Da televisão para o cinema: paródia e memória da ditadura militar brasileira

Autores

  • Mônica Almeida Kornis Fundação Getúlio Vargas

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201534.163-177

Palavras-chave:

Televisão. Cinema. Ditadura militar brasileira. Rede Globo. Globo Filmes.

Resumo

O presente artigo tem a finalidade de examinar como os filmes A taça do mundo é nossa (2003), dirigido por Lula Buarque de Hollanda e Reis e ratos (2012), dirigido por Mauro Lima representaram a história da ditadura militar brasileira. Com base na discussão sobre o contexto da transmediação no cinema e na televisão, pretende-se analisar como a construção de uma memória sobre esse período, em ambos os filmes produzidos pela Globo Filmes, se pautou em paródias baseadas nos bemsucedidos formatos televisivos criados na Rede Globo ao longo dos anos 1980 por Guel Arraes e pelo grupo Casseta & Planeta. No cinema, essas produções perderam certamente a dimensão inovadora contida, décadas antes, em seriados televisivos. Ao mesmo tempo, construíram uma memória que coloca aquele período como algo acabado no passado, longe de tensões do momento em que os filmes foram produzidos.

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Biografia do Autor

Mônica Almeida Kornis, Fundação Getúlio Vargas

Doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP e professora da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPDOC/FGV).

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Publicado

2015-12-17

Como Citar

Kornis, M. A. “Da televisão Para O Cinema: Paródia E memória Da Ditadura Militar Brasileira”. Intexto, nº 34, dezembro de 2015, p. 163-77, doi:10.19132/1807-8583201534.163-177.