Por uma epistemologia sem fronteiras
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-5245.29.126315Palabras clave:
epistemologia, fronteira epistemológica, novidade científica, epistemólogos da ciência, Ciência da InformaçãoResumen
O objetivo deste ensaio é analisar a emergência do “novo” na Ciência e na Epistemologia a partir de uma avaliação epistemológica sobre os epistemólogos das ciências e dos pesquisadores e pesquisadoras da Ciência da Informação. A contribuição teórica de autores como Bachelard, com a possibilidade de uma fronteira epistemológica, funda os alicerces do presente trabalho. Entretanto, não sendo suficiente o cunho Bachelardiano, recorreu-se a outros epistemólogos fundamentais de distintas áreas do saber, para complementar as reflexões sobre o surgimento do “novo” na Ciência, entre eles: Kuhn com os paradigmas, Bourdieu com a ideia de campo científico, Morin com a epistemologia da complexidade e a coerção de Durkheim. Mormente ao objetivo do trabalho, procurou-se abarcar os principais teóricos que discutem o tema em questão e, sendo assim, a pesquisa é de abordagem qualitativa alicerçada na revisão da literatura. Conclui-se que diante da incapacidade de as disciplinas científicas responderem aos problemas emergentes que se apresentam na contemporaneidade, o fomento de espaços de cooperação epistêmica é essencial para se gerar nova ciência, novos métodos e novas práticas interdisciplinares que de fato respondam a esse momento histórico, político, econômico e social. A construção de espaços momentâneos de diálogo enriquece as disciplinas e abrem espaço para uma convergência epistemológica. O “novo” na ciência acontece quando se esgotam as possibilidades de compreensão dos fenômenos e problemáticas dentro do paradigma ou campo científico, gerando crises epistemológicas e científicas e, por conseguinte, rupturas geradoras de uma nova maneira de abordar as problemáticas da Ciência.
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