Distender o tempo e alinhavar o cuidado: o bordado inventado e a tecnologia da palavra
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.126745Resumo
O projeto de pesquisa-intervenção As narrativas ficcionais e o cuidado à dor crônica atuou no Setor de Dor e Cuidados Paliativos de um hospital público, oferecendo-se como coadjuvante do cuidado em saúde. O Ateliê Jardim de Histórias foi um de seus dispositivos e propôs o bordado inventado como linhas de sustentação para um fazer compartilhado. No contexto latinoamericano, o bordar remete à transmissão transgeracional e a práticas políticas e processos de luta e luto no laço social. Este artigo propõe recuperar a história do bordado para além da perspectiva colonial e, a partir disso, a-bordar essa experiência da pesquisa-intervenção no hospital e suas possibilidades. Entende-se que o bordado inventado ressalta a dimensão de improviso e de criatividade dessa prática enquanto um suporte afetivo para a tessitura de narrativas, a partir da disposição de estar com o outro em torno de um fazer sem prescrições.
Downloads
Referências
Allucci, R. R. (2019). Una aguja, una lámpara, un telar. Revista Estudos Feministas, 27(3), e54376. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2019000300213&lng=en&nrm=iso
Benjamin, W. (1994). O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In W. Benjamin, Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. (pp. 197-221). São Paulo: Brasiliense. (Trabalho original publicado em 1936)
Blanca, R. (2014). El bordado en lo cotidiano y en el arte contemporáneo: ¿práctica emergente o tradicional? Revista Feminismos, 2(3), 19-31, 2014. Recuperado de https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/529/2020/08/rosablanca-bordado.pdf
Bondía, J. L. (2002). Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, 19, 20-28, 2002. Recuperado de https://www.scielo.br/j/rbedu/a/Ycc5QDzZKcYVspCNspZVDxC/?format=pdf&lang=pt
Cappra, T. R. (2014). Tecendo memórias: narrativas de lembranças suportadas com costuras e bordados (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. Recuperado de https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/111880/000953185.pdf?sequence=1
Efraim, R. (2012). Penélope, tecelã de enganos. Kínesis, 4(8), 135-146. Recuperado de https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/raquelefraim.pdf
Favaro, C. E. (2010). Penélopes do século XX: a cultura popular revisitada. História, Ciência, Saúde, 17(3), 791-808. Recuperado de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702010000300013&lng=en&nrm=iso
Foucault, M. (1989). O nascimento do hospital. In M. Foucault, Microfísica do poder (pp. 57-64). Rio de Janeiro: Graal. (Trabalho original publicado em 1978)
Kester, G. (2005). Conversation pieces: collaboration and artistic identity. In Z. Kucor, & S. Leung (Orgs.), Theory in contemporary art since 1985 (pp. 1-10). Londres: Blackwell. Recuperado de http://www.publicart.usf.edu/CAM/exhibitions/2008_8_Torolab/Readings/Conversation_PiecesGKester.pdf
Kester, G. (2011). The one and the many: contemporary collaborative art in a global Context. Durhan, London: Duke University Press.
Laddaga, R. (2012). Estética da emergência: a formação de outra cultura das artes. São Paulo: Martins Fontes.
Merhy, E. E. (1998). A perda da dimensão cuidadora na produção da saúde: uma discussão do modelo assistencial e da intervenção no seu modo de trabalhar a assistência. In C. R. Campos e cols., Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte: reescrevendo o público (pp. 103-120). São Paulo: Editora Xamã.
Ministério da Saúde. (2013). Política Nacional de Humanização (PNH). Brasília, DF. Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf
Pérez-Bustos, T., & Márquez, S. (2015). Aprendiendo a bordar: reflexiones desde el campo sobre el oficio de bordar y de investigar. Horizontes Antropológicos [online], 21(44). doi: https://doi.org/10.1590/S0104-71832015000200012
Queiroz, K. G. (2011). O tecido encantado: o quotidiano, o trabalho e a materialidade no bordado (Tese de Doutorado). Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal. Recuperado de https://cabodostrabalhos.ces.uc.pt/n5/documentos/5_KarineQueiroz.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
IMPORTANTE: a carta de declaração de direitos deverá ser submetida como documento suplementar.