Loucura e Militância: história de vida resistente na luta antimanicomial
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-152X.75938Palavras-chave:
luta antimanicomial, militância, resistência, políticaResumo
Este trabalho, oriundo de pesquisa de mestrado, objetiva analisar o modo de funcionamento dos movimentos da luta antimanicomial, a partir de entrevistas realizadas com usuários dos serviços de saúde mental da região metropolitana da Grande Vitória, os quais possuíam histórico de atuação nos espaços de militância. Através de uma prática cartográfica as entrevistas foram realizadas buscando constituir uma relação na qual as experiências fossem contadas e também produzidas naquele espaço aberto à transformação. Assim, ao apresentarmos aqui uma das histórias de vida que compuseram esta investigação, norteados pelos conceitos filosóficos de Deleuze e Guattari, percebemos que a participação militante constitui territórios com possibilidades de resistências, linhas de fuga e transformações na vida dos usuários, caso não sejam sufocadas pela lógica instituída de militância, que apenas reconhece um estilo de atuação política. A pesquisa aponta para uma ética militante antimanicomial capaz de dar passagem a modos singulares de atuar politicamente.Downloads
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