Artes do povo Xakriabá e a escola monoepistêmica: desafios metodológicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2357-9854.103618

Palavras-chave:

Artes indígenas. Educação diferenciada. Ensino de arte. Cultura indígena. Xakriabá.

Resumo

Doze anos após a promulgação da Lei nº 11.645/2008, há evidências de que o ensino das histórias e culturas dos povos indígenas no Brasil não vem sendo realizado nas escolas. Surgem perguntas: como a escola pode solicitar, ao professor, o ensino de uma história e uma cultura que ele nunca aprendeu? Como ensinar uma cultura de bases epistemológicas desconhecidas para a escola de tradição monoepistêmica? A partir de um diálogo entre um professor do povo Xakriabá e um professor não indígena, este artigo toca em pontos fundamentais, como as concepções de arte, cultura e educação, entre os Xakriabá, e como esse povo ensina e aprende suas artes. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tales Bedeschi Faria, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais — IFMG, Santa Luzia/MG

Professor do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus Santa Luzia (2016-), atual coordenador do Curso Técnico Subsequente em Paisagismo. Doutor em Artes e Experiência Interartes na Educação, investigando processos de ensino/aprendizagem das artes indígenas na escola monoepistêmica. Mestre em Arte e Tecnologia da Imagem (2013), ambas formações na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Artista visual.

Vanginei Leite Silva, Universidade Federal de Minas Gerais — UFMG, Belo Horizonte/MG

Mestrando da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG), na linha Artes e Experiências Interartes na Educação. Graduação pela Formação Intercultural para Educadores Indígenas em Múltiplas linguagens, na Faculdade de Educação (FaE/UFMG). Artista ceramista do povo Xakriabá, professor de arte e cultura Xakriabá na Escola Estadual Indígena Xukurank, na Aldeia Barreiro Preto, Terra Indígena Xakriabá. Pesquisador indígena Xakriabá: realiza oficinas de retomada e fortalecimento do fazer cerâmico xakriabá junto às comunidades das aldeias.

Referências

BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos; COUTINHO, Rejane Galvão. Ensino de arte no Brasil: aspectos históricos e metodológicos. Curso de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP. Unesp/Rede São Paulo de Formação Docente – Redefor. Módulo I. Disciplina 02. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40427/3/2ed_art_m1d2.pdf. Acesso em: 13 jan. 2018.

BEDESCHI, Tales. Artes indígenas e a escola não indígena: a retomada da cultura entre os Pataxó e os Xakriabá. 2020. Tese (Doutorado em Artes) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/33902. Acesso em: set. 2020.

BRASIL. Lei nº 11.645/2008, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm. Acesso em: 23 set. 2019.

CARVALHO, José Jorge. Encontro de saberes e descolonização: para uma refundação étnica, racial e epistêmica das universidades brasileiras. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. (Orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 1. ed.; 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

CORRÊA XAKRIABÁ, Célia Nunes; O barro, o genipapo e o giz no fazer epistemológico de autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. 2018. 218 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais) — Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, 2019. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/34103 Acesso em: 19 out. 2019.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 57. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

LEITE, Nei. Manual de cerâmica Xakriabá. 1 ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2017.

LUCIANO, Gersem José dos Santos. Educação para manejo do mundo: entre a escola ideal e a escola real no Alto Rio Negro. Rio de Janeiro: Contra Capa; Laced, 2013.

LUCIANO, Gersem José dos Santos. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.

MELIÀ, Bartolomeu. Educação indígena na escola. Conferência ministrada no I Congresso Internacional de Educação Indígena. Dourados (MT), 23-27/3/1998. Uma versão anterior, “Ação pedagógica e alteridade: Por uma pedagogia da diferença”, foi apresentada na Conferência Ameríndia de Educação. Cuiabá, 17-21/11/1997.

PIMENTEL, Lucia Gouvêa. Abordagem Triangular e as narrativas de si: autobiografia e aprendizagem em Arte. Revista GEARTE, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 307-316, maio/ago. 2017. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/gearte/article/view/71493. Acesso em: 12 nov. 2018.

RICARDO, Fany Pantaleoni (Coord.). Povos indígenas no Brasil mirim. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2015.

SOUZA, Arissana Braz Bomfim. Arte indígena na escola. [Entrevista cedida a] Tales Bedeschi Faria. Revista Clea, Belo Horizonte, n. 6, p. 48-61, 2018. Disponível em: http://www.redclea.org/wp-content/uploads/2019/04/REVISTA-CLEA-N%C2%B0-6.-abril_DIAGRAMADA_-ok.pdf.

Fontes orais:

LEITE, Dalzira. [Entrevista cedida a] Tales Bedeschi na Aldeia Barreiro Preto, Terra Indígena Xakriabá, São João das Missões, MG, 2019.

LEITE, Nei. Religiosidades de matriz africana e indígena e paz religiosa. Belo Horizonte, 2018. Palestra ministrada no evento Aldeia Kilombo no Século XXI em 29 set. 2018.

Downloads

Publicado

2020-11-23

Como Citar

FARIA, T. B.; SILVA, V. L. Artes do povo Xakriabá e a escola monoepistêmica: desafios metodológicos. Revista GEARTE, [S. l.], v. 7, n. 3, 2020. DOI: 10.22456/2357-9854.103618. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/gearte/article/view/103618. Acesso em: 29 abr. 2025.

Edição

Seção

Ensino de Artes Visuais e Artesania: experiências e confluências metodológicas