Uma Máquina De Guerra Por Moradia: Assujeitamentos E Resistências

subjections and resistances

Autores

  • Maria Luiza Marques Cardoso Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Roberta Carvalho Romagnoli Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.133266

Resumo

Este artigo trata das estratégias de luta e resistência de movimentos populares por moradia a partir do conceito de “máquina de guerra”, proposto por Deleuze e Guattari. Discutimos o conceito para, a partir dele, abordar as seguintes questões: Como produzir uma máquina guerreira, caracterizada por sua “essência” nômade, como um dispositivo potente para aqueles que lutam por um lugar para morar? E, após a conquista da moradia, como enfrentar no cotidiano do habitar os dilemas da regularização sedentária da habitação e da erupção de microfascismos que assujeitam e impedem a expansão da vida? As análises apresentadas partem de componentes, processos e configurações sociais e subjetivas mapeados, através do método da cartografia, em ocupações urbanas de Belo Horizonte, Minas Gerais, organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) Concluímos acerca da importância das estratégias da ocupação para convocar potência em meio à precarização da vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Luiza Marques Cardoso, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Roberta Carvalho Romagnoli, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP), professora Adjunto IV da Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Pesquisadora do CNPq.

Referências

Agamben, G. (1993). A comunidade que vem. Lisboa: Editorial Presença.

Brasil (2020). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em: 20 jan. 2023.

Cardoso, M. L. M. & Romagnoli, R. C. (2019). Contribuições da cartografia para a produção de uma ciência nômade. Polis & Psique, 9 (3), pp. 6-25. DOI: https://doi.org/10.22456/2238-152X.79933S

Comitê Invisível (2016). Aos nossos amigos: crise e insurreição. São Paulo: n-1 edições.

Couto, M. (1994). Perfume. Em Estórias Abensonhadas (pp. 20-23). São Paulo: Companhia das Letras.

Deleuze, G. & Guattari, F. (1980/1995). Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2 (Vol. 1). São Paulo: Editora 34. (Obra original publicada em 1980).

Deleuze, G. & Guattari, F. (1980/1997). Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2 (Vol. 5). São Paulo: Editora 34. (Obra original publicada em 1980).

Deleuze, G. (1996). O que é um dispositivo? Em O Mistério de Ariana (pp. 83-96). Lisboa: Passagens.

Hur, D. U. (2021). Cartografia das intensidades: pesquisa e método em esquizoanálise. Revista Práxis Educacional, 17(46), 275-292. DOI: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i46.8392

IBGE (2020). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Disponível: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101760.pdf Acesso em: 25 out. 2023.

Kastrup, V. (2007, jan/abr). O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. Psicologia & Sociedade, 19 (1), pp. 15-22. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000100003

Marx, K. (1867/2013). O Capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo. (Obra original publicada em 1867).

MLB (2019). Morar dignamente é um direito humano: as propostas do MLB para a reforma urbana. Recife: Setorial Nacional e Formação do MLB. Disponível em: https://cf43681a-3793-425c-8778-25cc7b380065.filesusr.com/ugd/ab3c6b_aadf96cd4c2a40b39fc1490b2e81959c.pdf Acesso em: 25 out. 2023.

Passetti, E. (2006). Ensaio sobre um abolicionismo penal. Verve, 9, 83-114.

Passos, E. (2019). Psicologia, pesquisa cartográfica e transversalidade. Revista Polis E Psique, 9, 128–139. DOI: https://doi.org/10.22456/2238-152X.98377

Saffioti, H. (2004). Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

Sarlet (2008). O direito fundamental à moradia aos vinte anos da Constituição Federal de 1988: notas a respeito da evolução em matéria jurisprudencial, com destaque para a atuação do Supremo Tribunal Federal. Revista Brasileira de Estudos Constitucionais - RBEC, 2 (8), 55-92.

UNDP (2019). Human Development Report 2019. Nova York: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Disponível em: https://hdr.undp.org/content/human-development-report-2019?_gl=1%2Ac28zpu%2A_ga%2ANDg5NTgzMjgxLjE2OTg0MjIwMTc.%2A_ga_3W7LPK0WP1%2AMTY5ODQyMjAxNy4xLjAuMTY5ODQyMjAyMS41Ni4wLjA. Acesso em: 25 out. 2023.

Zourabichvili, F. (2004). O vocabulário de Deleuze, Rio de Janeiro: Relume Dumará.

Downloads

Publicado

2024-06-19

Como Citar

Cardoso, M. L. M., & Romagnoli, R. C. (2024). Uma Máquina De Guerra Por Moradia: Assujeitamentos E Resistências: subjections and resistances. Revista Polis E Psique, 13(3), 120–146. https://doi.org/10.22456/2238-152X.133266

Edição

Seção

Artigos