Oficinas com trabalhadores em situação de afastamento do trabalho / Creative workshops for workers on leave of absence

Authors

  • Breno Ayres Chaves Rodrigues Centro Camará de pesquisa e apoio a infância e adolescência -São Vicente/SP http://orcid.org/0000-0001-9567-8583
  • Amanda Giron Galindo Mestranda na Universidade Federal de São Paulo
  • Jaquelina Maria Imbrizi
  • Rosilda Mendes

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.66815

Abstract

Resumo

Vinculada ao movimento da desinstitucionalização, a oferta de
oficinas na área de Saúde Mental é atravessada por tensões, entre elas, a de normatização, que contrasta com produções
singularizadas de potência de vida. Neste artigo, as oficinas são consideradas dispositivos que incluem a inventividade dos participantes e produzem cultura. Por meio do método da
cartografia, realizamos uma revisão bibliográfica que construiu três analisadores - “da lógica do trabalho capitalista aos espaços de liberdade e invenção de mundos”; “espaços criativos e inventivos de liberdade e produção de cultura”; “problematização da noção 'terapêutico' nas práticas de saúde mental” - para auxiliar na discussão sobre a importância das oficinas de criação e música enquanto produtoras de lugares afirmativos para trabalhadores em situação de afastamento do trabalho. Ao apostar em atividades alternativas nos serviços de Saúde do
Trabalhador, privilegiam-se experiências nas quais o exercício da criatividade é fator de produção de saúde.

Palavras-chave: Oficinas; Arte e Cultura; Desinstitucionalização; Saúde Mental; Saúde do Trabalhador.


Abstract

In connection with the deinstitutionalization movement, the provision of workshops in mental health is crossed by various tensions, among them, the norms that contrast with the singular
production of biopower. In this article, creative workshops are considered as dispositifs which produce culture and engage the inventiveness of participants. By use of a cartographic method,
we conduct a literature review and conceive three analyzers: “from a logic of capitalist labor to the spaces of freedom and invention of worlds”; "creative and inventive spaces of freedom and production of culture"; “problematisation of the concept of the 'therapeutic' within mental health practices”. Through these analyzers, we entertain a discussion on the importance of creative workshops and music as sites for positive affirmation for
workers on leave of absence. By banking on alternative activities within occupational health services, heightened attention is
given to experiences in which the exercise of creativity is a factor in health production.

Keywords: Workshops; Art and Culture; Deinstitutionalization; Mental Health; Occupational Health.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Breno Ayres Chaves Rodrigues, Centro Camará de pesquisa e apoio a infância e adolescência -São Vicente/SP

Educador no projeto "Nossa escola é em todo lugar"

References

Alberti, S.; Costa, A.C.; & Moreira, J. O. (2011).Oficinas do ócio: um convite para o sujeito. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, 14 (3), 499-512

Amarante, P.; Freitas, F.; Nabuco, E.S.; & Pande, M.R. (2012). Da arteterapia nos serviços aos projetos culturais na cidade: a expansão dos projetos artístico-culturais da saúde mental no território. In: P. Amarante, F. Nocam (Orgs.). Saúde Mental e Arte. (Cap.2, pp. 23-52) São Paulo: Zagodoni

Amarante, P., & Nocam, F. (2012). Saúde Mental e Arte. São Paulo: Zagodoni.

Baremblitt, G.F. (2002). Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática (5 ed). Belo Horizonte: Instituto Felix Guattari (Biblioteca Instituto Felix Guattari), 2002. 214p

Barros, L.; & Kastrup, V. (2009). Cartografar é acompanhar processos. In E. Passos, V. Kastrup, & L. Escóssia (Orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa- intervenção e produção de subjetividade. (Cap.3, pp 52-75). Porto Alegre: Editora Sulina.

Basaglia, F. (2005) Escritos selecionados em saúde mental e reforma psiquiátrica. Trad. Joana Angélica d’Ávilla Melo. Rio de Janeiro: Garamond.

Bom-tempo, J.S. (2012) Um parceiro, um encontro: possíveis criações de uma clínica poética. In: P. Amarante, F. Nocam (Orgs.). Saúde Mental e Arte. (Cap. 13, pp. 192-205). São Paulo: Zagodoni.

Carreteiro, T.C. (2001).A doença como projeto: uma contribuição à análise de formas de filiações e desfiliações sociais. In: B. Sawaia (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. (Cap.5, pp.87-95) 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2001

Carreteiro .T.C. (2003a).Acontecimento: categoria biográfica individual: familiar, social e histórica. In: T. Féres-carneiro (Org.). Família e casal: arranjos e demandas contemporâneas. (Cap.16, pp. 267-285). Rio de Janeiro: PUC-Rio. São Paulo: Loyola.

Carreteiro, T.C. (2003b). Sofrimentos sociais em debate. Psicol. USP (São Paulo), 14 (3), 57-72.

Castro, E.D.; & Silva, D.M. (2002). Habitando os campos da arte e da terapia ocupacional: percursos teóricos e reflexões. Rev Ter Ocup Univ São Paulo, 13 (2), 1-8

Cedraz, A.; & Dimenstein, M. (2005). Oficinas terapêuticas no cenário da Reforma Psiquiátrica: modalidades desinstitucionalizantes ou não? Rev. Mal-Estar Subj.Fortaleza, 5 (2), 300-327

Dionísio, G.H.; &Yasui, S. (2012). Oficinas expressivas, estética e invenção. In: P. Amarante, F. Nocam (Orgs.). Saúde Mental e Arte. (Cap.4, pp 53-65). São Paulo: Zagodoni.

Frei, A.E. (2012). As oficinas de expressão sonora: relatos da busca por metodologias e terapêuticas entre a percepção das paisagens sonoras e clínicas das psicoses. In: P. Amarante, F. Nocam (Orgs.). Saúde Mental e Arte. (Cap.10, pp. 140-160). São Paulo: Zagodoni.

Galletti, M.C. (2004). Oficina em Saúde Mental: instrumento terapêutico ou intercessor clínico? Goiânia: Editora UCG.

Galvanese, A.T.; Nascimento, A.F.; & D’Oliveira, A.F. (2013). Arte, cultura e cuidado no Centro de Atenção Psicossocial. Rev Saúde Pública, 47 (2), 360-7.

Galvanese, A.T. (2010). A produção do cuidado através da atividade de arte e cultura nos Centros de Atenção Psicossocial CAPs/adultos do município de São Paulo. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Programa de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Galvanese, A.T.; Coutinho, S.; Inforsato, E.; & Lima, E. (2014) A produção de acesso da população idosa ao território da cultura: uma experiência de Terapia Ocupacional num museu de arte. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, 22 (1), 129-135

Guattari, F.; & Rolnik, S. (2004). Micropolítica: cartografias do desejo. (11 ed.) Petrópolis: Vozes.

Guazina, L.S.; & Tittoni, J. (2009). Musicoterapia institucional na saúde do trabalhador: conexões, interfaces e produções. Psicologia e Sociedade (Florianópolis), 21 (1), 108-117

Guazina, L.S. (2006). Sons, silenciamentos, poder e subjetivação: a musicoterapia na saúde do trabalhador. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, RS, Brasil

Guerra, A.M. (2012). Oficinas em Saúde Mental: costuras entre o real, simbólico e imaginário. Rev. Assoc. Psicanal. de Porto Alegre (APOA). Psicanálise: invenção e intervenção, 1 (41/42), 86-100

Guerra, A.M. (2008). Oficinas em Saúde Mental: percurso de uma história, fundamentos de uma prática. In: A.C.Figueiredo; C.M. Costa (Orgs.) Oficinas Terapêuticas em Saúde Mental: sujeito, produção e cidadania. (pp. 23-58) Rio de Janeiro: Contracapa/IPUB

Imbrizi, J.M.; Keppler, I.L.S; Vilhanueva, M.S. (2013). Grupo dos Novos: relato de uma experiência de estágio com grupos de acolhimento no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. RBSO (São Paulo), 38 (128), 302-314

Imbrizi, J.M. (2005). A Formação do Indivíduo no Capitalismo Tardio: uma análise de estudos que vinculam a esfera subjetiva ao mundo do trabalho. São Paulo: Hucitec/FAPESP.

Kastrup, V. (2008). Simpósio 3 – estratégias de resistência e criação. Competência ética e estratégias de resistência. In: N. Guareschi n. (Org), Estratégias de invenção do presente: a psicologia social no contemporâneo. (vol, cap, pp.120-130). Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.

Lima, C.M.; & Poli, M.C. (2012) Música e um pouco de silêncio: da voz ao sujeito. Revista Ágora (Rio de Janeiro), 15 (spe), 371-387

Lima, E.M. (2004). Oficinas, laboratórios, ateliês, grupos de atividade: dispositivos para uma clínica atravessada pela criação. A.C.Figueiredo; C.M. Costa (Orgs.) Oficinas Terapêuticas em Saúde Mental: sujeito, produção e cidadania.( pp.59-81). Coleções IPUB, Contracapa.

Lima, E.M. (2006). Por uma arte menor: ressonâncias entre arte, clínica e loucura na contemporaneidade. Revista Interface (Botucatu), 10 (20), 317-329

Mecca, R.; & Castro, E.D. (2008). Experiência estética e cotidiano institucional: novos mapas para subsidiar espaços à saúde mental. Revista Interface (Botucatu), 12 (25), 377-386

Nocam, F.; & Romera, M.L.C. (2012) Oficinas de teatro e clínica da reforma: outras cenas. In: P. Amarante, F. Nocam (Orgs.). Saúde Mental e Arte. (Cap.8, pp 112- 125). São Paulo: Zagodoni.

Padua, H.P; & Morais, M.L.S.(2010). Oficinas Expressivas: uma inclusão de singularidades. Psicol. USP (São Paulo), 21 (2), 457-478

Pimentel, A. (2009). Musicoterapia em uma unidade básica de saúde: os usuários rompem o silêncio. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: Programa EICOS. Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Ramos, M.Z.; Tittoni, J.; & Nardi, H.C. (2008). A experiência de afastamento do trabalho por adoecimento vivenciada como processo de ruptura ou continuidade nos modos de viver. Cad. psicol. soc. trab., 11 (2), 209-221

Rauter, C. (2000). Oficinas para quê? Uma proposta ético, estética, política. In: P. Amarante (Org) Ensaios –subjetividade, saúde mental, sociedade. (pp. 267-277) Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.

Rodrigues, B.A.C. (2013). Oficinas de criação e música com trabalhadores em situação de afastamento do trabalho. Projeto de Iniciação Científica da Universidade Federal de São Paulo- campus Baixada Santista, Santos, SP, Brasil.

Schwartz, A.; Nascimento, C.M.; Nocam, F.; Roza júnior, J.A.(2012). “Coisa de Doido”: as possibilidades de uma clínica ampliada. In: P. Amarante, F. Nocam (Orgs.). Saúde Mental e Arte. (Cap. 12, pp171-191). São Paulo: Zagodoni.

Published

2017-02-07

How to Cite

Rodrigues, B. A. C., Galindo, A. G., Imbrizi, J. M., & Mendes, R. (2017). Oficinas com trabalhadores em situação de afastamento do trabalho / Creative workshops for workers on leave of absence. Revista Polis E Psique, 6(3), 103–123. https://doi.org/10.22456/2238-152X.66815