(Re)humanizando os caminhos: a desinstitucionalização dos manicômios judiciários no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.146183Resumo
O estudo analisa os desafios da desinstitucionalização dos manicômios judiciários no Brasil, abordando aspectos sociais, políticos e institucionais. A pesquisa, baseada em revisão bibliográfica e documental, destaca avanços e obstáculos na implementação de modelos de cuidado mais inclusivos. A desinstitucionalização busca superar práticas excludentes, mas enfrenta resistência institucional e a permanência de abordagens asilares. Barreiras como o estigma social e a falta de estratégias de transição dificultam a reintegração dos internos. O artigo discute desafios éticos e legais, ressaltando a necessidade de um compromisso político para garantir direitos e cuidados adequados. Experiências internacionais, como a reforma psiquiátrica italiana, são mencionadas como referência para a construção de redes comunitárias. Por fim, enfatiza-se a importância da transformação cultural e da qualificação dos profissionais de saúde para efetivar mudanças significativas e promover uma sociedade mais inclusiva.
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