O Kasper está morto?
Domesticação e doutrinação do Kaspertheater durante o Nacional-Socialismo
Keywords:
Teatro, Antropologia, Estudos da Performance, HistóriaAbstract
O texto investiga as estratégias utilizadas na apropriação do Kaspertheater, forma popular de teatro de bonecos alemã, para fins de propaganda no Nacional-Socialismo. Especula-se que seu personagem característico, o Kasper, teria surgido no século XVIII, na Áustria, como derivação do Hanswurst, uma figura mais antiga. O Kasper foi adaptado para peças de ideologia nazista e, também neste contexto, bonequeiros profissionais e amadores se apresentaram nos fronts da Segunda Guerra Mundial. Esta análise está baseada em entrevistas, pesquisa em acervos e documentos históricos. Traz ainda, como contraponto, encenações contemporâneas do Kaspertheater, em especial, Kasper Unser, de Hans-Jochen Menzel.Downloads
References
ALCURE, Adriana Schneider. A Zona da Mata é rica de cana e brincadeira: uma etnografia do mamulengo. Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Programa de Pós- Graduação em Sociologia e Antropologia, UFRJ, 2007. Tese (Doutorado em Sociologia e Antropologia)
BENJAMIN, Walter. O autor como produtor. Conferência pronunciada no Instituto para o Estudo do Fascismo, em 27 de abril de 1934. IN: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. (120 - 136).
BOHLMEIR, Gerd. Figurentheater im Ideologiekonsens: Das Reichinstitut für Puppenspiel IN: KOLLAND, Dorothea und Puppentheater-Museum Berlin (Hrsg.). Front Puppen Theater: Puppenspieler im Kriegsgeschehen. Berlin: Elefanten Press, 1997. (121-131).
BURKE, Peter. A cultura popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
ELIAS, Norbert. Os Alemães. A luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
FLEURY, Raphaéle & SERMON, Julie. Marionnettes et Pouvoir: censures, propagandes, resistences. Montpellier: Deuxième Époque, 2019.
GROSSHANS, Henry. Hitler and the Artists. New York; London: Holmes & Meier, 1983.
KERSHAW, Ian. Hitler. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
KOLLAND, Dorothea und Puppentheater-Museum Berlin (Hrsg.). Frontpuppentheater: Puppenspieler im Kriegsgeschehen. Berlin: Elefanten Press, 1997.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a Dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. IN: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. (183-314).
MOSSE, George Lachmann (Ed.). Nazi Culture: Intellectual, Cultural and Social Life in the Third Reich. New York: Grosset & Dunlap Publishers, 1966.
NIVEN, William. The birth of Nazi drama?: Thing plays. IN: LONDON, John (Ed.). Theatre under the Nazis. Manchester: Manchester University Press, 2000. (54-95).
PLASSARD, Didier. Guignol va à la guerre. IN: Puck, n° 3, Charleville-Mézières, Institut International de la Marionnette, pp. 28-35, 1990.
PLASSARD, Didier. La marionnette, ça sert aussi à faire la guerre. L’image des combattants au prisme du théâtre de marionnettes pendant la Première guerre mondiale. Communication au colloque: Tommies, Poilus, Frontschweine - Représentations artistiques de soi et de l’autre dans la Grande Guerre. Université Paul Valéry – Montpellier 3, 16-17 novembre 2017. (mimeo).
Reichsinstitut für Puppenspiele (Hrsg.): Spiele und Köpfe für das Kaspertheater. Berlin [ca.1940].
SAFATLE, Vladimir. Sobre um riso que não reconcilia: Notas a respeito da ‘ideologia da ironização’. IN: A Parte Rei: Revista de Filosofia. Número 55, pp. 1-13, enero de 2008. Acesso em 26 de julho de 2021:http://serbal.pntic.mec.es/~cmunoz11/safatle55.pdf
TECHNAU, Silke. Zu Besuch in der Kasperbude. Streifzüge über den Jahrmarkt ins Figurentheater. Frankfurt/Main: Puppen&Masken, 1992.
TECHNAU, Silke. To Wihnachten sinn wi wedder dohus. Puppentheater im Kriegsgefangenenlager Aliceville/Alabama. IN: KOLLAND, Dorothea (Hrsg.). Frontpuppentheater. Puppenspieler im Kriegsgeschehen. Puppentheater-Museum Berlin. Berlin: Elefanten-Press, 1997. (142-151).
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Readers are free to transfer, print out and use the articles published in the Journal, as long as there is always explicit mention to the author(s) and to the Revista Brasileira de Estudos da Presença and as long as there is no alteration of the original work. Any other use of the texts needs to be approved by the author(s) and by the Journal. By submitting an article to the Revista Brasileira de Estudos da Presença and having it approved, the authors agree to assign, without compensation, the following rights to the Journal: the rights of first publication and the rights to redistribute the article and its metadata to the indexing and reference services that the editors deem appropriate.
This journal use a Licença de Atribuição Creative Commons.