O cinema romântico de Werner Herzog: aproximações entre o Romantismo Alemão e o conceito de Verdade Extática

Jéssica Pereira Frazão; Regiane Regina Ribeiro

doi:10.19132/1807-8583202048.246-263

Autores

Jéssica Pereira Frazão Universidade de São Paulo (USP)
Regiane Regina Ribeiro Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583202048.246-263

Palavras-chave:

Romantismo Alemão. Verdade Extática. Werner Herzog. Cinema.

Resumo

O artigo parte da investigação acerca das semelhanças existentes entre o movimento intelectual conhecido como Romantismo Alemão e o conceito de Verdade Extática de Werner Herzog. Buscamos reconhecer, no cinema do cineasta, proposições de uma estética de influência romântica. Utilizamos, como metodologia principal, fontes diretas referentes à abordagem da Teoria dos Cineastas, isto é, além de fragmentos das obras fílmicas per se, também as entrevistas e declarações analisadas nos discursos de Werner Herzog a respeito da feitura dos filmes enquanto processos de criação. Os principais resultados obtidos diante da associação estabelecida apontam para: (1) indissociabilidade entre a tendência ao escapismo, inerentemente romântica, e os personagens herzoguianos; (2) fuga para a natureza como única opção restante; (3) momentos carregados da sensação de medo, arrepio e paralisia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jéssica Pereira Frazão, Universidade de São Paulo (USP)

Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná (PPGCOM/UFPR) e Graduada em Produção Audiovisual pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). É membro da SOCINE - Sociedade brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual e do Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.

Regiane Regina Ribeiro, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC - SP. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC - SP. Graduada em Comunicação Social. Líder do grupo de Pesquisa NEFICS - Núcleo de Estudos em Ficção Seriada. Professora adjunta da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Professora Permanente do Mestrado em Comunicação na linha de pesquisa Comunicação e Formações Sócio-Culturais.

Referências

AMES, Eric. Ferocious Reality: Documentary according to Werner Herzog. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2012.

AMES, Eric. Herzog, Landscape, and Documentary. Cinema Journal,, Austin, v. 48, n. 2, p. 49-69, winter 2009.

AUMONT, Jacques. As teorias dos cineastas. Campinas: Papirus, 2004.

BENJAMIN, Walter. Romantik, 1913. In: BENJAMIN, Walter et al. (org.). Gesammelte Schriften: supplement II. Frankfurt: Suhrkamp, 1997.

CLARKE, Michael. The Concise Oxford Dictionary of Art Terms. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 2010.

CRONIN, Paul; HERZOG, Werner. Werner Herzog – A Guide for the Perplexed: Conversations with Paul Cronin. London: Faber & Faber, 2014.

DELEUZE, Gilles. O ato de criação. Folha de São Paulo, São Paulo, 27 jun. 1999.

FRIEDRICH, Caspar David. Der Wanderer über dem Nebelmeer. 1818. Pintura a óleo, 94,8 cm × 74,8 cm.

GANDY, Matthew. The Melancholy Observer: Landscape, Neo-Romanticism, and the Politics of Documentary Filmmaking. In: PRAGER, Brad (ed.). A Companion to Werner Herzog. Chichester: Willey-Blackwell, p. 528-546, 2012.

HALL, Jeanne. Don’t you ever just watch? American Cinema Verité and Don’t look back. In: GRANT, B. K; SLONIOWSKI, J. (org.). Documenting the Documentary: Close Readings of Documentary Film and Video. Detroit: Wayne State University Press, 2013.

HERZOG, Werner. Minnesota Declaration: Truth and Fact in Documentary Cinema (Lessons of Darkness). Minnesota, 30 Apr. 1999. Disponível em: https://www.wernerherzog.com/complete-works-text.html#2. Acesso em: 20 set. 2019.

HERZOG, Werner. On the Absolute, the Sublime, and Ecstatic Truth. Arion: a Journal of Humanities and the Classics, Boston, vol. 17, n. 3, p. 1-12, Winter 2010. Disponível em: https://www.bu.edu/arion/files/2010/03/Herzog.pdf. Acesso em: 20 set. 2019.

JOHNSON, Laurie Ruth. Forgotten Dreams: Revisiting Romanticism in the Cinema of Werner Herzog. New York: Camden House, 2016.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do Juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

LONGINO, Dionísio. Do sublime. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

NAGIB, Lúcia. Werner Herzog: o cinema como realidade. São Paulo: Estação Liberdade, 1991.

O GRANDE êxtase do entalhador Steiner. Direção: Werner Herzog. Produção: Werner Herzog, Walter Saxer. Alemanha Ocidental, Werner Herzog Filmproduktion, 1974. Formato 16 mm (46 min), som. cor.

PAGANELLI, Grazia. Ekstase und Wahrheit. Ecstasy And Truth. Estasi e Verita. Film Edition Werner Herzog. München: Goethe-Institut, 2010.

PRAGER, Brad. Landscape of the mind: the indifferent earth in Werner Herzog’s films. In: GRAEME, Harper; RAYNER, Jonathan (ed.). Cinema and Landscape: Film, Nation and Cultural Geography. Bristol: Intellect Books, 2010.

PRAGER, Brad. The Cinema of Werner Herzog: aesthetic ecstasy and truth. London: Wallflower press, 2007.

SCHAMA, Simon. Landscape and Memory. New York: Vintage Books, 1995.

SINAIS de vida. Direção: Werner Herzog. Produção: Werner Herzog. Roteiro: Werner Herzog. Música: Popol Vuh. Alemanha Ocidental, Werner Herzog Filmproduktion, 1968. Formato 35 mm (87 min), som. p.b.

VERRONE, William. Transgression and Transcendence in the Films of Werner Herzog. Film-Philosophy, Edinburgh, v. 15, n. 1, p. 179-203, 2011.

WRIGHT, Cesare. Re-Framing “Ecstatic Truth” Experiments in the New Visual Language of Werner Herzog. Dissertation (PhD in Philosophy) – Program in Visual & Cultural Studies, University of Rochester, Rochester, 2016.