RACISMO INSTITUCIONAL E INTEGRALIDADE DO CUIDADO

INTERSECCIONALIDADES NA GESTAÇÃO E PARTO DE MULHERES RESIDENTES EM PERIFERIA URBANA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.54909/sp.v6i2.128272

Palabras clave:

Gestantes, Integralidade em saúde, Racismo

Resumen

O racismo institucional é o resultado do funcionamento das instituições que passam a atuar em uma dinâmica que confere ainda que indiretamente, desvantagens, privilégios com base na raça. A integralidade em saúde compõe uma categoria de análise dos estudos em saúde coletiva e descreve platôs crescentes de qualidade e acesso. Embora toda gestante tenha direito ao acesso e ao atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério e tenha havido melhoras na atenção ao pré-natal, diferentes fontes de informação demonstram que as mulheres negras continuam sendo as mais afetadas em relação ao acesso aos serviços de saúde. O objetivo desse estudo é analisar a influência da interseccionalidade dos marcadores sociais raça, cor, classe social, escolaridade no cuidado integral da gestante em atendimento no pré-natal a partir dos depoimentos das mulheres. A pesquisa foi realizada em dois bairros da cidade de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (RS), a partir de relatos de mulheres em atendimento. A produção de dados foi realizada utilizando-se a entrevista semiestruturada, questionário sociodemográfico e caderno de campo. Para esse artigo foram selecionados os relatos de duas mulheres negras. Os dados foram analisados pela análise temática, com a construção de categorias teóricas e empíricas. As gestantes negras relataram sofrer racismo e violência obstétrica e medo em não poder ter acompanhante no parto devido à pandemia de COVID-19. Os depoimentos das mulheres encontram eco na literatura e demonstram uma face ainda mais perversa do racismo institucional: a produção de medo e vulnerabilidade mesmo nos atendimentos nos serviços públicos e privados de saúde, alertando o ensino da saúde para a produção de uma cultura que não tolere diferenças injustas no cuidado.

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Biografía del autor/a

Rose Mari Ferreira, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil

Alcindo Antônio Ferla, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutor em Educação. Professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Publicado

2023-01-15

Cómo citar

FERREIRA, R. M.; FERLA, A. A. RACISMO INSTITUCIONAL E INTEGRALIDADE DO CUIDADO: INTERSECCIONALIDADES NA GESTAÇÃO E PARTO DE MULHERES RESIDENTES EM PERIFERIA URBANA. Saberes Plurais Educação na Saúde, [S. l.], v. 6, n. 2, 2023. DOI: 10.54909/sp.v6i2.128272. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/saberesplurais/article/view/128272. Acesso em: 29 abr. 2025.

Número

Sección

Artículos originales