Imaginários sobre a deficiência: mobilização de afetos cotidianos em campanhas publicitárias
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-858320190.164-186Palabras clave:
Deficiência. Imaginários sociodiscursivos. Deficiência na mídia. Publicidade inclusiva. Inclusão e consumo.Resumen
Propomos uma aproximação entre estudos sobre mídia e estudos sobre deficiência como norteadora das reflexões a respeito de imaginários sobre a deficiência em campanhas publicitárias de grandes marcas. Para tal, apresentamos aspectos críticos sobre o modelo social da deficiência, a noção de imaginários sociodiscursivos ancorados na Análise do Discurso, a evidência de afetos cotidianos em discursos publicitários e o uso de estratégias sensíveis para a mobilização do público. A partir de uma articulação teórico-metodológica vinculada a uma abordagem de inspiração etnográfica em redes sociais digitais, realizamos uma experiência de observação empírica da campanha de Natal da Sadia de 2017. O vídeo principal da campanha tem como protagonista uma garota com síndrome de Down, que se prepara para uma competição esportiva e suscita reações de pessoas comuns, com e sem deficiência. A análise revela como o caso despertou no público sentimentos articulados a valores individuais em permanente tensão com temáticas sociais amplas, como a inclusão e o respeito à diferença. Como conclusão, apontamos para o afeto como potente operador conceitual na reflexão sobre imaginários sociodiscursivos dos estudos de deficiência na mídia.
Descargas
Citas
AMARAL, L. A. Conhecendo a deficiência em companhia de Hércules. São Paulo: Robe, 1995.
BANET-WEISER, S. Authentic™: the politics of ambivalence in a brand culture. New York: NYU Press, 2012. Edição Kindle.
BARNES, C. Disabling imagery and the media: an exploration of the principles for media representations of disabled people. Halifax: The British Council of Organizations of Disabled People and Ryburn Publishing, 1992.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 7 jul. 2015.
CAMERON, C. Whose problem? Disability narratives and available identities. Community Development Journal, Oxford, v. 42, n. 4, p. 501-511, 2007.
CAMPBELL, F. K. Contours of ableism: the production of disability and abledness. Great Britain: Palgrave Macmillan, 2009.
CARRASCOZA, J. A. Razão e sensibilidade no texto publicitário: como são feitos os anúncios que contam histórias. São Paulo: Futura, 2004.
CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2014.
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2007.
ELLCESSOR, E.; HAGOOD, M.; KIRKPATRICK, B. Toward a Disability Media Studies. In: ELLCESSOR, E.; KIRKPATRICK, B. (ed.). Disability media studies. New York: NYU Press, 2017. Edição Kindle.
GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
HOUAISS, A; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
KAFER, A. Feminist, queer, crip. Bloomington: Indiana University Press. 2013
MARCÍLIO, M. L. História social da criança abandonada. São Paulo: Hucitec, 1998.
NELSON, A. The invisible cultural group: images of disability. In: LESTER, P.; ROSS, S. (ed.). Images that injure: pictorial stereotypes in the media. Westport: Praeger Publishers, 2003. p. 176-192.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial sobre a deficiência. São Paulo: SEDPcD, 2012. Do original World Health Organization, The World Bank.
PESSOA, S. C. O empoderamento sutil do ouvinte no radiojornalismo: os desafios de uma cultura além da escuta. In: ZUCULOTO, Valci; LOPEZ, Debora; KISCHINHEVSKY, Marcelo (org.). Estudos radiofônicos no Brasil: 25 anos do grupo de pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom. São Paulo: Intercom, 2016.
PESSOA, S. C. Estética da diferença: contribuições ao estudo da deficiência e das redes sociais digitais como dispositivos de mise en scène. 2015. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) ‒ Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
PESSOA, S. C. Imaginários sociodiscursivos sobre a deficiência: experiências e partilhas. 2018. Tese (Doutorado em Comunicação) ‒ Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.
SADIA BRASIL. Sadia: história de natal. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (2:30 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=T_tm7H60zbw. Acesso em: 24 fev. 2018.
SADIA [perfil Facebook]. História de Natal. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (2:31 min). Publicado pela página do Facebook Sadia Oficial. Disponível em: https://www.facebook.com/SadiaOficial/videos/1536170763134532/. Acesso em: 24 fev. 2018.
SILVEIRA, B. R. Entre a vitimização e a divinização: a pessoa com deficiência em Viver a vida. 2012. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) ‒ Faculdade de Comunicação Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
SOLOMON, A. Longe da árvore. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
STEWART, K. Ordinary affects. Durham: Duke University Press, 2007.
STUDIO TESIS. SADIA – História de Natal. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (2:30 min). Trilha de vídeo publicada pelo canal Vevo Studio Tesis. Disponível em: https://vimeo.com/245801501. Acesso em: 18 jan. 2019.
TODO bebê é um bebê JOHNSON'S®. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal johnsonsbaby. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=q977nSSYXMo. Acesso em: 24 fev. 2018.
ZOBOLI, F. et al. O corpo híbrido: análise midiática da participação do atleta Oscar Pistorius no Mundial de Atletismo de 2011. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Porto Alegre, v. 38, n. 1, p. 26-33, mar. 2016.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2019 Sônia Caldas Pessoa, Vanessa Cardozo Brandão, Camila Maciel Campolina Alves Mantovani

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Los derechos de autor de los artículos publicados en esta Revista pertenecen a los autores, y los derechos de la primera publicación están garantizados para la revista. Por estar publicados en una revista de acceso libre, los artículos son de uso gratuito, con la atribución apropiada, en las actividades educativas y no comerciales.
La revista utiliza la Licencia Creative Commons Attribution (CC BY-NC 4.0), que permite el intercambio de trabajo con el reconocimiento de la autoría.
Autoarchivo (política de repositorios): se permite a los autores depositar todas las versiones de sus trabajos en repositorios institucionales o temáticos, sin período de embargo. Se solicita, siempre que sea posible, que se agregue la referencia bibliográfica completa de la versión publicada en Intexto (incluido el enlace DOI) al texto archivado.
Intexto no cobra ninguna tarifa por el procesamiento de artículos (article processing charge).