Ambientes dígito-virtuais de informação LGBTQ+
intersecções entre o Design da Informação, a Curadoria Digital e o Design de Experiência
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-5245.30.132598Palavras-chave:
informação e tecnologia, design da informação, curadoria digital, design de experiência, informação LGBTQResumo
Os ambientes dígito-virtuais voltados para a temática LGBTQ+ configuram importantes espaços de acesso e compartilhamento de informações, ao convergir conteúdos sobre existências dissidentes e historicamente marginalizadas, evocar sua cultura e memória, além de dar visibilidade às suas narrativas em múltiplas perspectivas. Tais ambientes demandam estudos que analisem as principais características presentes na estruturação, no acesso e no compartilhamento da informação para possíveis melhorias nos processos infocomunicacionais. As convergências entre o Design da Informação e a Curadoria Digital, alinhadas ao Design de Experiência, possibilitam analisar aspectos inerentes à estruturação, organização e apresentação da informação em ambientes dígito-virtuais. Desse modo, objetivou-se explorar iniciativas nacionais e internacionais para a comunicação de informações sobre à temática LGBTQ+; identificar e descrever a presença de elementos do Design da Informação, convergidos à Curadoria Digital, na perspectiva do Design de Experiência e verificar as contribuições da intersecção das referidas disciplinas para a otimização do acesso, do compartilhamento e da apropriação da informação em ambiente dígito-virtual. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo e de abordagem teórica, exploratória e descritiva, por meio da aplicação do método Design Thinking nas fases de Empatia, Definição e Ideação. Os resultados demonstraram que os recursos dispostos nos ambientes correspondem à utilização de representações sígnicas próprias do contexto cultural específico, visíveis através de vocabulário característico, articulação de ícones e cores representativas, estruturadas mediante uma linguagem multimodal. Verificou-se a presença de múltiplos elementos que estabelecem um processo infocomunicacional com significação contextual aos sujeitos LGBTQ+.
Downloads
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E INTERSEXOS (ABGLT). São Paulo, 2023. Disponível em: https://www.abglt.org/. Acesso em: 10 nov. 2023.
ALCÂNTARA, L. M. Ciberativismo e movimentos sociais: mapeando discussões. Aurora, São Paulo, v. 23, n. 8, p. 73-97, 2015.
APOCALYPSE, S. M.; JORENTE, M. J. V. O método design thinking e a pesquisa em ciência da informação. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 27, p. 1-21, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2022.e87281. Acesso em: 15 maio 2023.
ARAÚJO, W. F.; FREITAS, E. C. “Quanto custa mudar o mundo?” Análise da dimensão discursiva do ciberativismo na WikiLeaks. Fronteiras Estudos Midiáticos, São Leopoldo, v. 14, n. 2, p. 110-120, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.4013/fem.2012.142.05. Acesso em: 15 maio 2023.
BARRETO, A. A. Sensação e percepção na relação informação e conhecimento. In: VAZ, L. G. C. Sobre informação e conhecimento. Centro Esportivo Virtual: [s. l.], 13 ago. 2009.
BATLIWALA, S. The meaning of women’s empowerment: new concepts from action. In: SEN, G.; GERMAIN, A.; CHEN, L. C. (ed.). Population policies reconsidered: health, empowerment and rights. Boston: Harvard University Press, 1994.
CARDOSO, R. Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
CAVALCANTE, L. E. Da leitura de mundo à leitura da palavra: a mediação da informação social à luz das teorias de Paulo Freire. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 17, 2016, Salvador. Anais [...]. Rio de Janeiro: ENANCIB, 2016. p. 1-18.
CATÁLOGO DE MÉTODOS DE DESIGN THINKING (CMDT). MSG Systems Ag., Munique, 2022.
COTTA, D. S. Estratégias de visibilidade do movimento LGBT: campanha Não Homofobia! - um estudo de caso. 2009. Monografia (Graduação em Comunicação Social - Jornalismo) - Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
DARRAS, B. Semiótica dos signos visuais e do design da informação. Líbero, São Paulo, v. 17, n. 34, p. 31-42, 2014.
DIGITAL CURATION CENTER (DCC). What is digital curation? Edinburgh, 2022.
DIGITAL GLOBAL OVERVIEW REPORT (DGOR). Relatório de Visão Geral, DataReportal, [s.l.], 2021.
FRASCARA, J. Communication design: principles, methods, and practice. Nova York: Allworth Press, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GARRETT, J. J. The elements of user experience: user-centered design for the web. Nova York: AIGA, 2011.
GLBT HISTORICAL SOCIETY MUSEUM & ARCHIVES. San Francisco, 2023.
HIGGINS, S. Digital curation: the development of a discipline within information science. Journal of Documentation, United Kingdom, v. 74, n. 6, p. 1318-1338, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1108/JD-02-2018-0024/full/html. Acesso em: 10 mar. 2023.
INTERVENÇÃO LÉSBICA, GAY, BISSEXUAL, TRANS E INTERSEXO (ILGA Portugal). Lisboa, 2023.
JORENTE, M. J. V. Design da Informação, linguagens convergentes e complexidade na rede social e ambiente digital do Facebook. Informação & Tecnologia, João Pessoa, v. 1, n. 1, p. 116-129, 2014.
JORENTE, M. J. V. Tecnologias, mídias, criação e hipertextualidade na transformação da informação em conhecimento interativo. 2009. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2009.
JORENTE, M. J. V. et al. O design da informação como recurso para interfaces responsivas de ambientes digitais de informação. In: INFORMATION DESIGN INTERNATIONAL CONFERENCE, 9, 2019, Belo Horizonte. Proceedings [...] Belo Horizonte: SBDI, 2019. p. 1651-1657.
JORENTE, M. J. V; BATISTA, L. S. Conversações entre a rede social twitter e os arquivos permanentes: um estudo de curadoria digital. Informação & Informação, Londrina, v. 22, n. 1, p. 5-33, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.5433/1981-8920.2017v22n1p05. Acesso em: 12 nov. 2023.
KAHN, K.; JORENTE, M. J. V. O Papel do design da informação na curadoria digital do Museu da Pessoa. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 23-39, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2178-2075.v7i2p23-39. Acesso em: 15 maio 2023.
LUVIZOTTO, C. K. Cidadania, ativismo e participação na internet: experiências brasileiras. Comunicação & Sociedade, Braga, v. 30, p. 297-312, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.17231/comsoc.30(2016).2499. Acesso em: 15 maio 2023.
MARTÍNEZ-ÁVILA, D.; LUVIZOTTO, C. K.; BRITO, J. F.; SILVA, R. C. Disseminação, compartilhamento e apropriação da informação no Youtube: uma análise do canal LGBTQ “PÕE NA RODA”. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 25, p. 1-18, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2020.e67718. Acesso em: 12 nov. 2021.
NORMAN, D. A. Design emocional: porque adoramos ou detestamos os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
NORMAN, D. A. O design do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.
O’REILLY, T. What is Web 2.0. Design patterns and business models for the next generation of software. O’Reilly Media, [s.l.], 30 Sept. 2005.
OLIVEIRA, J. A. D. B.; NAKANO, N.; JORENTE, M. J. V. Design thinking para inovação em ambientes informacionais. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 29, 2018, Londrina. Anais [...]. Londrina: UEL, 2018. p. 3923-3939.
OLIVEIRA, J. A. D. B.; JORENTE, M. J. V. Design da informação e ciência da informação: uma aproximação possível. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO,16., 2015, João Pessoa. Anais [...]. Rio de Janeiro: ENANCIB, 2015. p. 1-20.
PADUA, M. C.; SOUZA, M. R. F.; DIAS, G. A. Design de experiência cross-channel: uma reflexão das heurísticas para uma arquitetura da informação Pervasiva. In: INTERACTION SOUTH AMERICA, 13., 2013, Recife. Anais [...]. Recife: ISA, 2013. p. 1-12.
PIMENTA, R. M. As rugosidades do ciberespaço: um contributo teórico aos estudos dos web espaços informacionais. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 26, n. 2, p. 77-90, 2016.
PRIDE HISTORY GROUP SYDNEY. Sydney, 2023. Disponível em: https://www.pridehistory.org.au/. Acesso em: 10 nov. 2023.
REDIG, J. Não há cidadania sem informação, nem informação sem design. InfoDesign, São Paulo, v.1, n. 1, p. 58-66, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.51358/id.v1i1.4. Acesso em: 5 jan. 2022.
ROAM, D. Desenhando negócios: como desenvolver ideias com o pensamento visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
SÁEZ VACAS, F. Vida y sociedad en el nuevo entorno tecnosocial. In: FUMERO, A.; ROCA, G. Web 2.0. Espanã: Fundación Orange, 2007. p. 96-122.
SANTAELLA, L. As linguagens como antídotos ao midiacentrismo. MATRIZes, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 75-97, 2007. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=143017362005. Acesso em: 11 nov. 2023.
SANTANA, S. R. et al. A rede epistêmica da informação gênero-sexualidade na Ciência da Informação. Informação em Pauta, Fortaleza, v. 6, p. 1-21, 2021.
SANTANA, S. R. et al. Informação gênero-sexualidade: um estudo teórico, prático e epistêmico no âmbito das políticas de indexação. Folha de rosto: Revista de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Manaus, v. 6, n. 3, p. 78-96, 2020.
SANTOS, R. N. M. D.; FREIRE, I. M. Regime de informação das políticas públicas estaduais para a população LGBTI+ no Brasil. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia, João Pessoa, v. 13, n. 2, p. 398-408, 2018.
SANTOS, R. N. R.; TARGINO, M. G.; FREIRE, I. M. A temática diversidade sexual na Ciência da Informação: a perspectiva da responsabilidade social. Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 114-135, 2017.
VIEIRA, M. C.; LUZ, M. H. C. Rita von Hunty e o canal Tempero Drag: infotenimento, representatividade e mobilização. Aturá: Revista Pan-Amazônica de Comunicação, Palmas, v. 4, n. 1, p. 162-181, 2020.
VOLPATO, A. N.; LUVIZOTTO, C. K.; VERSUTI, C. D. Visibilidade como estratégia, estratégias de visibilidade: movimentos sociais contemporâneos na internet. Revista ECO-Pós, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 352-383, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.29146/eco-pos.v22i1.15992. Acesso em: 14 nov. 2023.
WHALEN, J. The Six Minds of UX Design. In: LYONNAIS, S. (ed.). Adobe/ UX/UI Design. [S. l.: s. n.], 2016.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Simão Marcos Apocalypse, Maria José Vicentini Jorente

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.