O devir da performance #1

Autores

  • Mário Azevedo Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo – ESMAE / Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade – i2ADS, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-1978-3845
  • Bruno Pereira Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo – ESMAE / Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade – i2ADS, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-2510-6226

DOI:

https://doi.org/10.22456/2357-9854.144365

Palavras-chave:

Devir, Performance, Voz, Som, Tempo

Resumo

Eis uma experimentação performativa/conferência destinada a questionar limites, quer o território magistral da conferência, quer o habitus expressivo já instituído em torno da performance. Nem uma coisa, nem outra, portanto. Apenas um evento sonoro conferencial. E, por isso, uma irreverência que aparece mais como um desafio que colocamos a nós próprios em sermos capazes de indeterminar os horizontes do nosso trabalho e de como nos poderemos afastar daqueles dispositivos disciplinadores que nos vão aconselhando a confiarmos apenas no que pode ser reproduzido ad eternum. Um desmame sonoro. Eis a nossa dificuldade necessária: a de sermos capazes de uma certa cortesia com o Mundo, em jeito de evento conferencial e performativo – lugar incerto e acontecimental para uma vivência mais íntima entre conceito, sentido, som, forma e pensamento – e que ponha em marcha um diálogo vital com ele e com uma comunidade que está a chegar, mas ainda não apareceu.

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Biografia do Autor

Mário Azevedo, Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo – ESMAE / Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade – i2ADS, Porto, Portugal

Diplomado pelo Stichting Orffwerkgroep de Delft (Holanda). Foi professor na ESE de Paula Frassinetti entre 1984 e 1996. É professor adjunto na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto (ESMAE-IPP) desde 1996. Co-fundador da Orquestra e do Instituto Orff do Porto. Doutor em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) é investigador integrado no Instituto de investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS) onde desenvolve um trabalho de atenção profunda sobre a escuta humana, a migração sonora, Educação Artística, Estética e Filosofia. Os elementos do seu enfoque de trabalho - o silêncio, o mundo e a natalidade, o ouvido-reificado e o ouvido-em-trânsito, o aberto e a indeterminação – evidenciam rupturas de sentido na contemporaneidade. Fazendo da sua família o seu locus amoenus, toca alaúde às escondidas e gosta particularmente de Hildegarda de Bingen e Josquin Desprez, Hans Memling e Thomas Hirschhorn, Gustav Mahler e John Cage, de Steve Reich e Toumani Diabaté, de Vergílio Ferreira e Paul Celan, de orquídeas e de vinhas velhas.

Bruno Pereira, Instituto Politécnico do Porto, Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo – ESMAE / Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade – i2ADS, Porto, Portugal

Licenciado em Canto pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Politécnico do Porto (ESMAE) integrou o Vlaamse Opera Studio (Bélgica), na temporada de 2009/2010, e o Estúdio de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos, na temporada de 2011. Cantou sob a direção de maestros como N. Bareza, J.L. Borges Coelho, M. Tardue, P. Herreweghe, Y. Nézet-Séguin, F. Rathé, I. Maylemans e outros com agrupamentos como a Orquestra do Norte, Filarmonia das Beiras, Orquestra  do Algarve, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Grupo de Câmara do Porto, Spectra Ensemble, Clepsidra, Casco Phil, Collegium Vocale, hr Sinfonieorchester Frankfurt, Orquestra Sinfónica de Roterdão, Orchestre des Champs-Elysées, Arte mínima, entre outros. Depois de mais de uma década de intensa atividade no domínio da ópera e do canto lírico tem vindo a desenvolver uma atividade regular na área da performance contemporânea com a criação e apresentação de várias obras experimentais em colaborações com artistas como Girilal Baars, Dimitris Andrikopoulos, Horácio Tomé-Marques, Rui Penha, Rodrigo Malvar, António Aguiar, Telmo Marques, Oyvind Brandstegg, Mário Azevedo, Fernando José Pereira, Helena Marinho, Luis Bittencourt, Gustavo Costa entre outros. Nestes diversos contextos, que caracterizam o seu percurso, apresentou-se em Portugal, Alemanha, Espanha, França, Bélgica, Holanda, República Checa, Eslovénia, Rússia, Brasil, Bósnia, Argentina e Turquia. Possui doutorado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto é investigador integrado no Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS) onde investiga em torno da voz enquanto dispositivo de interação estética nas práticas performativas contemporâneas. É docente na ESMAE-IPP.

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Publicado

2024-12-02

Como Citar

AZEVEDO, M.; PEREIRA, B. O devir da performance #1. Revista GEARTE, [S. l.], v. 11, 2024. DOI: 10.22456/2357-9854.144365. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/gearte/article/view/144365. Acesso em: 16 abr. 2025.

Edição

Seção

Ensaio Sonoro