Coreografias de gênero em covers de K-pop
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202253.110437Palavras-chave:
Cultura pop, K-pop, Interculturalidade, Gênero, PerformanceResumo
Grupos covers de K-pop (K-covers) corporificam seus ídolos sul-coreanos em práticas coreográficas online e offline ao mesmo tempo que, a partir da especificidade de seus corpos, coreografam o gênero em suas aparições performáticas. A relevância desta investigação está em apresentar ferramentas teórico-metodológicas para a análise de fenômenos da cultura pop (os covers), a partir das intersecções das noções de interculturalidade e dos estudos de gênero. Apresenta, como metodologia, a análise de vídeos de grupos covers de K-pop em que jovens LGBTQIA+ (negros, gordos e trans) reencenam coreografias de girl groups (grupos de garotas) de K-pop promovendo rasuras performáticas interculturais. Como resultado, apresenta a ressignificação do aegyo (aqui pensado como “fofura” dos grupos femininos de K-pop) que, coreografado por jovens LGBTQIA+ em contextos fora da Coreia do Sul, operam sob a lógica do close, da fechação e do lacre.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Afonso; URBANO, Krystal. Cultura pop e política na nova ordem global: lições do Extremo-Oriente. In: SÁ, Simone Pereira; CARREIRO, Rodrigo; FERRARAZ, Rogério (org.) Cultura Pop. Salvador: Edufba, 2015, p. 247-268.
AMARAL, Adriana; SOARES, Thiago; POLIVANOV, Beatriz. Disputas sobre performance nos estudos de Comunicação: desafios teóricos, derivas metodológicas. Revista Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 41, n. 1, p. 63-79, 2018.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
CANCLINI, Nestor García. Diferentes, desiguais e desconectados: mapas da interculturalidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2009.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019.
FOSTER, Susan Leigh. Choreographies of gender. Signs, Chicago, v. 24, n. 1, p. 1-33, 1998.
G1. Gangnam style é primeiro vídeo a ter 1 bilhão de acessos no YouTube. G1, São Paulo, 21 dez. 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/12/gangnam-style-chega-1-bilhao-de-acessos-no-youtube.html. Acesso em: 30 ago. 2019.
KÄNG, Dredge Byung'chu. Idols of development: transnational transgender performance in Thai K-Pop cover dance. TSQ-Transgender Studies Quarterly, Durham, USA, v. 1, n. 4, p. 559–571, 2014.
KIM, Daisy. Reappropriating desires in neoliberal societies through KPop. 2012. Dissertação (Mestrado em Artes) - Asian American Studies, University Of California, Los Angeles, 2012.
[KPOP IN PUBLIC CHALLENGE] Twice [OT9] - Feel Special - dance cover by B2 Dance Group. [S. l.: s. n.], 2020a. 1 vídeo (3 min). Publicado no canal B2 Dance Group. Disponível em: https://youtu.be/EBfYhP4LRjA. Acesso em: 26 set. 2020.
[KPOP IN PUBLIC PARIS] [...] Dance cover by The Hive Dance Crew. [S. l.: s. n.], 2020b. 1 vídeo (3 min). Publicado no canal The Hive Dance Crew. Disponível em: https://youtu.be/I0f-qmOd6rk. Acesso em: 26 set. 2020.
LAURIE, Timothy. Toward a gendered aesthetics of K-pop. In: CHAPMAN, Ian; JOHNSON, Henry. Global glam and popular music – style and spectacle from the 1970’s to the 2000’s. New York: Routledge, 2016. p. 214-231.
LEPECKI, André. Coreopolítica e coreopolícia. Ilha – Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 41-60, jan./jun. 2011.
LOONA/ LOOΠΔ [...] 'Hi High' dance cover by Heirs. [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (3 min). Publicado no canal Heirs Dance. Disponível em: https://youtu.be/duPl39USpRA. Acesso em: 26 set. 2020.
LOPES, Denilson. O homem que amava rapazes e outros ensaios. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2002.
MARTEL, Frédéric. Mainstream: a guerra global das mídias e das culturas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
RANIA [...] DR Feel Good dance cover by Glamour. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Glamour. Disponível em: https://youtu.be/xmm3Fh5Jtm4. Acesso em: 27 maio 2021.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017.
STUENKEL, Oliver. O mundo pós-ocidental: potências emergentes e a nova ordem global. São Paulo: Zahar, 2019.
TAYLOR, Diana. O arquivo e o repertório: performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2013.
TORRES, David Quezada. K-pop y J-pop cover dance em la Ciudad de México: Globalización e Identidad. In: AGUILERA, Miguel Olmos. Etnomusicología y globalización: dinámicas cosmopolitas de la música popular. Tijuana, México: El Colegio de la Frontera Norte, 2020.
URBANO, Krystal. Beyond Western Pop Lenses: o circuito das japonesidades e coreanidades pop e seus eventos culturais e musicais no Brasil. 2018. Tese (Doutorado em Comunicação) - Universidade Federal Fluminese, Niterói, 2018.
URBANO, Krystal; KAUTSCHER, Gabriela. A emergência da cena k-cover no Brasil. In: I COLÓQUIO MÍDIA, COTIDIANO E PRÁTICAS LÚDICAS, 1., 2018, Niterói. Anais [...]. Rio de Janeiro: UFF, 2018, p. 99-122.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Thiago Soares, Lúcio Souza Ferreira da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados neste periódico pertencem aos autores, e os direitos da primeira publicação são garantidos à revista. Por serem publicados em uma revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais.
A revista utiliza a Licença de Atribuição Creative Commons (CC BY-NC), que permite o compartilhamento de trabalhos com reconhecimento de autoria.