PREVENÇÃO QUATERNÁRIA – CONCEITO, IMPORTÂNCIA E SEU PAPEL NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
DOI:
https://doi.org/10.54909/sp.v2i3.87351Abstract
Em um cenário complexo, no qual a saúde tem perdido espaço para a doença, o dano causado pelo excesso de intervenções médicas vem sendo percebido e mensurado. Essa conjuntura proporcionou o crescimento da prevenção quaternária. Apresenta-se uma revisão narrativa que discute seu conceito ao longo do tempo, as novas linhas de pensamento, a relevância para a prevenção, a aplicabilidade na prática dos profissionais da saúde e aborda estratégias de ensino para a difusão do conhecimento sobre o assunto. Propõe-se uma nova visualização gráfica para o entendimento do conceito, sugerindo medidas que possam facilitar sua introdução nas intervenções de saúde, de modo a se consolidar como uma estratégia fundamental para as práticas no Sistema Único de Saúde. Além de minimizar os riscos individuais e populacionais com tratamentos desnecessários, a prevenção quaternária é capaz de reduzir custos, otimizando a distribuição de recursos e oferta de saúde para a população.
Downloads
References
ABIM FOUNDATION. Choosing Wisely, 2018. Disponível em: <http://www.choosingwisely.org/>. Acesso em: 30 nov. 2018.
AGUILAR, I. et al. The “top 5” lists in primary care: meeting the responsibility of professionalism. Archives of Internal Medicine, Chicago, v. 171, no. 15, p. 1385-1390, 2011.
ALBER, K. et al. Medical overuse and quaternary prevention in primary care - A qualitative study with general practitioners. Family Practice, Oxford, v. 18, no. 1, p. 99, 2017.
ALMENAS, M. et al. Quaternary prevention : how to do , how to teach. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 13, n. 40, p. 69-83, 2018.
BENTZEN, N. An international glossary for general/family practice. Family Practice, Oxford, v. 12, no. 3, p. 341-369, 1995.
BRODERSEN, J.; SCHWARTZ, L. M.; WOLOSHIN, S. Overdiagnosis: How cancer screening can turn indolent pathology into illness. APMIS acta pathol. microbiol. immunol. scand., Copenhagen, v. 122, no. 8, p. 683-689, 2014.
BRODY, H. Medicine’s Ethical Responsibility for Health Care Reform - The Top Five List. New England Journal of Medicine, Boston, v. 362, no. 4, p. 283-285, 2010.
CAVERLY, T. et al. Qualitative evaluation of a narrative reflection program to help medical trainees recognize and avoid overuse: “Am I doing what’s right for the patient?”. Patient Education and Counseling, Limerick, v. 101, no. 3, p. 475-480, 2018.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Código de Ética Médica. Resolução CFM No 2.217/2018, 2018. Disponível em: <https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/2217>. Acesso em: 1 dez. 2018.
COON, E. R. et al. 2017 Update on Pediatric Medical Overuse a Review. JAMA Pediatrics, Chicago, v. 172, no. 5, p. 482-486, 2018.
GÉRVAS, J.; STARFIELD, B.; HEATH, I. Is clinical prevention better than cure? Lancet, London, v. 372, no. 9654, p. 1997-1999, 2008.
GOLDIM, J. R. Princípio da não-maleficência, 1997. n. p. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/bioetica/naomalef.htm>. Acesso em: 1 set. 2018.
HELLSTRÖM, O. W. Health promotion in general practice. European Journal of Public Health, Stockholm, v. 4, no. 2, p. 119-124, 1994.
JAMOULLE, M.; ROLAND, M. Quaternary prevention. Hong-Kong: Wonca Classification Committee, 1995.
JAMOULLE, M. Informatisation en medecine. Troisièmes Journées de Réflexion sur l'Informatique, [s. l.], n. 1, 1986.
JAMOULLE, M.; GUSSO, G. Prevenção quaternária: primeiro não causar dano. In: GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 205-211.
JAMOULLE, M. Quaternary prevention, an answer of family doctors to overmedicalization. International Journal of Health Policy and Management, Kerman, v. 4, n. 2, p. 61-64, 2015. Disponível em: <http://ijhpm.com/article_2950_0.html>. Acesso em: 1 dez. 2018.
KALRA, S.; GUPTA, Y.; KALRA, B. Quaternary prevention and gestational diabetes mellitus. Indian Journal of Endocrinology and Metabolism, Mumbai, v. 21, no. 1, p. 1, 2017. Disponível em: <http://www.ijem.in/text.asp?2017/21/1/1/196021>. Acesso em: 1 dez. 2018.
MARTINS, C. et al. Quaternary prevention: reviewing the concept: Quaternary prevention aims to protect patients from medical harm. European Journal of General Practice, London, v. 24, no. 1, p. 106-111, 2018.
MODESTO, A. A. D. et al. Um novembro não tão azul: Debatendo rastreamento de câncer de próstata e saúde do homem. Interface (Botucatu. Impresso): comunicação, saúde, educação, Botucatu, v. 22, n. 64, p. 251-262, 2018.
MORGAN, D. J.; WRIGHT, S. M.; DHRUVA, S. Update on medical overuse. JAMA internal medicine (Print), Chicago, v. 175, no. 1, p. 120-124, 2015.
MORGAN, D. J. et al. Setting a research agenda for medical overuse. BMJ, London, v. 351, p. 1-7, Aug. 2015.
MORGAN, D. J. et al. 2016 Update on Medical Overuse a Systematic Review. JAMA internal medicine (Print), Chicago, v. 176, no. 11, p. 1687-1692, 2016.
MORGAN, D. J. et al. 2017 Update on Medical Overuse a Systematic Review. JAMA internal medicine (Print), Chicago, v. 178, no. 1, p. 110-115, 2018.
NEVES, C. M. F. P.; DEVEZA, M.; TEIXEIRA, R. J. Hipotireoidismo subclínico em idosos na atenção primária: ênfase na prevenção quaternária. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p. 227-234, 2016. Disponível em: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/29448>. Acesso em: 1 dez. 2018.
NORMAN, A. H.; TESSER, C. D. Prevenção quaternária na atenção primária à saúde : uma necessidade do Sistema Único de Saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 9, p. 2012-2020, 2009.
NORMAN, A. H.; TESSER, C. D. Prevenção quaternária: as bases para sua operacionalização na relação médico-paciente. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 10, n. 35, p. 1, 2015.
OLIVEIRA, C. C.; REIS, A. Questões epistemológicas e bioéticas da prevenção quaternária. Physis (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 22, n. 4, p. 1485-1502, 2012.
SBMFC. Choosing Wisely Brasil, 2018. Disponível em: <http://www.sbmfc.org.br/choosingwisely/>. Acesso em: 1 dez. 2018.
STARFIELD, B. Is US health really the best in the world? Journal of the American Medical Association, Chicago, v. 284, no. 4, p. 483-485, 2000.
TESSER, C. D. Prevenção quaternária para a humanização da atenção primária à saúde TT - Quaternary prevention for the humanization of primary health care. Mundo Saúde (Impr.), São Paulo, v. 36, n. 3, p. 416-426, 2012.
TESSER, C. D. Por que é importante a prevenção quaternária na prevenção? Rev. Saúde Pública (Online), v. 51, p. 116, 2017. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/141548>. Acesso em: 1 dez. 2018.
TESSER, C. D.; NORMAN, A. H. Diferenciando o cuidado clínico da prevenção de doença: um pré-requisito para praticar a prevenção quaternária. Cad. Saúde Publica, Rio de Janeiro, v. 32, n. 10, p. e00012316-e00012316, 2016.
VOGT, H.; HOFMANN, B.; GETZ, L. The new holism: P4 systems medicine and the medicalization of health and life itself. Medicine, Health Care and Philosophy, Dordrecht, v. 19, no. 2, p. 307-323, 2016.
WELCH, H. G. et al. Breast-Cancer Tumor Size, Overdiagnosis, and Mammography Screening Effectiveness. New England Journal of Medicine, Boston, v. 375, no. 15, p. 1438-1447, 2016.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).