Barreiras invisíveis e rotas alternativas: uma análise pós-estruturalista sobre (i)mobilidade urbana e subjetividade

Autores

  • Luísa Horn de Castro Silveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul http://orcid.org/0000-0001-6706-922X
  • Cristianne Maria Famer Rocha Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Julio Celso Borello Vargas Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.99880

Palavras-chave:

Cidade, Mobilidade Urbana, Subjetividade, Saúde Urbana, Segregação Socioespacial

Resumo

Promover a mobilidade urbana saudável nas grandes cidades é um desafio, em especial em regiões marcadas por desigualdades socioeconômicas, onde fatores físico-estruturais somam-se a questões subjetivas (barreiras invisíveis) que inibem ou dificultam o deslocamento da população pelo território. O objetivo do estudo foi problematizar os modos pelos quais a mobilidade urbana é afetada por barreiras invisíveis em uma região da cidade de Porto Alegre. Para realizar essa investigação foi utilizado um método qualitativo de pesquisa-intervenção e as análises foram elaboradas sob o referencial pós-estruturalista, dialogando com teorias dos autores Michel Foucault e Zigmunt Bauman. Os resultados encontrados permitem pensar que as barreiras invisíveis de mobilidade estão relacionadas aos modos de subjetivação existentes em contextos urbanos específicos, ligados às relações de poder engendradas na cidade contemporânea, às sensações de isolamento e exclusão, à atmosfera de medo e insegurança e aos processos de segregação (re)produzidos localmente.

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Publicado

2020-10-26

Como Citar

Silveira, L. H. de C., Rocha, C. M. F., & Vargas, J. C. B. (2020). Barreiras invisíveis e rotas alternativas: uma análise pós-estruturalista sobre (i)mobilidade urbana e subjetividade. Revista Polis E Psique, 10(3), 31–51. https://doi.org/10.22456/2238-152X.99880

Edição

Seção

Artigos