Bookshelf tour
categorização do conhecimento a partir do discurso coletivo dos booktubers
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245252.13-38Palavras-chave:
Booktubers. Colecionismo bibliográfico. Memória coletiva. Folksonomia. Organização do conhecimento.Resumo
Existem diversas formas de se organizar o conhecimento e isso torna viável e necessário o estudo de instâncias populares de organização do conhecimento. Nesta pesquisa, o objeto de estudo é a comunidade booktube, que é composta por pessoas que dividem suas experiências literárias através de vídeos disponibilizados na plataforma YouTube. As análises dos vídeos permitiram classificar determinados booktubers como colecionadores de livros. Entende-se que o colecionismo bibliográfico ocorre em instância particular, é motivado por razões subjetivas e a organização desses acervos segue ordens próprias de cada colecionador, sendo assim, questiona-se: é possível aplicar a concepção de folksonomia para identificar as categorias de organização do conhecimento da comunidade booktube? O método é composto por duas etapas: a primeira, consiste na construção do aporte teórico, que buscou a definição conceitual dos assuntos relevantes para análise e interpretação dos dados. A partir disso, parte-se para a segunda etapa, que consiste no uso do Discurso do Sujeito Coletivo para extração dos termos utilizados pela comunidade em questão. Como resultado, percebeu-se a presença de categorias de organizações, a possibilidade do uso do Discurso do Sujeito Coletivo para categorização da linguagem natural e a memória coletiva implícita nesse sistema. Por fim, percebe-se a possibilidade de se utilizar a concepção de folksonomia para identificar modos de organização no colecionismo, os prós e os contras da linguagem natural em uma estrutura conceitual e a possibilidade de se interpretar a folksonomia em outros ambientes além da atual abordagem de processo ou produto de tagueamento na web 2.0.Downloads
Referências
BALVERDU, Andressa Machado. Comunidade booktube como alternativa de incentivo à leitura. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) - Universidade Federal de Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.
BARROS, Léa Maria de Souza. A folksonomia como prática de classificação colaborativa para a recuperação da informação. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Instituto brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
BARITÉ, M. Organización del conocimiento: un nuevo marco teórico-conceptual en Bibliotecología y Documentación. In: CARRARA, K. (Org.). Educação, universidade e pesquisa. Marília: Unesp Marília 2001. p. 35-60.
BARTLETT, Allison Hoover. O homem que amava muito os livros: a história real de um ladrão bibliófilo, um detetive e os bastidores do universo dos colecionadores literários. São Paulo: Seoman, 2013.
BENJAMIN, Walter. Desempacotando minha biblioteca: um discurso sobre o colecionador. In: BENJAMIN, Walter. Rua de mão única: obras escolhidas. São Paulo: Brasileiense,1987. v. 2.
BLISS, Henry. Organization of knowledge in libraries and the subject-approach to books. New York: Wilson, 1933.
CATARINO, Maria Elizabete; BAPTISTA, Ana Alice. Folksonomia: um novo conceito para a organização dos recursos digitais na web. DataGramaZero, Rio de Janeiro v. 8, n. 3, p. A04-0, 2007.
CHICLETE VIOLETA. Produtora: Victória. Online disponibilizado no YouTube. Color.
FORMANEK, Ruth. Why they collect: collectors reveal their motivations. In: PEARCE, Susan (Org.). Interpreting objects and collections. New York: Routledge, 2005. cap. 38, p. 327-335.
GOMES, Hagar Espanha. Tendências da pesquisa em organização do conhecimento. Pesquisa brasileira em Ciência da Informação, Brasília, v.2, n.1, p. 60-88, jan./dez. 2009.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2003
JEFFMAN, Tauna Mariana Weinberg. Literatura compartilhada: uma análise da cultura participativa, consumo e conexões nos booktubers. Revista Brasileira de História da Mídia, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 99-108, jul. 2015.
KOBASHI, Nair Yumiko; FRANCELIN, Marivalde Moacir. Conceitos, categorias e organização do conhecimento. Informação & Informação, Londrina, v. 16, n. 2, p. 1-24, jan./jun. 2011.
LEFEVRE, Fernando; LEFEVRE, Ana Maria Cavalcanti. Discurso do sujeito coletivo: representações sociais e intervenções comunicativas. Texto Contexto, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 502-507, abr./jun. 2014.
LEFEVRE, Fernando; LEFEVRE, Ana Maria Cavalcanti; MARQUES, Maria Cristina da Costa. Discurso do sujeito coletivo, complexidade e auto-organização. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 1193-1204, 2009.
LER ANTES DE MORRER. Produtora: Isabella Lubrano. 2015. Online disponibilizado no YouTube. Color.
MOURA, Maria Aparecida. Informação, ferramentas ontológicas e redes sociais ad hoc: a interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 19, n. 1, p. 59-73, 2009.
MURGUIA, Eduardo Ismael. O colecionismo bibliográfico: uma reflexão sobre o livro para além da informação. Encontros Bibli, Florianópolis, n. esp, p. 87-104, 2009.
NORA, Pierre. Entre memória e história: o problema dos lugares. Revista do programa de Pós-graduados e do departamento de história da PUC-USP, São Paulo, v. 10, p. 7-28, 1993.
NUVEM LITERÁRIA. Produtora: Ju Cirqueira. 2016. Online disponibilizado no YouTube. Color.
PAIVA, Sthéfani; SOUZA, Adriana Maria de. Booktube como instrumento de disseminação da informação para a geração digital. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, n. esp., p. 978-1003, 2017.
PAMELA GONÇALVES. Produtora: Pamela Gonçalves. 2016. Online disponibilizado no YouTube. Color.
SANTOS, Hercules Pimenta. Etiquetagem e folksonomia: o usuário e sua motivaçÃo para organizar e compartilhar informação na web 2.0. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 18, n. 2, 2013.
SANTOS, Admeire da Silva. A influência do colecionismo na representação da memória social: análise da coleção Amidicis Tocantins. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília, 2015.
TEIXEIRA, Cládia Souza; COSTA, Andressa Abrãao. Movimento booktubers: práticas emergentes de mediação de leitura. Texto Livro, Belo Horizonte, v. 9, n. 2, p. 13-31, jul./dez. 2016.
THE TINY LITTLE THINGS. Produtora: Tatiana Feltrin. 2013. Online disponibilizado no YouTube. Color.
WAL, Thomas Vander. Folksonomy coinage and definition. 2007. Disponível em: http://vanderwal.net/folksonomy.html. Acesso em: 12 dez. 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Admeire da Silva Santos Sundström, João Batista Ernesto de Moraes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.