“Cuida!”: práticas de cuidado em saúde com mulheres trabalhadoras do sexo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.111468

Palavras-chave:

Cuidado em Saúde, Prostituição, Extensão Universitária, Redução de danos

Resumo

O objetivo deste trabalho é relatar a experiência do Projeto de extensão universitária, “Cuida!”, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos sobre Drogas do Ceará e parceiros. O “Cuida!” envolve ações de cuidado em saúde direcionadas a prostitutas, com foco na Redução de Danos e na integralidade da atenção em saúde. Dentre as ações desenvolvidas estão: 1) Testagem rápida de HIV/IST; 2) Consultas com profissionais da saúde; 3) Orientações sobre o acesso a políticas públicas; 4) Rodas de conversas e oficinas com diferentes temáticas. O “Cuida!” teve como resultado a ampliação do vínculo e do diálogo das mulheres com as equipes dos equipamentos, além do fortalecimento das estratégias de Redução de danos que passaram a ser referência de cuidado no território. Apostando em conhecer a vida que re-existe, toda proposta de cuidado foi assentada em um projeto ético-político, potencializando assim os processos de experimentação e resistência produzido pelas e com as mulheres.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lorena Brito da Silva, Universidade Federal do Ceará (UFC)/ Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO).

Graduação em Psicologia pela Universidade Salvador (UNIFACS), entre 2005 e 2009, Mestrado em Psicologia Social pela Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), entre 2012 e 2014 - nessa mesma instituição ingressei em 2017 no Doutorado em Psicologia. Integro o Núcleo de Estudos sobre Drogas (NUCED-UFC). Atualmente sou docente da graduação em Psicologia do Centro Universitário FAMETRO/ UNIFAMETRO (Fortaleza-CE). Possuo experiência de atuação, docência e pesquisa em Psicologia com ênfase em Psicologia Social e Comunitária, Psicologia e Feminismo, e Atenção Psicossocial. Nesse caminhar tenho me dedicado principalmente aos seguintes temas: Psicologia, Feminismos e Interseccionalidade; Prostituição Feminina; Violência contra a mulher; Território e Saúde; Intervenções psicossociais e facilitação de grupos; Estudos sobre drogas.

Referências

Ayres, J. R. (2009). Organização das ações de Atenção à Saúde: modelos e práticas. Saúde Soc., v.18, n.2, p.11-23.

Barreto, L. (2015) “Somos sujeitas políticas de nossa própria história”: prostituição e feminismos em Belo Horizonte. Tese (doutorado) – Programa de pós-graduação interdisciplinar em ciências humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.

Brasil. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1990, Seção 1, p. 18.055. Recuperado de: http://www2.camara.gov.br/ internet/legislacao/legin.html/visualizarNorma.html?ideNorma=365093&PalavrasDestaque=.

Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. 2002. Portaria nº. 397, de 09 de outubro de 2002. Aprova a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO/2002, para uso em todo território nacional e autoriza a sua publicação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 out. 2002, Seção 1. Recuperado de: < http://www.mtecbo.gov.br/legislacao.asp >.

Brasil. (2004). Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: Princípios e Diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde.

Duras, M. (1989). A Vida Material. Trad. Heloisa Jahn. Rio de Janeiro: Ed. Globo.

Fortaleza. (2014). Secretaria de desenvolvimento humano de Fortaleza. Desenvolvimento humano, por bairro, em Fortaleza.

Foucault, M. (1996). A ordem do discurso: Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo, Loyola.

Foucault, M. (2009). História da sexualidade I: a vontade de saber. 19 ed. Rio de Janeiro: Graal.

Foucault, M. (2014). História da sexualidade III: o cuidado de si. 5 ed. São Paulo: Paz & Terra.

Guimaraes, K.; Merchan-Hamann, E. (2005). Comercializando fantasias: a representação social da prostituição, dilemas da profissão e a construção da cidadania. Rev. Estud. Fem. [online]. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2005000300004.

Juliano, D. (2005). El trabajo sexual en la mira. Polémicas y esteriotipos. Cadernos Pagu (25), pp.79-106, jul./-dez. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0104-83332005000200004.

Lancetti, A. (2014). Clínica Peripatética. São Paulo: Hucitec.

Lemke, R.; Silva, R. (2012). Um estudo sobre a itinerância como estratégia de cuidado no contexto das políticas públicas de saúde no Brasil. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 21 [3]: 979-1004. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0103-73312011000300012.

Mayorga, C.; Coura, A.; Miralles, N.; Cunha, V. (2013). As Críticas ao Gênero e a Pluralização do Feminismo: Colonialismo, Racismo e Política Heterossexual. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 462-484, ago. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000200003

Marcinik, G., & Mattos, A. (2021). Movimentos feministas e relações raciais intragênero: entre a luta e a opressão. Revista Polis e Psique, 11(1), 162-182. Recuperado de: https://doi.org/10.22456/2238-152X.108015

Medeiros, R. (2006). Prostituição e Imaginário Popular. V Encontro da Rede Pastoral Oblata, Salvador.

Mello, R.; Silva, A.; Lima, M.; Di Paolo, Â. (2007). Construcionismo, Práticas Discursivas e possibilidades de pesquisa em Psicologia Social. Psicologia & Sociedade; 19 (3): 26-32, 2007. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000300005

Merhy, E. (2005). Engravidando palavras: o caso da integralidade. In: Pinheiro, R.; Mattos, R. (Org.). Construção social da demanda: direito à saúde, trabalho em equipe, participação e espaços públicos. Rio de Janeiro: UERJ-IMS. p. 195-206.

Merhy, E. (2012). Anormais do desejo: os novos não humanos? Os sinais que vêm da vida cotidiana e da rua. In: Conselho Federal de Psicologia. Drogas e Cidadania: em debate / Conselho Federal de Psicologia. Brasília: CFP.

Mol, A. (2008). The logic of care: health and the problem of patient choice. London: Routledge.

Nogueira, C. A. (2013). Teoria da Interseccionalidade nos Estudos de Gênero e Sexualidades: Condições de Produção de “Novas Possibilidades” no Projeto de uma Psicologia Feminista Crítica. In: Brizola, A.; Zanella, A.A; Gresser, M. (Orgs). Práticas Sociais, Políticas Públicas e Direitos Humanos. Florianópolis: Abrapso.

Olivar, J. (2012). Prostituição feminina e direitos sexuais…diálogos possíveis? Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana, Rio de Janeiro, v. 11, p. 88 -121, ago. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S1984-64872012000500005

Oliveira, E.; Pezzato, L.; Mendes, R. (2018). Às margens do cuidado: regulações de gênero em uma equipe de saúde. Physis [online]. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/s0103-73312018280208

Passos, E.; Santos, T. (2011). Redução de Danos e Saúde Pública: Construções Alternativas à Política Global de “Guerra às Drogas”. Psicologia & Sociedade, v. 23, n. 1, p. 154-162. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0102-71822011000100017

Piscitelli, A. (2005). Apresentação: gênero no mercado do sexo. Cadernos Pagu, Florianópolis, v. 25, p. 7-23, jul./dez. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0104-83332005000200001

Piscitelli, A. (2012). Feminismos e Prostituição no Brasil: Uma Leitura a Partir da Antropologia Feminista. Cuadernos de Antropología Social, n. 36, p. 11-31, dez. Recuperado de: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=180926074002

Sampaio, J. (2016). Hormônios na produção de modos de subjetivação: atuando controvérsias. Tese (Doutorado em Psicologia). Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Humanidades, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Recife.

Silva, L. (2014). Implicações Psicossociais da Violência nos Modos de Vida das Prostitutas Pobres. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Fortaleza.

Publicado

2022-05-03

Como Citar

Silva, L. B. da, Sampaio, J. V., & Méllo, R. P. (2022). “Cuida!”: práticas de cuidado em saúde com mulheres trabalhadoras do sexo. Revista Polis E Psique, 12(1), 267–291. https://doi.org/10.22456/2238-152X.111468

Edição

Seção

Relato de Experiência

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)