De onde vem a informação que circula em grupos bolsonaristas no WhatsApp
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202253.123603Palavras-chave:
fontes de informação, WhatsApp, Youtube, bolsonarismoResumo
O presente artigo tem por objetivo compreender os caminhos informativos acionados em grupos bolsonaristas no WhatsApp em dois níveis. Primeiro, caracterizamos as fontes de informação mobilizadas e o que a priorização de determinados atores informativos pode significar no debate político. Em seguida, realizamos uma análise específica do YouTube como fonte informativa. Nossos resultados apontam um papel minoritário das mídias tradicionais como fontes de informação acionadas. Além disso, identificamos um papel central dos chamados influencers, o que parece apontar para uma valorização de mediações menos institucionalizadas e mais pessoais da informação. Já a análise da interação entre Youtube e WhatsApp revelou que os links do YouTube mais compartilhados em grupos bolsonaristas tendem a: (1) ter um maior número de likes; (2) ser compartilhados no WhatsApp tão logo publicados no YouTube; e (3) ser tirados do ar (seja pelos próprios usuários ou pelas plataformas) algum tempo depois de publicados.
Downloads
Referências
BASTOS, Marco; MERCEA, Dan. The Brexit botnet and user-generated hyperpartisan news. Social science computer review, Thousand Oaks, v. 37, n. 1, p. 38-54, 2019.
BASTOS, Marco; WALKER, Shawn; SIMEONE, Michael. The IMPED model: detecting low-quality information in social media. American Behavioral Scientist, Thousand Oaks, v. 65, n. 6, p. 864-883, jan. 2021.
CHADWICK, Andrew. The hybrid media system: politics and power. Oxford: Oxford University Press, 2013.
CHAGAS, Viktor; MODESTO, Michelle; MAGALHÃES, Dandara. O Brasil vai virar Venezuela: medo, memes e enquadramentos emocionais no WhatsApp pró-Bolsonaro. Esferas, Brasília, n. 14, p. 1-17, 2019.
CHAGAS, Viktor. WhatsApp and digital astroturfing: a social network analysis of brazilian political discussion groups of Bolsonaro’s supporters. International Journal of Communication, Los Angeles, v. 16, [S. n.], p. 2431-2455, 2022.
HANSON, Gary; HARIDAKIS, Paul. YouTube users watching and sharing the news: a uses and gratifications approach. Journal of Electronic Publishing, Michigan, v. 11, n. 3, p. 1-12, 2008.
ISAAC, Mike; ROOSE, Kevin. Disinformation spreads on WhatsApp ahead of brazilian election. The New York Times, New York, oct. 19, 2018.
JAKOB, Julia. Supporting digital discourse? The deliberative function of links on Twitter. New Media & Society, London, v. 24, n. 5, p. 1196-1215, nov. 2020.
LEWIS, Rebecca. Alternative influence: broadcasting the reactionary right on YouTube. Data & Society, New York, sept. 18, 2018.
LEWIS, Rebecca. “This Is What the News Won’t Show You”: YouTube creators and the reactionary politics of micro-celebrity. Television & New Media, Thousand Oaks, v. 21, n. 2, p. 201-217, oct. 2019.
MONT’ALVERNE, Camila; MITOZO, Isabele. Muito além da mamadeira erótica: as notícias compartilhadas nas redes de apoio a presidenciáveis em grupos de WhatsApp, nas eleições brasileiras de 2018. In: COMPOLÍTICA, 8., 2019, Brasília. Anais [...]. Brasília: Faculdade de Comunicação, 2019. p. 1-25.
MONT'ALVERNE, Camila; MITOZO, Isabele; BARBOSA, Henrique. WhatsApp e eleições: quais as características das informações disseminadas. Le Monde Diplomatique Brasil, São Paulo, 7 mai. 2019.
PIAIA, Victor; ALVES, Marcelo. Abrindo a caixa preta: análise exploratória da rede bolsonarista no WhatsApp. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 43, n. 3, p. 135-154, 2020.
RECUERO, Raquel; SOARES, Felipe; GAGO, Gabriela. Polarization, hyperpartisanship and echo chambers: how the disinformation about COVID-19 circulates on Twitter. SciELO Preprints, São Paulo, p. 1-18, ago. 2020.
RESENDE, Gustavo et al. (Mis)Information dissemination in WhatsApp: gathering, analyzing and countermeasures. In: INTERNATIONAL WORLD WIDE WEB CONFERENCE COMMITTEE, 28., 2019, San Francisco. Anais [...]. San Francisco: ACM Press, 2019. p. 1-11
RUEDIGER, Marco Aurelio (coord.). (Pseudo)ciência e esfera pública: reivindicações científicas sobre Covid-19 no Twitter. Rio de Janeiro: FGV DAPP, 2021.
SANTOS, João Guilherme Bastos dos; et al.. WhatsApp, política mobile e desinformação: a hidra nas eleições presidenciais de 2018. Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo, v. 41, n. 2, p. 307-334, 2019.
SANTOS, Nina. Fontes de informação nas redes pró e contra o discurso de Bolsonaro sobre o Coronavírus. E-Compós, Brasília, v. 24, p. 1-19, jan./dez. 2021.
SENADO FEDERAL. Pesquisa DataSenado: Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade de Dados na Internet. DataSenado: Brasília, nov. 2019.
TAUB, Amanda; FISHER, Max. How YouTube misinformation resolved a WhatsApp mystery in Brazil. The New York Times, New York, aug. 15, 2019.
TSANG, Stephanie Jean. Issue stance and perceived journalistic motives explain divergent audience perceptions of fake news. Journalism, Thousand Oaks, v. 23, n. 4, p. 823-840, 2020.
VAN AELST, Peter; et al.. Political communication in a high-choice media environment: a challenge for democracy? Annals of the International Communication Association, Cape Town, v. 41, n. 1, p. 3-27, 2017.
VASCONCELOS, Marisa; et al. Analyzing YouTube videos shared on Whatsapp in the early COVID-19 crisis. Education, Oxfordshire, v. 6, n. 1, p. 25-28, 2020.
VERMEER, Susan; et al. Online news user journeys: the role of social media, news websites, and topics. Digital Journalism, Oxfordshire, v. 8, n. 9, p. 1114-1141, 2020.
WARDLE, Claire. Information disorder: toward an interdisciplinary framework for research and policymaking. Council of Europe: Strasbourg Cedex, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Nina Santos, Viktor Chagas, Juliana Marinho

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados neste periódico pertencem aos autores, e os direitos da primeira publicação são garantidos à revista. Por serem publicados em uma revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais.
A revista utiliza a Licença de Atribuição Creative Commons (CC BY-NC 4.0), que permite o compartilhamento de trabalhos com reconhecimento de autoria.
Auto-arquivamento (política de repositórios): autores têm permissão para depositar todas as versões de seus trabalhos em repositórios institucionais ou temáticos, sem embargo. Solicita-se, sempre que possível, que a referência bibliográfica completa da versão publicada na Intexto (incluindo o link DOI) seja adicionada ao texto arquivado.
A Intexto não cobra qualquer taxa de processamento de artigos (article processing charge).