blockchain For Science. Blockchain for Science, Berlin, 10 may 2018. Disponível em: https://www.Blockchainforscience.com/ibfs-international-society-Blockchain-science/. Acesso em: 30 dez. 2018.

CHRISTIDIS, K.; DEVETSIKIOTIS, M. Blockchains and Smart Contracts for the Internet of Things. IEEE Access, [S.l.], v. 4, p. 2292–2303, 2016.

COSTA, M. P. da. Fatores que influenciam a comunicação de dados de pesquisa sobre o vírus da zika, na perspectiva de pesquisadores. 2017. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

CRUZ, J. C. et al. Tecnologia Blockchain: um novo paradigma nas ciências abertas. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 19., 2018, Marília. Anais [...]. Marília: Unesp, 2018.

FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Gestão de Dados. FAPESP, São Paulo. Disponível em: http://www.fapesp.br/gestaodedados/. Acesso em: 7 maio 2019.

FERNANDES, M. E. M.; RIBEIRO, C. Curadoria de Dados na U. Porto: Identificação de práticas em diversas áreas disciplinares. In: CONFERÊNCIA LUSO-BRASILEIRA SOBRE ACESSO ABERTO, 2., 2011, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: U. Porto, 2011. Disponível em: http://hdl.handle.net/10216/73435. Acesso em: 17 out. 2017.

GARCÍA-BARRIOCANAL, E.; SÁNCHEZ-ALONSO, S.; SICILIA, M. Deploying metadata on blockchain technologies. In: Research Conference on Metadata and Semantics Research, 11., 2017, Tallinn. Proceedings [...] Tallinn: MTSR, 2017. p. 38-49.

GIBB, B. C. Reproducibility: comments and opinion. Acesso em: 1 nov. 2018.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GOODMAN, S. N.; FANELLI, D.; IOANNIDIS, J. P. A. What does research reproducibility mean? Science Translational Medicine, Washinton, v. 8, n. 341, jun. 2016.

HOGEMANN, E. R. O futuro do Direito e do ensino jurídico diante das novas tecnologias. Revista Interdisciplinar de Direito, Valença, v. 16, n. 1, p. 105–115, 20 jun. 2018.

INGRAM, C. How and why you should manage your research data: a guide for researchers. JISC, Bristol, 7 jan. 2016.

KOSTAREV, G. Review of Blockchain consensus mechanisms. Waves Platform, [S.l.], 31 jul. 2017. Disponível em: https://blog.wavesplatform.com/review-of-Blockchain-consensus-mechanisms-f575afae38f2. Acesso em: 7 jan. 2019.

LEITE, G. A evolução doutrinária do contrato. Âmbito Jurídico, São Paulo, n. 45, set. 2007.

MÁRDERO-ARELLANO, M. Á. Critérios para a preservação digital da informação científica. 2008. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

MATOS, M. Como funciona o Proof of Work na Blockchain do Bitcoin, Livecoins, [S.l.],11 abr. 2018. Disponível em: https://livecoins.com.br/proof-of-work-Blockchain-bitcoin/. Acesso em: 2 jan. 2019.

MAYER, F.; ZEVIANI, W. Pesquisa Reproduzível, Pesquisa Reproduzível com R, Salvador, maio 2016. Disponível em: http://cursos.leg.ufpr.br/prr/capPesqRep.html. Acesso em: 27 maio 2018.

MCNUTT, M. Reproducibility. Science, [S.l.], v. 343, n. 6168, p. 229–229, 17 jan. 2014.

MOLLOY, J. C. The Open Knowledge Foundation: open data means better science. PLoS Biology, San Francisco, v. 9, n. 12, 6 dez. 2011.

NAKAMOTO, S. Bitcoin: A peer-to-peer electronic cash system. (2008). Disponível em: https://bitcoin.org/bitcoin.pdf. Acesso em: 10 set. 2018.

NASSI-CALÒ, L. Avaliação sobre a reprodutibilidade de resultados de pesquisa traz mais perguntas que respostas. SciElo em Perspectiva, [S.l.], 8 Feb. 2017. Disponível em: https://blog.scielo.org/blog/2017/02/08/avaliacao-sobre-a-reprodutibilidade-de-resultados-de-pesquisa-traz-mais-perguntas-que-respostas/#.W-1lFOhKjDc. Acesso em: 15 nov. 2018.

OECD. OECD Principles and Guidelines for Access to Research Data from Public Funding. 12 abr. 2007. Disponível em: https://www.oecd.org/sti/inno/38500813.pdf . Acesso em: 20 de maio 2019.

OLIVEIRA, J. A. M. M.; SANTARÉM SEGUNDO, J. E. A possibilidade de identificacao de violações a direitos autorais com base em metadados gerados na Blockchain: avaliação da plataforma original.my. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 19., 2018, Londrina. Anais [...]. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2018.

PENG, R. D. Reproducible Research in Computational Science. Science, [S.l.], v. 334, n. 6060, p. 1226–1227, 2 dez. 2011.

PRICE, D. de S. A ciencia desde a Babilonia. Belo Horizonte; São Paulo (SP): Itatiaia; Ed. USP, 1976.

ROUSE, M. What is Blockchain? Whatls.com, Newton, c2020. Disponível em: https://searchcio.techtarget.com/definition/Blockchain. Acesso em: 10 set. 2018.

ROYAL NETHERLANDS ACADEMY OF ARTS AND SCIENCES. Replication Studies: Improving reproducibility in the empirical sciences. Amsterdam: Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences (KNAW), 2018.

SANTOS, P. L. V. A. C.; SANTANA, R. C. G. Dado e Granularidade na perspectiva da Informação e Tecnologia: uma interpretação pela Ciência da Informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 42, n. 2, p. 199–209, 2013.

SCHNEIER, B. Cryptanalysis of MD5 and SHA: Time for a New Standard. Schneier on Security, [S.l.], 19 ago. 2004. Disponível em: https://www.schneier.com/essays/archives/2004/08/cryptanalysis_of_md5.html. Acesso em: 20 maio 2019.

SIMMONS, J. P.; NELSON, L. D.; SIMONSOHN, U. False-Positive Psychology: Undisclosed Flexibility in Data Collection and Analysis Allows Presenting Anything as Significant. Psychological Science, [S.l.], v. 22, n. 11, p. 1359–1366, Nov. 2011.

SONG, J. The Truth about Smart Contracts. Medium, [S.l], 11 Jun. 2018. Disponível em: https://medium.com/@jimmysong/the-truth-about-smart-contracts-ae825271811f. Acesso em: 21 maio 2019.

STEVENS, M. M. J. On Collisions for MD5. 2007. Dissertação (Mestrado) - Eindhoven University of Technology. Disponível em: https://www.win.tue.nl/hashclash/On%20Collisions%20for%20MD5%20-%20M.M.J.%20Stevens.pdf . Acesso em: 17 Abr. 2019.

STOLFI, J. Shows a typical cryptographic hash function (SHA-1) at work. Note that small differences in the input result in very different digests, Wikimedia Commons, [S.l.], 27 nov. 2008. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cryptographic_Hash_Function.svg. Acesso em: 20 maio 2019.

SZABO, N. Formalizing and Securing Relationships on Public Networks. First Monday, Chicago, v. 2, n. 9, set. 1997.

WILKINSON, M. D. et al. The FAIR Guiding Principles for scientific data management and stewardship. Scientific Data, London, v. 3, p. 160018, 15 Mar. 2016.

ZIMAN, J. M. Conhecimento público. Belo Horizonte; São Paulo: Itatiaia; Ed. Univ. São Paulo, 1979.

Downloads

Publicado

2020-09-16

Como Citar

OUCHI, M. T.; ARAKAKI, A. C. S. Um estudo da Blockchain aplicado ao contexto dos Dados de Pesquisa. Em Questão, Porto Alegre, v. 26, n. 3, p. 70–93, 2020. DOI: 10.19132/1808-5245263.70-93. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/98345. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigo