TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UMA TRAMA SUTIL EM PRÁTICAS DE AUTORIA E SUBJETIVAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO ESCOLAR
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.84810Palavras-chave:
Pedagogia da esperança, Autoria, Tecnologias Digitais. Narrativas de si. Aprendizagens.Resumo
Este texto trata de uma experiência vivida com estudantes do 5º ano de uma escola pública localizada no interior do Rio Grande do Norte em uma área de periferia. A experiência aconteceu em 2016, e, teve como objetivo viver práticas de alfabetização com 26 estudantes não-alfabetizados na faixa etária de 10 a 16 anos, considerando a subjetividade dos educandos, seus percursos de vida em interação com tecnologias digitais. O contexto escolar dessa vivência é desenhado a partir de limitações estruturais e materiais. Tessitura com autores como: Freire (2008; 2001; 1992); Levy (2001); Simondon (2007); Emília Ferreiro (1999), Maturana e Varela (2011) e Ortega y Gasset (1963), Eizirik (2007), contribuíram com a discussão teórica deste fazer. A discussão é ancorada no paradigma da complexidade, ou seja, em uma abordagem que não separa as diferentes dimensões da realidade humana, tratando a realidade como fluxo, como devir. Na metodologia, utilizamos a cartografia como método de pesquisa que possibilitou acompanhar os processos vividos na experiência da pesquisa e organizarmos o percurso com os estudantes em oficinas; rodas de conversas; narrativas de si em exercícios de autoria e subjetivação. Como resultados, os 26 estudantes conseguiram produzir com autonomia seu percurso de alfabetização. Para compreender os resultados e as mudanças nas coordenações de ações dos estudantes, as narrativas de si foram o ponto de partida. Essas narrativas constituídas na experiência favoreceram pensamentos e reflexões sobre a importância de constituir redes subjetivas de autoria e afeto no contexto da escola / sala de aula. E, neste exercício de autoria coletiva e de subjetivação, com a inserção de tecnologias, incluindo as digitais nas práticas de leitura e escrita dos educandos, as aprendizagens foram sendo potencializadas. No final, foi possível perceber que em autoria, utilizando ferramentas tecnológicas como dispositivos de cognição e subjetivação, a produção de conhecimento não serviu apenas para favorecer o ato de ler, mas para a vida, para a potência de viver-conhecer.
Downloads
Referências
REFERÊNCIAS
ATLAN, Henri. A ciência é inumana? Ensaio sobre a livre necessidade. Coleção Questões da nossa época, 2ª Ed. São Paulo: ed. Cortez, 2004.
EIZIRIK, Marisa Faerman. O cuidado com a diferença. Revista Educação Especial (UFSM), v. 30, p. 135-146, 2007.
FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. São Paulo: Cortez, 1999.
FERREIRO, Emilia. Reflexões Sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2000.
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação - uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
______. Cartas à Guiné Bissau: registros de uma experiência em processo. 5ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
______. Pedagogia do compromisso: América Latina e educação popular. Indaiatuba, SP: Villa das Letras, 2008.
______. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ª ed. São Paulo: Cortez, 1989.
______. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra (Coleção Leitura), 1996.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1987.
LÉVY, Pierre. Filosofia World: O Mercado, o Ciberespaço, a Consciência. Porto Alegre, Instituto Piaget, 2001.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
MATURANA Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Editora Palas Athena, 2011
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
MELLO, Márcia Cristina de Oliveira. O pensamento de Emilia Ferreiro sobre alfabetização. Revista Moçambras: acolhendo a alfabetização nos países de língua portuguesa. São Paulo, ano 1, n. 2, 2007.
MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1991.
MORIN, Edgar. Teoria e método. In: ______. O problema epistemológico da complexidade. Portugal: Publicações Europa-América, 1996.
ORTEGA Y GASSET, J. Meditação da Técnica. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1963.
ORTEGA Y GASSET, J. De Madrid e Asturia o los dos paisaje. El espectador III. Obras completas. 3ª reimpresión. v. II. Madrid: Alianza, 1998.
PASSOS, Eduardo; BARROS, Regina Benevides de. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. IN: PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virginia; ESCÓSSIA, Liliana da (Orgs.) Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2012.
ROMÃO, José Eustáquio. GADOTTI, Moacir. Paulo Freire e Amílcar Cabral: a descolonização das mentes. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2012.
SERRES, Michel. A polegarzinha: uma nova forma de viver em harmonia e pensar as instituições, de ser e de saber. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
SIMONDON, Gilbert. El modo de existência de los objectos tecnicos. Buenos Aires, Prometeo, 2007.
THIOLLENT. Michel, Metodologia da pesquisa-ação. 18. Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
IMPORTANTE: a carta de declaração de direitos deverá ser submetida como documento suplementar.