Rastros e restos de Carolina Maria de Jesus.
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.100696Palavras-chave:
Carolina Maria de Jesus, saberes subalternos, transdisciplinaridade.Resumo
As contribuições de Carolina Maria de Jesus se estendem para diferentes campos epistemológicos e práticas cotidianas. Considerando a magnitude de suas palavras, buscamos neste artigo reconstruir sua trajetória através da leitura de suas obras mais populares e, a partir disso, mergulharmos em algumas pistas que a escritora nos oferece. As pistas que trilharemos são: a fome (re)lembrada; a importância da escolarização; a escrita testemunhal; o olhar da mulher negra para a branquitude feminina e para as relações étnico-raciais e o ser negra(o) no Brasil. Como efeito da pluralidade temática localizada em seus escritos, compreendemos que seu potencial teórico nos fornece sustentação sobre diferentes eixos de subordinação mediante seu entrelaçamento transdisciplinar, evidente tanto em seus diários quanto em sua escrita ficcional.
Downloads
Referências
Almeida, M. A. B., & Sanchez, L. (2016). Os negros na legislação educacional e educação formal no Brasil. Revista Eletrônica de Educação, 10(2), 234-246. doi: 10.14244/198271991459
Alós, A. P. (2009). Literatura e intervenção política na América Latina: relendo Rigoberta Menchú e Carolina Maria de Jesus. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Diálogos Interamericanos, 38, 139-162. Recuperado de http://www.cadernosdeletras.uff.br/joomla/images/stories/edicoes/38/artigo8.pdf
Barros, S. A. P. (2005). Discutindo a escolarização da população negra em São Paulo entre o final do século XIX e início do XX. Em J. Romão (Org.). História da educação dos negros e outras histórias (pp. 79-92). Brasília/DF: Ministério da Educação.
Carneiro, S. (2011). Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro.
Cavalleiro, E. S. (2005). Apresentação. Em J. Romão (Org.). História da educação dos negros e outras histórias (pp. 9-10). Brasília/DF: Ministério da Educação.
Coimbra, C., & Leitão, M. B. S. (2003). Das essências às multiplicidades: especialismo psi e produções de subjetividades. Psicologia & Sociedade, 15(2), 6-17. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822003000200002
Coronel, L. P (2014). A censura ao direito de sonhar em Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus. Estudos de literatura brasileira contemporânea, 44, 271-288. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/2316-40184412
Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. Tradução: Heci Regina Candiani. 1. Ed. São Paulo: Boitempo.
Fernandez, R. A. (2008) Percursos de uma poética de resíduos na obra de Carolina Maria de Jesus. Itinerários–Revista de Literatura, 27, 125-146. Recuperado de https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/1131
Fernandez, R. A. (2015). Gestos e genealogia: diferentes estados de um texto. Em R. A. Fernandez. Processo criativo nos manuscritos do espólio Literário de Carolina Maria de Jesus. Tese de Doutorado. Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Garcia, R. C. (2007). Marcos institucionais. Em R. C. Garcia (Org.). Identidade fragmentada: um estudo sobre a história do negro na educação brasileira: 1993-2005 (pp. 33-38). Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Gonzalez, L. (1979). Cultura, etnicidade e trabalho: efeitos linguísticos e políticos da exploração da mulher. Comunicação apresentada, (8), 5-7.
Gonzalez, L. (1982). O movimento negro na última década. Em L. Gonzalez & C. A. Hasenbalg. Lugar de negro (pp. 9-66). Rio de Janeiro: Marco zero.
Gonzalez, L. (1988a). A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 92(93), 69-82.
Gonzalez, L. (1988b). Por um feminismo afrolatinoamericano. Revista Isis Internacional, Santiago, 9, 133-141.
Hall, S. (1997). A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & realidade, 22(2), 15-46. Recuperado de https://www.seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71361
Hall, S. (2016). Cultura e representação. Rio de Janeiro, PUC-Rio: Apicuri.
Haraway, D. (2004). “Gênero” para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. Cadernos Pagu, Campinas, 22, 201-242. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-83332004000100009
bell hooks. Introdução. Em bell hooksl (Org.). Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. Ensinando a Transgredir: A educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.
Jesus, C. M. (1960). Quarto de Despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Editora Francisco Alves
Jesus, C. M. (1961). Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada. São Paulo: Livraria Francisco Alves (Editora Paulo de Azevedo Ltda)
Jesus, C. M. (1963). Pedaços da Fome. São Paulo, Editora Aquila Ltda.
Jesus, C. M. (2014). Diário de Bitita. São Paulo: SESI-SP editora. (Original publicado em 1977)
Kilomba, G. (2010). A máscara. Cadernos de Literatura em Tradução, 16, 171-180. Recuperado de https://www.revistas.usp.br/clt/article/viewFile/115286/112968
Kilomba, G. (2019). Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Editora Cobogó.
Magnabosco, M. M. (1999). Testemunhos narrativos femininos na América Latina: Uma articulação interdisciplinar. Em Tese, 3, 51-58. Doi: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.3.0.51-58
Mello, L., & Gonçalves, E. (2012). Diferença e interseccionalidade: notas para pensar práticas em saúde. Revista Cronos, 11(2). Recuperado de https://periodicos.ufrn.br/cronos/article/view/2157
Miranda, F. R. (2013). A “escrita de si”. Em F. R. Miranda, Os caminhos literários de Carolina Maria de Jesus: experiência marginal e construção estética. Tese de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Patto, M. H. S. (1992). A família pobre e a escola pública: anotações sobre um desencontro. Psicologia USP, 3(1-2), 107-121. Doi https://doi.org/10.1590/S1678-51771992000100011
Pelúcio, L. (2012). Subalterno quem, cara pálida? Apontamentos às margens sobre pós-colonialismos, feminismos e estudos queer. Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar. São Carlos, 2(2), 395-418. Recuperado de http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/89/54
Perpétua, E. D. (2013). Experiência estética e mídia impressa: o caso Carolina de Jesus. Anais do SILEL, Uberlândia: EDUFU, 3(1).
Perpétua, E. D. (2014). A proposta estética em Quarto de despejo, de Carolina de Jesus. Scripta, 18(35), 255-266. DOI: https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2014v18n35p255
Pureza, F. C. (2017). Representações da fome: carestia e racialização na obra Pedaços da fome, de Carolina Maria de Jesus. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, (66), 52-68. Doi: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-901x.v0i66p52-68
Rubin, G. (1993) Tráfico de mulheres: notas sobre a “economia política” do sexo. Tradução SOS Corpo. (Original publicado em 1975).
Santos, E. F, & Scopinho, R. A. (2011). Fora do jogo?: Jovens negros no mercado de trabalho. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 63, 26-37. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1809-52672011000300004&script=sci_abstract&tlng=en
Schucman, L. V. (2014). Sim, nós somos racistas: estudo psicossocial da branquitude paulistana. Psicol. Soc., Belo Horizonte, 26(1), 83-94. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822014000100010
Seligmann-silva, M. (2008). Narrar o trauma - A questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psicologia clínica, 20(1). Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-56652008000100005.
Silva, E. C. (2016). A violência social em Casa de Alvenaria. Em E. C. Silva. A violência social brasileira na obra de Carolina Maria de Jesus. Tese de Doutorado. Ciências Sociais – FCLAR, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Araraquara.
Silva, R. G. T. (2019). Des(p)ejo das palavras: relendo os primeiros diários de Carolina Maria de Jesus. Revista Estudos Feministas, 27(2). Doi: http://dx.doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n254825
Sousa, G. H. (2012). Carolina Maria de Jesus: o estranho diário da escritora vira lata. Editora Horizonte.
Souza, P. R, Ferreira, M. M. M & Barros, M. S. F. (2009). História da criação da escola pública como instrumento da formação da educação burguesa. Em Congresso Nacional de Educação (EDUCERE).
Souza, A. A. (2016). Escrevendo na “sala de visita”. Em A. A. Souza. Do Quarto de Despejo à Sala de Visita: experiência e narrativa nos diários de Carolina Maria de Jesus (1955-1961). Tese de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
Spivak, G.C. (2010). Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG Editora.
Suleiman, B. B. (2014). Psicologia e Ensino das Relações Étnico-Raciais: uma experiência na formação de professores. Psicologia Escolar e Educacional, 18(2), 369-372. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/2175-3539/2014/0182809
Toledo, C. V. S. (2011). O segundo diário: Casa de alvenaria. Em C. V. S. Toledo. O estudo da escrita de si nos diários de Carolina Maria de Jesus: a célebre desconhecida da literatura brasileira. Tese de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Werneck, J. P. (2004). O belo ou o puro? Racismo, eugenia e novas (bio)tecnologias.. Em A. A. Rotania; J. P. Werneck (Org.), Sob o Signo das Bios - vozes críticas da sociedade civil (pp. 49-63). 1ed. Rio de Janeiro: E-papers serviços Editoriais
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
IMPORTANTE: a carta de declaração de direitos deverá ser submetida como documento suplementar.