Autoetnografia crítica na Educação Física escolar

do estudo da experiência cultural à reconstrução da prática docente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1982-8918.122746

Palavras-chave:

Autoetnografia Crítica, Educação Física Escolar, Prática docente, Teoria Crítica.

Resumo

A discussão deste texto, elaborada a partir de uma pesquisa de doutorado realizada em uma escola pública municipal do Rio Grande do Sul, tem por objetivo compreender como a autoetnografia crítica constitui um processo teórico-metodológico de pesquisa que permite reconstruir a prática docente. Para isso, apresentamos o aporte teórico-metodológico da autoetnografia crítica ao relacionar a pesquisa autoetnográfica com a fundamentação conceitual da teoria crítica. Na sequência, utilizamos narrativas de experiências docentes para identificar como os processos recursivos e reflexivos, ambos sustentados na reflexão crítica, têm implicações diretas na formação e na prática docente do pesquisador. Nas considerações finais, dialogamos sobre a autoetnografia crítica como experiência duplamente transformadora, pois envolve processos gradativos e simultâneos de leituras de mundo e reconstrução da prática docente que ocorrem ao longo da própria investigação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leandro Oliveira Rocha, Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES). Lajeado, RS, Brasil.

Doutor em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH/UFRGS). Membro do Grupo de Pesquisa Didática e Metodologia de Ensino da Educação Física (DIMEEF/UFRGS). Professor de Graduação da Universidade do Vale do taquari e professor de Educação Física da Secretaria Municipal de Educação de Teutônia/RS.

Samuel Nascimento de Araújo, Prefeitura Municipal de Guarani das Missões, RS, Brasil.

Doutor em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH/UFRGS). Membro do Grupo de Pesquisa Didática e Metodologia de Ensino da Educação Física (DIMEEF/UFRGS). Professor de Educação Física da Prefeitura Municipal de Guarani das Missões/RS.

Márcio Cardoso Coelho, Prefeitura Municipal de Porto Alegre, RS, Brasil.

Doutorando em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH/UFRGS). Membro do Grupo de Pesquisa Didática e Metodologia de Ensino da Educação Física (DIMEEF/UFRGS). Professor de Educação Física da Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS.

Fabiano Bossle, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre, RS, Brasil.

Pós-Doutorado em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH/UFRGS). Líder do Grupo de Pesquisa Didática e Metodologia de Ensino da Educação Física (DIMEEF/UFRGS). Professor de Graduação e Pós-Graduação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID/UFRGS)

Referências

BOSSLE, Fabiano. Nosso “inédito viável”: o professor de Educação Física intelectual transformador. In: MALDONADO, Daniel T.; NOGUEIRA, Valdilene A.; FARIAS, Uirá S. (org). Os professores como intelectuais: novas perspectivas didático-pedagógicas na educação física brasileira. Curitiba: CRV, 2018. v. 34, p. 19-33.

BOSSLE, Fabiano; MOLINA NETO, Vicente. Leituras para (re)pensar o trabalho coletivo dos professores de Educação Física. Movimento, v. 15, n. 3, p. 89-107, mar. 2009a. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.6877

BOSSLE, Fabiano; MOLINA NETO, Vicente. No “Olho do Furacão”: uma autoetnografia em uma escola da rede municipal de ensino de Porto Alegre. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 31, n. 1, p. 131-146, set. 2009b. Disponível em: http://www.oldarchive.rbceonline.org.br/index.php/RBCE/article/view/639. Acesso em: 3 fev. 2022.

CARSPECKEN, Phil Francis. Pesquisa qualitativa crítica: conceitos básicos. Educação e Realidade, v. 36, n. 2, p. 395-424, mai./ago., 2011. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/20698. Acesso em: 13 fev. 2023.

DEWEY, John. Vida e educação. 4. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1954.

ELLIS, Carolyn; ADAMS, Tony E.; BOCHNER, Arthur. P. Autoethnography: an overview. Forum: Qualitative Social Research, v. 12, n. 1, Art. 10, 2010. DOI: https://doi.org/10.17169/fqs-12.1.1589

FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.

HOLT, Nicholas L. Representation, legitimation, and autoethnography: an autoethnographic writing story. International Journal of Qualitative Methods, v. 2, n. 1, p.1-22, 2003. Disponível em: https://www.ualberta.ca/~iiqm/backissues/2_1/pdf/holt.pdf. Acesso em: 10 jan. 2016.

HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. 2. ed. São Paulo, Editora 34, 2009.

HONNETH, Axel. O eu no nós: reconhecimento como força motriz de grupos. Sociologias, ano 15, n. 33, p. 56-80, mai./ago. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/v15n33/v15n33a03.pdf. Acesso em: 31 mai. 2018.

HONNETH, Axel. Reificação: um estudo da teoria do reconhecimento. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

JENSEN-HART, Staci; WILLIAMS, D J. Blending voices: autoethnography as a vehicle for critical reflection in social work. Journal of Teaching in Social Work, v. 30, n. 4, p. 450-467, 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/08841233.2010.515911. Acesso em: 6 jan. 2016.

JONES, Stacy Holman; ADAMS, Tony E.; ELLIS, Carolyn. Introduction: coming to know autoethnography as more than a method. In: JONES, Stacy Holman; ADAMS, Tony E.; ELLIS, Carolyn. Handbook of autoethnography. Walnut Creek/CA/USA: Left Coast Press, 2015. p.10-12.

MCLAREN, Peter. A vida nas escolas: uma introdução à pedagogia crítica nos fundamentos da educação. Porto Alegre: Artes Médicas,1977.

MCLAREN, Peter; MORRIS, Janet. Power Rangers: a estética da justiça falo-militarista. In: STEINBERG, Shirley R.; KINCHELOE, Joe L. Cultura Infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. p. 179-200.

NOBRE, Marcos. A teoria crítica. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

NOBRE, Marcos. Reconstrução em dois níveis: um aspecto do modelo crítico de Axel Honneth. In: MELO, Rúrion. A teoria crítica de Axel Honneth: reconhecimento, liberdade e justiça. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 11-54.

PÉREZ GÓMEZ, Angel. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: Artmed, 2001.

ROCHA, Leandro Oliveira; ARAÚJO, Samuel Nascimento de; BOSSLE, Fabiano. Autoetnografia, ciências sociais e formação crítica: uma revisão da produção científica da Educação Física. Revista Internacional de Formação de Professores, v. 3, n. 4, p. 168-185, out./dez., 2018. Disponível em: https://periodicos.itp.ifsp.edu.br/index.php/RIFP/article/view/1148. Acesso em: 11 jan. 2022.

SPARKES, Andrew C. The fatal flaw: a narrative of the fragile body-self. Qualitative Inquiry, v. 2, n. 4, p. 463-494, dez. 1996. DOI: https://doi.org/10.1177/107780049600200405

SPRY, Tami. Performing autoethnography: an embodied methodological praxis. Qualitative Inquiry, v. 7, n. 6, p. 706-732, dez. 2001. DOI: https://org/10.1177/107780040100700605

STARR, Lisa. J. The use of autoethnography in educational research: locating who we are in what we do. Canadian Journal for New Scholars in Education, v. 3, n. 1, jun. 2010. Disponível em: https://journalhosting.ucalgary.ca/index.php/cjnse/article/view/30477/24876. Acesso em: 6 jan. 2020.

STEINBERG, Shirley R.; KINCHELOE, Joe L. Sem segredos: cultura infantil, saturação de informação e infância pós-moderna. In: STEINBERG, Shirley R.; KINCHELOE, Joe L. Cultura Infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. p. 9-52.

Downloads

Publicado

2023-07-12

Como Citar

ROCHA, L. O.; ARAÚJO, S.; COELHO, M.; BOSSLE, F. Autoetnografia crítica na Educação Física escolar: do estudo da experiência cultural à reconstrução da prática docente. Movimento, [S. l.], v. 29, p. e29025, 2023. DOI: 10.22456/1982-8918.122746. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/122746. Acesso em: 6 maio. 2025.

Edição

Seção

Artigos Originais