A Vulnerabilidade como condição da Vida Comum

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.108339

Palavras-chave:

Psicologia, Fenomenologia, COVID-19

Resumo

Este artigo tem por objetivo pensar os contextos e cenários da pandemia da COVID-19 a partir da categoria de vulnerabilidade entendida como abertura original para e na vida. Para tanto se fará um estudo fenomenológico de base Henriana que se pergunta pela possibilidade e dinâmicas de modalização da vida dentro dos contextos oportunizados pela pandemia. Com este intuito se fará uma distinção entre fragilidade e vulnerabilidade, na sequência se explorará a ideia do duplo aparecer e da afetação a partir do provar-se a si mesmo com os outros sobre a forma de cuidado e por fim, se pensará alguns contextos e possíveis interlocuções para as pesquisas e práticas psicológicas dentro deste cenário. Como possíveis conclusões se pode observar que a pandemia tem produzido uma dimensão importante ainda a ser explorada, a saber, o desenvolvimento da ideia de hábito de vida não apenas como práticas, mas como fluxo e como vínculo afetivo anteriores a ideia de sujeito e de identidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gillianno José Mazzetto de Castro, Centro Universitário Católica do Tocantins (UniCatólica)

Doutor em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco. Formado em filosofia no ano de 2008 pela Universidade Católica Dom Bosco UCDB. Estudos em teologia pela Università Pontificia Salesiana de Roma (Itália) de 2010 a janeiro de 2013, Mestre em Psicologia pela UCDB em 2016. Possuo experiência de intercâmbio na Itália, França, Inglaterra e EUA. Atualmente pesquiso nas áreas de Psicologia, Fenomenologia, Linguística, principalmente em assuntos relacionados as práticas de hábito de vida em grupos humanos.

Márcio Luís Costa, PPG EM PSICOLOGIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO - UCDB

Graduado. Mestre e Doutor em Filosofia. Pesquisa em ética e cuidado na atenção em saúde mental. Docente de ética, fenomenlogia e hermenêutica na graduação em Filosofia.

Referências

Agamben, G. (2020). Reflexões sobre a peste: Ensaios em tempos de pandemia. São Paulo: Bointempo.

Antúnez, A. F. A.; Martins, F. (2015). Michel Henry: Afetividade e alucinação. Revista de abordagem gestaltica – Phenomenological Studies. XXI(2):177-183, jul-dez

Arendt, H. (1989). Origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras.

Bennett, B. & Carney, T. (2014) Vulnerability: an issue for law and policy in pandemic planning? In Hawkes, S, Freeman, M, & Bennett, B (Eds.) Law and global health [Current Legal Issues, Volume 16]. Oxford University Press, United Kingdom, pp. 121-132.

Bradbury‐Jones, C. & Isham, L. (2020). The pandemic paradox: The consequences of COVID‐19 on domestic violence. J Clin Nurs. doi:10.1111/jocn.15296

Buber, M. (2001). Eu e Tu. 10. ed. São Paulo: Centauro.

Cénat J. M. (2020). The vulnerability of low-and middle-income countries facing the COVID-19 pandemic: The case of Haiti. Travel medicine and infectious disease, 101684. Advance online publication. https://doi.org/10.1016/j.tmaid.2020.101684

Chen, S; Boucher, H., & Kraus, M. W (2011). The Relational Self in S.J. Schwartz et al. (eds.), Handbook of Identity Theory and Research, Doi 10.1007/978-1-4419-7988-9_7,

Duhigg, C. (2012) The power of Habit: Why we do what we do in life and Business. New York: Randon House.

Faro, A., Bahiano, M. A., Nakano, T. C., Reis, C., Silva, B. F. P., & Vitti, L. S. (2020). COVID-19 e saúde mental: a emergência do cuidado. Estudos de Psicologia (Campinas), 37, e200074. Epub June 01, 2020.https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200074

Heidegger, M. (2005). Os problemas Fundamentais da Fenomenologia. Petrópolis: Vozes.

Heidegger, M. (2008) La logique comme question em quête de la pleine essence du langage. Paris: Éditions Gallimard.

Henry, M. (1965). Philosophie et phénoménologie du corps. Paris: PUF.

Henry, M. (1976). Marx I: une philosophie de la réalité. Paris: Gallimard.

Henry, M. (1985). Généalogie de la Psychanalyse. Paris: PUF.

Henry, M. (1990). Phénoménologia Matérielle. Paris: PUF.

Henry, M. (1990a). Phénomenologie Materielle. Paris: PUF.

Henry, M. (1990b). L’essence de la manifestation, Paris: PUF.

Henry, M. (1993). Genealogy of Psychanalisys. Standford: Standford Univerty Press.

Henry, M. (1996a). Vie et révélation, Université St Joseph de Beyrouth.

Henry, M. (1996b). Le cadavre indiscret. Paris: Albin Michel.

Henry, M. (1998). Incarnation: Une philosophie de la chair. Paris: Seuil.

Henry, M. (2001). Eux em moi: Une phénoménologie. Porto, IPATIMUP.

Henry, M. (2004a). De l’art et du politique (Phénoménologie de la vie : III), PUF.

Henry, M. (2011). Notes sur l’expérience d’autrui in Revue International Michel.

Henry, M. (2015). Phénoménologie de la vie V - Paris: PUF.

Husserl, E. (2001). Meditações Cartesianas: Introdução à Fenomenologia. São Paulo: Madras.

Husserl, E. (2008). Idée directrices pour une phénoménologie. Paris: Gallimard.

Husserl, E. (2012). Investigações lógicas: Investigações para a Fenomenologia e teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Kartseva M. A. & Kuznetsova P. O. (2020) The economic consequences of the coronavirus pandemic: which groups will suffer more in terms of loss of employment and income? Population and Economics 4(2): 26-33. https://doi.org/10.3897/popecon.4.e53194.

Künn, S., Seel, C. & Zegners, D. (2020) Cognitive performace in the Home Office – Institute of Labor economics. July 2020. ISSN: 2365-9793.

Lévinas, E. (2010). Totalité et Infini: Essai sur L´exteriorité. Kluwer Academic.

Losekann, R. G. C. B. & Mourão, H. C. (2020). Desafios do teletrabalho na pandemia covid-19: quando o home vira office. Caderno De Administração, 28, 71-75. https://doi.org/10.4025/cadadm.v28i0.53637

Maldiney, H. (2007). Penser l’homme et la folie. Paris: Millon.

Martins, F. (2015). Afeição e filosofia primeira: relação entre Fenomenologia e ciência da vida. Psicologia USP. Vol. 26. N. 3. p. 364-370

Mastroianni, A.C. (2009). Slipping through the Net: Social Vulnerability in Pandemic Planning. Hastings Center Report 39(5), 11-12. doi:10.1353/hcr.0.0186.

Mogaji, E., 2020. Financial Vulnerability During a Pandemic: Insights for Coronavirus Disease (COVID-19). Research Agenda Working Papers. Vol 2020 No 5 pp 57-63

New Zealand Family Violence Clearinghouse (NZFVC). (2020). Preventing and Responding to Family, Whānau and Sexual Violence during COVID‐19. Available at https://nzfvc.org.nz/COVID‐19/preventing‐responding‐violence‐COVID‐19.

Oliveira, J. N., Orrilo, J. & Gamboa, F. (2020). "The Home Office in Times of COVID-19 Pandemic and its impact in the Labor Supply," Papers 2007.02935, arXiv.org, revised.

Ricoeur, P. (2010). Tempo e Narrativa: O tempo Narrado. Vol . 3. São Paulo: Martins Fontes.

Roy, D., Tripathy, S., Kar, S. K., Sharma, N., Verma, S. K. & Kaushal, V. (2020) Study of knowledge, attitude, anxiety & perceived mental healthcare need in Indian population during COVID-19 pandemic, Asian Journal of Psychiatry, Volume 51, 2020, 102083, ISSN 1876-2018, https://doi.org/10.1016/j.ajp.2020.102083.

Santos, C. F. (2020). Reflections about the impact of the SARS-COV-2/COVID-19 pandemic on mental health. Brazilian Journal of Psychiatry, 42(3), 329. Epub April 17, 2020. https://dx.doi.org/10.1590/1516-4446-2020-0981.

Scheler, M. (1973) Formalis in Ethics and Non-Formal Ethics of Values. Northwestern University press.

Scruton, R. (2016) Desejo Sexual: Uma investigação filosófica. Campinas: Vide editorial

Shanafelt, T, Ripp J. & Trockel, M. (2020) Understanding and Addressing Sources of Anxiety Among Health Care Professionals During the COVID-19 Pandemic. JAMA. 2020;323(21):2133–2134. doi:10.1001/jama.2020.5893

Silva, R. J. B. (2020). Reflexões Acerca Do Trabalho Home Office Ocasionado Pela Pandemia Do Covid-19. Revista Multidiciplinar: Humanidade e tecnologias. ISSN: 1809-1628. vol. 25.

Smith, J. A., & Judd, J. (2020). COVID-19: Vulnerability and the power of privilege in a pandemic. Health promotion journal of Australia : official journal of Australian Association of Health Promotion Professionals, 31(2), 158–160. https://doi.org/10.1002/hpja.333.

Serres, M. (1991) Le tiers-instruit. François Bourin, Paris

Serres, M. (1993) Filosofia mestiça. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Thélot, J. (2013). Vie et violence: esquisse pour une généalogie du monde. In JEAN, G.; LECLERCQ, J, MONSEU, N. (orgs.), La vie et les vivants: (Re)-lire Michel Henry. Louvain: UCL Presses.

UK Home Office. (2020). Coronavirus (COVID‐19): Support for Victims of Domestic Abuse. Available at https://www.gov.uk/government/publications/coronavirus‐COVID‐19‐and‐domestic‐abuse/coronavirus‐COVID‐19‐support‐for‐victims‐of‐domestic‐abuse

Von Gaudecker, H. M., Holler, R., Janys, L., Siflinger, B. & Zimpelmann, C. (2020) Labour Supply in the Early Stages of the COVID-19 Pandemic: Empirical Evidence on Hours, Home Office, and Expectations. IZA Discussion Paper No. 13158, Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3579251

Wondracek, K. H. K. (2010). Ser nascido da vida: A Fenomenologia de Michel Henry e sua contribuição para a clínica. Tese de doutorado, São Leopoldo.

Downloads

Publicado

2021-03-29

Como Citar

Castro, G. J. M. de, & Costa, M. L. (2021). A Vulnerabilidade como condição da Vida Comum. Revista Polis E Psique, 11, 46–66. https://doi.org/10.22456/2238-152X.108339

Edição

Seção

Número especial: “Corpos, cidades e hospitalidades”