COLETIVIDADE E HISTERIA: PSICANÁLISE E MOVIMENTOS SOCIAIS

Autores

  • Patrícia do Prado Ferreira Universidade de São Paulo/ Pesquisadora de Pós-doutorado

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.73791

Palavras-chave:

histeria, histeria coletiva, discurso da histeria, movimentos sociais

Resumo

A proposta deste trabalho é trazer uma contribuição partindo da ideia psicanalítica de histeria que percorre o avanço teórico em Freud e em Lacan, para dizer de organizações coletivas. Para isso, pretendemos dedicar-nos às elaborações de Freud (1921) sobre ‘identificação por meio do sintoma’ -- que dão margem a uma suposta ‘histeria coletiva’ -- e a posterior teoria dos discursos de Jacques Lacan (1969-1970), sobre o enquadramento dos laços sociais, nos atentando em sua provocação aos ‘revolucionários’ de maio de 1968, indicando-os como alocados ao que denominou de ‘Discurso da histérica’. Com isso, pretendemos defender, a partir da noção de histeria em psicanálise, a existência de ao menos dois desdobramentos diferentes que se originam do mesmo tipo clínico. Assim, tentamos contribuir para uma melhor compreensão das possibilidades e limitações dos movimentos coletivos e grupamentos sociais, especialmente alguns que permearam a cena política brasileira nos últimos tempos.

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Publicado

2018-06-30

Como Citar

do Prado Ferreira, P. (2018). COLETIVIDADE E HISTERIA: PSICANÁLISE E MOVIMENTOS SOCIAIS. Revista Polis E Psique, 8(2), 67–92. https://doi.org/10.22456/2238-152X.73791

Edição

Seção

Artigos