Necropolítica: Estado, Violência e Covid-19
Palavras-chave:
Necropolítica, Teoria Geral do Estado, Segurança pública, Covid -19.Resumo
O livro Necropolítica, de Achille Mbembe, apresenta o conceito de mesmo nome. O autor mostra como, dentro de uma visão foucaultiana, o Estado utiliza do seu biopoder para separar entre os grupos sociais que podem e não podem morrer e, consequentemente, promover a morte. Esta é a necropolítica: a política da morte, segundo Mbembe, a expressão máxima da soberania de um Estado. Esse conceito, por sua vez, vai pôr em xeque algumas definições da Teoria do Estado: a soberania de alguns Estados, expressa por meio da política da morte, já não se limita ao seu território; atinge outros países. Os Estados Unidos, por exemplo, através da guerra (um dos modos de exercer a necropolítica), escolhem quem pode morrer e matam, como acontece na sua intervenção militar na Síria. A soberania americana transborda suas fronteiras. O racismo, como aponta por Mbembe, é uma ferramenta desse biopoder: separar a população em raças e estabelecer uma como inferior, garante que a política de matar do Estado seja realizada. Os judeus foram um dos grupos escolhidos para serem exterminados no passado. Hoje, os pretos são os alvos: seja nos Estados Unidos ou no Brasil, a população afrodescendente é a mais atingida pela política genocida exercida pelos agentes de segurança do Estado, sob a justificativa de uma guerra contra as drogas. E a necropolítica foi ainda mais evidenciada durante a pandemia causada pelo novo Coronavírus (Covid-19): pretos são os que mais adoecem e mais morrem.
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