A biblioteca universitária como mecanismo híbrido de geração de empreendimentos: possibilidades rumo à universidade empreendedora
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245263.437-462Palavras-chave:
Universidade empreendedora, Biblioteca universitária, Empreendedorismo acadêmico, Startup.Resumo
Este artigo discute potencialidades e dificuldades da biblioteca universitária como mecanismo híbrido de geração de empreendimentos, capaz de contribuir para a transição rumo à universidade empreendedora, entendida a partir de um modelo internacional. Tal discussão fundamenta-se na participação da Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos na primeira edição do Desafio UFSCar de Inovação e Empreendedorismo. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa e procedimento de pesquisa documental. Embora a atuação da Biblioteca Comunitária no Desafio UFSCar tenha sido restrita à cessão de espaço físico, a experiência evidenciou que, com adequações na infraestrutura e gestão, ela pode incorporar elementos do coworking e laboratório de prototipagem, viabilizando a colaboração entre potenciais empreendedores, o networking e a apropriação de ferramentas e técnicas para a proposição de novos negócios. Além disso, os bibliotecários podem capacitar os futuros empreendedores no uso de bases de dados técnicocientíficas, especialmente as de patentes, viabilizando a busca de anterioridade, processos de inteligência competitiva e mapeamento tecnológico, considerados elementares na elaboração de um plano de negócios. Por ser, geralmente, um local de ampla circulação, a biblioteca também pode ajudar a disseminar uma cultura de inovação e empreendedorismo na universidade, o que favorece sua própria valorização e de seus profissionais no campus. Por outro lado, para que tudo isso aconteça, devem ser superadas eventuais dificuldades como: escassez de recursos financeiros e humanos; elaboração de uma política de uso dos espaços da biblioteca e resistência dos profissionais à mudança de cultura e à adoção de novas práticas.
Downloads
Referências
ARANHA, J. A. S. Mecanismos de geração de empreendimentos inovadores: mudança na organização e na dinâmica dos ambientes e o surgimento de novos atores. Brasília: ANPROTEC, 2016.
AUDY, J. L. N. Entre a tradição e a renovação: os desafios da universidade empreendedora. In: MOROSINI, M. (org.). 2 ed. A universidade no Brasil: concepções e modelos. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2011.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BONTE, A. Was ist eine Bibliothek? Physische Bibliotheken im digitalen Zeitalter. ABI Technik, [s. l.], v. 35, n. 2, p. 95-104, 2015.
BRASIL. Decreto nº 9.283, de 7 de fevereiro de 2018. Regulamenta a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, a Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016, o art. 24, § 3º, e o art. 32, § 7º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, o art. 1º da Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990, e o art. 2º, caput, inciso I, alínea “g”, da Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990, e altera o Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, para estabelecer medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional. Diário Oficial da União. Brasília, 8 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016. Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação e altera a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, a Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, a Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990, a Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990, e a Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012, nos termos da Emenda Constitucional nº 85, de 26 de fevereiro de 2015. Diário Oficial da União. Brasília, 12 jan. 2016.
CLARK, B. Creating entrepreneurial universities: organizational pathways of transformation. Oxford: Pergamon-Elsevier, 1998.
CLARK, B. Sustaining change in universities: continuities in case studies and concepts. Tertiary Education and Management, [s. l.], v. 9, n. 2, p. 99-116, 2003.
DYSART, J.; JONES, R. Innovative services in libraries. Computers in Libraries, Medford, v. 31, n. 5, p. 14-15, 2011.
ETZKOWITZ, H. The norm of entrepreneurial science: cognitive effects of the new university-industry linkages. Research Policy, [s. l.], v. 27, n. 8, p. 823-833, 1998.
EYCHENNE, F.; NEVES, H. Fab Lab: a vanguarda da nova revolução industrial. São Paulo: Editorial Fab Lab Brasil, 2013.
FREEMAN, C. Schumpeter’s business cycles and techno-economic paradigms. In: DRECHSLER, W.; KATTEL, R.; REINERT, E. (org.). Techno-economic paradigms: essays in honour of Carlota Perez. London: Anthem, 2011.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HARRIS, M. Technology, innovation and post-bureaucracy: the case of the British Library. Journal of Organizational Change Management, [s. l.], v. 19, n. 1, p. 80-92, 2006.
HOPPENFELD, J.; MALAFI, E. Engaging with entrepreneurs in academic and public libraries. Reference Services Review, [s. l.], v. 43, n. 3, p. 379–399, 2015.
JANSEN, S. et al. How education, stimulation, and incubation encourage student entrepreneurship: observations from MIT, IIIT, and Utrecht University. The International Journal of Management Education, [s. l.], v. 13, n. 2, p. 170-181, 2015.
JANTZ, R. C. Innovation in academic libraries: an analysis of university librarians’ perspectives. Library & Information Science Research, [s. l.], v. 34, n. 1, p. 3-12, 2012.
KATSIRIKOU, A.; SEFERTZI, E. Innovation in the everyday life of libraries. Technovation, [s. l.], n. 20, v. 12, p. 705-709, 2000.
LASTRES, H. M. M.; FERRAZ, J. C. Economia da Informação, do Conhecimento e do Aprendizado. In: LASTRES, H. M. M.; ALBAGLI, S. (org.). Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.
MEDINA, P. F.; KRAWULSKI, E. Coworking como modalidade e espaço de trabalho: uma análise bibliométrica. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, [s. l.], v. 18, n. 2, p. 181, 31 dez. 2015.
MESQUITA, L. A. F. As práticas que sustentam o trabalho colaborativo em espaços de coworking e o papel das tecnologias de informação e comunicação: estudo de caso da Goma. 2016. Dissertação (Mestrado em Administação de Empresas) – Escola de Administração de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2016.
NELSON, R. R. Technology, institutions, and economic development. In: DRECHSLER, W.; KATTEL, R.; REINERT, E. (org.). Techno-economic paradigms: essays in honour of Carlota Perez. London: Anthem, 2011.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. The knowledge-based economy. Paris: OECD, 1996.
PINTO, S. L. U. et al. O movimento maker: enfoque nos fablabs brasileiros. Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, [s. l.] v. 3, n. 1, p. 38-56, 2018.
RESNICK, B. The Library of the Future Is Here. Citylab, 2014.
SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1997.
SCHOPFEL, J.; ROCHE, J.; HUBERT, G. Co-working and innovation: new concepts for academic libraries and learning centres. New Library World, [s. l.], v. 116, n. 1/2, p. 67-79, 2015.
YEH, S.T.; WALTER, Z. Determinants of service innovation in academic libraries through the lens of disruptive innovation. College and Research Libraries, [s. l.], v. 77, n. 6, p. 795-804, 2016.
ZANINELLI, T. B.; NOGUEIRA, C. A.; PERES, A. L. M. Bibliotecas universitárias: uma perspectiva teórica sobre inovação em serviços informacionais. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, [s. l.], v. 17, p. 1-20, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Maísa Maryelli Oliveira, Camila Cassiavilani Passos, Adriana Tahereh Pereira Spinola, Roniberto Morato Amaral, Roberto Ferrari Júnior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.