Sujeitos infocomunicacionais ou unidimensionais

o que somos?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19132/1808-5245281.299-326

Palavras-chave:

Sujeito infocomunicacional, Sujeito unidimensional, Emancipação, Mercado

Resumo

O artigo busca refletir sobre a seguinte questão: somos seres infocomunicacionais, diligentes enquanto sujeitos de nossos processos, ou resultados de construções sociais estabelecidas por mercados, a partir de ideologias que se consolidam na superestrutura da sociedade? Para tentar responder à pergunta, foi selecionado um material que contextualiza o papel das ciências, assim como da própria Ciência da Informação, nos períodos entre e pós-guerra, e que também aborda aspectos ligados à condição humana e à sua subjetividade, a partir das imbricações entre submissão vs. emancipação, comunicação, informação e alteridade. As considerações apontam que somos seres complexos, que não obedecem somente a uma lógica binária, mas inseridos e insurgentes em uma relação de ordem/desordem imposta pela própria complexidade. Portanto, seres infocomunicacionais ativos e cuja consciência supera a inteligência tecnológica, mas suscetíveis à subordinação, por vontade própria, ou não, à subjetividade/objetividade de um mercado que investe pesado em aparatos de comunicação, especialmente em redes neurais e inteligência artificial. 

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Biografia do Autor

Francisco José Daher Junior, Universidade Federal da Bahia

Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local pelo Centro Universitário UnA (2016) e graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (1985)

Bruno Almeida dos Santos, Universidade Federal da Bahia (UFBA

Doutorando e mestre (2018) em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia, graduado em Biblioteconomia e Documentação pela mesma universidade (2014), estudante do curso de Tecnologia da Informação pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo, membro coletivo Bibliotecári@s Negr@s e coordenador da área de cultura da Aliança Nacional LGBTI+. É também pesquisador do grupo de pesquisa GEINFO Saberes e Fazeres em Informação e Conhecimento e tem experiência na área de Ciência da Informação atuando principalmente em temas como: metodologia da pesquisa científica, percurso informacional e transinformação; gênero, sexualidade, raça, etnia e informação; informação, cidadania e cultura; memória, patrimônio e diversidade; estudo usuários e de comunidade; acesso, busca e uso da Informação em unidades e fontes de informação.

Lidia Maria Batista Brandão Toutain, Universidade Federal da Bahia

Professora Titular do Instituto de Ciência da Informação (ICI/Universidade Federal da Bahia -UFBA/ Departamento de Fundamentos e Processos Informacionais(DFPI), e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Doutora em Filosofia pela Universidad de León - España (2003),en el Programa de Comunicación, Acción y Conocimiento. Mestre em Metodologia do Ensino Superior pela PUCCAMP e UNICAMP (1986). Especialista En Derecho Para Las Tecnologías de La Información y de la comunicación, pelo Foro Europeo de Desarrolo Empresarial de España (2003). Especialista em Documentación Aplicada a La Conservación de Bienes Culturales pelo Instituto Del Patrimonio Historico y Cultural / Mec - España (1999), Especialista em Serviços Automatizados Em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal de Pernambuco (1994) e graduada em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal da Bahia (1972).

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Publicado

2021-12-07

Como Citar

DAHER JUNIOR, F. J.; DOS SANTOS, B. A.; TOUTAIN, L. M. B. B. Sujeitos infocomunicacionais ou unidimensionais: o que somos?. Em Questão, Porto Alegre, v. 28, n. 1, p. 299–326, 2021. DOI: 10.19132/1808-5245281.299-326. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/111781. Acesso em: 2 maio. 2025.

Edição

Seção

Artigo