Autoetnografia crítica na Educação Física escolar
do estudo da experiência cultural à reconstrução da prática docente
DOI:
https://doi.org/10.22456/1982-8918.122746Palavras-chave:
Autoetnografia Crítica, Educação Física Escolar, Prática docente, Teoria Crítica.Resumo
A discussão deste texto, elaborada a partir de uma pesquisa de doutorado realizada em uma escola pública municipal do Rio Grande do Sul, tem por objetivo compreender como a autoetnografia crítica constitui um processo teórico-metodológico de pesquisa que permite reconstruir a prática docente. Para isso, apresentamos o aporte teórico-metodológico da autoetnografia crítica ao relacionar a pesquisa autoetnográfica com a fundamentação conceitual da teoria crítica. Na sequência, utilizamos narrativas de experiências docentes para identificar como os processos recursivos e reflexivos, ambos sustentados na reflexão crítica, têm implicações diretas na formação e na prática docente do pesquisador. Nas considerações finais, dialogamos sobre a autoetnografia crítica como experiência duplamente transformadora, pois envolve processos gradativos e simultâneos de leituras de mundo e reconstrução da prática docente que ocorrem ao longo da própria investigação.
Downloads
Referências
BOSSLE, Fabiano. Nosso “inédito viável”: o professor de Educação Física intelectual transformador. In: MALDONADO, Daniel T.; NOGUEIRA, Valdilene A.; FARIAS, Uirá S. (org). Os professores como intelectuais: novas perspectivas didático-pedagógicas na educação física brasileira. Curitiba: CRV, 2018. v. 34, p. 19-33.
BOSSLE, Fabiano; MOLINA NETO, Vicente. Leituras para (re)pensar o trabalho coletivo dos professores de Educação Física. Movimento, v. 15, n. 3, p. 89-107, mar. 2009a. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.6877
BOSSLE, Fabiano; MOLINA NETO, Vicente. No “Olho do Furacão”: uma autoetnografia em uma escola da rede municipal de ensino de Porto Alegre. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 31, n. 1, p. 131-146, set. 2009b. Disponível em: http://www.oldarchive.rbceonline.org.br/index.php/RBCE/article/view/639. Acesso em: 3 fev. 2022.
CARSPECKEN, Phil Francis. Pesquisa qualitativa crítica: conceitos básicos. Educação e Realidade, v. 36, n. 2, p. 395-424, mai./ago., 2011. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/20698. Acesso em: 13 fev. 2023.
DEWEY, John. Vida e educação. 4. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1954.
ELLIS, Carolyn; ADAMS, Tony E.; BOCHNER, Arthur. P. Autoethnography: an overview. Forum: Qualitative Social Research, v. 12, n. 1, Art. 10, 2010. DOI: https://doi.org/10.17169/fqs-12.1.1589
FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.
HOLT, Nicholas L. Representation, legitimation, and autoethnography: an autoethnographic writing story. International Journal of Qualitative Methods, v. 2, n. 1, p.1-22, 2003. Disponível em: https://www.ualberta.ca/~iiqm/backissues/2_1/pdf/holt.pdf. Acesso em: 10 jan. 2016.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. 2. ed. São Paulo, Editora 34, 2009.
HONNETH, Axel. O eu no nós: reconhecimento como força motriz de grupos. Sociologias, ano 15, n. 33, p. 56-80, mai./ago. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/v15n33/v15n33a03.pdf. Acesso em: 31 mai. 2018.
HONNETH, Axel. Reificação: um estudo da teoria do reconhecimento. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
JENSEN-HART, Staci; WILLIAMS, D J. Blending voices: autoethnography as a vehicle for critical reflection in social work. Journal of Teaching in Social Work, v. 30, n. 4, p. 450-467, 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/08841233.2010.515911. Acesso em: 6 jan. 2016.
JONES, Stacy Holman; ADAMS, Tony E.; ELLIS, Carolyn. Introduction: coming to know autoethnography as more than a method. In: JONES, Stacy Holman; ADAMS, Tony E.; ELLIS, Carolyn. Handbook of autoethnography. Walnut Creek/CA/USA: Left Coast Press, 2015. p.10-12.
MCLAREN, Peter. A vida nas escolas: uma introdução à pedagogia crítica nos fundamentos da educação. Porto Alegre: Artes Médicas,1977.
MCLAREN, Peter; MORRIS, Janet. Power Rangers: a estética da justiça falo-militarista. In: STEINBERG, Shirley R.; KINCHELOE, Joe L. Cultura Infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. p. 179-200.
NOBRE, Marcos. A teoria crítica. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
NOBRE, Marcos. Reconstrução em dois níveis: um aspecto do modelo crítico de Axel Honneth. In: MELO, Rúrion. A teoria crítica de Axel Honneth: reconhecimento, liberdade e justiça. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 11-54.
PÉREZ GÓMEZ, Angel. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: Artmed, 2001.
ROCHA, Leandro Oliveira; ARAÚJO, Samuel Nascimento de; BOSSLE, Fabiano. Autoetnografia, ciências sociais e formação crítica: uma revisão da produção científica da Educação Física. Revista Internacional de Formação de Professores, v. 3, n. 4, p. 168-185, out./dez., 2018. Disponível em: https://periodicos.itp.ifsp.edu.br/index.php/RIFP/article/view/1148. Acesso em: 11 jan. 2022.
SPARKES, Andrew C. The fatal flaw: a narrative of the fragile body-self. Qualitative Inquiry, v. 2, n. 4, p. 463-494, dez. 1996. DOI: https://doi.org/10.1177/107780049600200405
SPRY, Tami. Performing autoethnography: an embodied methodological praxis. Qualitative Inquiry, v. 7, n. 6, p. 706-732, dez. 2001. DOI: https://org/10.1177/107780040100700605
STARR, Lisa. J. The use of autoethnography in educational research: locating who we are in what we do. Canadian Journal for New Scholars in Education, v. 3, n. 1, jun. 2010. Disponível em: https://journalhosting.ucalgary.ca/index.php/cjnse/article/view/30477/24876. Acesso em: 6 jan. 2020.
STEINBERG, Shirley R.; KINCHELOE, Joe L. Sem segredos: cultura infantil, saturação de informação e infância pós-moderna. In: STEINBERG, Shirley R.; KINCHELOE, Joe L. Cultura Infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. p. 9-52.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Movimento

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Movimento adota a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) para os trabalhos aprovados e publicados. Isso significa que os/as autores/as:
- mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação; e
- têm o direito de compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial).
