A Rede Nacional de Treinamento e a política esportiva brasileira

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1982-8918.116181

Palavras-chave:

Atletismo, Jogos Olímpicos, Políticas Públicas

Resumo

A realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 teve investimentos, principalmente no atletismo, que estão distribuídos em todo o território nacional. A Rede Nacional de Treinamento é uma política pública anunciada como legado esportivo dos Jogos. Identificamos o convênio (n° 813831/2014), oriundo de uma chamada pública em 2013, firmado entre a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e o Ministério do Esporte como central nesta implementação. Utilizando a dependência de trajetória (path dependence) analisamos documentos, realizamos entrevistas e cotejamos com o debate conceitual do esporte e suas relações como negócio e consumo. Ao final, conclui-se que a Rede Nacional de Treinamento se coloca com uma proposta inovadora, que veste a mesma roupagem da política esportiva brasileira. Ou seja, não há ruptura com o velho modelo piramidal e o investimento que chega sempre para o topo e é irrisório para as categorias que mais precisariam deste incentivo.

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Biografia do Autor

Carlos Fabre Miranda, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Viamão, RS

Graduado em Educação Física, Especialista em Pedagogias do Corpo e da Saúde e Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutorando da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) na área de concentração Educação Física e Sociedade, da Faculdade de Educação Física (FEF) iniciado em 2016. Professor de Ensino Médio Técnico atuando no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Viamão. Possui experiência no Ensino Superior e na Educação Básica atuando principalmente nos seguintes temas: Esportes, Políticas Públicas, Atletismo, Sociologia do Esporte, Educação Física Escolar, Projetos Escolares e Educação em Turno Integral. Sócio do CBCE - Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte desde 1999. Secretário Estadual do CBCE-RS (2010-2011). Coordenador das Secretarias Estaduais na Direção Nacional do CBCE nas Gestões 2011/2013 e 2015/2017

Silvia Cristina Franco Amaral, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria (1989), mestrado em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal de Santa Maria (1995), doutorado em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2003), Livre-docência pela Faculdade de Educação Física da UNICAMP (2011) e pós-doutorado na Universidade de Barcelona no Departamento de Geografia Humana. É docente MS5.3 da Faculdade de Educação Física, Departamento de Educação Física e Humanidades da Universidade Estadual de Campinas atuando na graduação e na pós-graduação. ) Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Política Pública e Lazer. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Lazer e Políticas Públicas, atuando principalmente nos seguintes temas: política pública de lazer, educação física e esporte e estudos do lazer. Atualmente é chefa do Departamento de Educação Física e Humanidades(2020-2022), membro do comitê de ética em pesquisa em Ciências Humanas da Unicamp, representante da área de educação física e sociedade na pós-graduação e coordenadora do Fórum de Pós-Graduação do CBCE e III Fórum de Pesquisadores das Subáreas Sociocultural e Pedagógica da EF.

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Publicado

2022-07-22

Como Citar

MIRANDA, C. F.; FRANCO AMARAL, S. C. A Rede Nacional de Treinamento e a política esportiva brasileira: mais do mesmo?. Movimento, [S. l.], v. 28, p. e28031, 2022. DOI: 10.22456/1982-8918.116181. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/116181. Acesso em: 6 maio. 2025.

Edição

Seção

Artigos Originais