O produtivismo acadêmico na vida dos discentes de pós-graduação
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245251.133-158Palabras clave:
Produtivismo acadêmico. Pós-Graduação. Produção científica. Discentes.Resumen
O produtivismo acadêmico é um fenômeno caracterizado pela excessiva valorização da quantidade e pela escassa consideração da qualidade da produção acadêmica. O objetivo deste artigo é compreender a influência do produtivismo acadêmico na vida dos discentes de um curso de pós-graduação a partir de suas percepções. O estudo utilizou o método qualitativo fundamentado na entrevista em profundidade e na análise temática dos dados. Foram entrevistados dez discentes. Os discentes consideram o produtivismo acadêmico tanto positivo quanto negativo. Do ponto de vista positivo, argumentam que a cobrança por produzir contribui no processo de construção do conhecimento, e do lado negativo, que a pressão para publicar em quantidade exige intensa dedicação, gerando, em muitos casos, problemas psicológicos, emocionais e físicos.
Descargas
Citas
BARATA, R. C. B. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 13, n. 30, p. 13-40, 2016.
BARROS, M. A. O modelo brasileiro de governança acadêmica e seus efeitos na produtividade científica. 2014. Tese (Doutorado em História das Ciências) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.
BIANCHETTI, L. Os dilemas do coordenador de programa de pós-graduação: Entre o burocrático-administrativo e o acadêmico-pedagógico. In: BIANCHETTI, L; SGUISSARDI, V. Dilemas da pós-graduação em educação: gestão e avaliação. Campinas: Autores Associados, 2009.
BIANCHETTI, L.; VALLE, I. R. Produtivismo acadêmico e decorrências às condições de vida/trabalho de pesquisadores brasileiros e europeus. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 22, n. 82, p. 89-110, jan./mar., 2014.
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. História e missão. 2017. Disponível em: <https://www.capes.gov.br/historia-e-missao>. Acesso em: 3 nov. 2017.
BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Qualis. 2018. Disponível em: <https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/index.xhtml>. Acesso em: 3 nov. 2017.
BREMBS, B. Prestigious science journals struggle to reach even average reliability. Frontiers in Human Neuroscience, Lausana, v. 12, n. 37, p. 1-7, 2018.
CASTANHA, R. C. G.; GRÁCIO, M. C. C. Contribuição da análise multivariada para os indicadores de avaliação dos programas de pós-graduação: uma análise na área de matemática (2007-2009). Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 130-149, 2014.
CHAUÍ, M. A universidade pública sob nova perspectiva. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 24, p. 5-15, 2003.
DOMINGUES, E. Autoria em tempos de “produtivismo acadêmico”. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 18, n. 2, p. 195-198, 2013.
FONSECA, C. Avaliação dos programas de pós-graduação: do ponto de vista de um nativo. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 7, n. 16, p. 261-275, 2001.
FREITAS, L. G. (Org.). Prazer e sofrimento no trabalho docente: pesquisas brasileiras. Curitiba: Juruá Psicologia, 2013.
FREY, B. Publishing as prostitution?: choosing between one's own ideas and academic success. Public Choice, Logan, v.116, n.1-2, p. 205-206, 2003.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Código de boas práticas científicas. São Paulo: FAPESP, 2011.
GATTI, B. A. Reflexão sobre os desafios da pós-graduação: novas perspectivas sociais, conhecimento e poder. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 18, p. 108-116, 2001.
GODOI, C.; XAVIER, W. O produtivismo e suas anomalias. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 456-465, 2012.
HILL, D. O neoliberalismo global, a resistência e a deformação da educação. Currículo sem Fronteiras, [S.l.], v. 3, n. 2, p. 24-59, 2003.
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário de Filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
KATZ, J. S.; MARTIN, B. R. What is research collaboration? Research Policy, Amsterdam, n. 26, p. 1-18, 1997.
KOSEOGLU, M. A. Growth and structure of authorship and co-authorship network in the strategic management realm: evidence from the Strategic Management Journal. Business Research Quarterly, Ankara, p.153-170, 2016.
KUNZ, E. Pós-graduação em Educação Física no Brasil: o fenômeno da hiperprodutividade e formação cultural. Revista Kinesis, Santa Maria, v. 30, n. 1, p. 1-13, 2012.
LEITE, F. C. L. Gestão do conhecimento científico no contexto acadêmico: proposta de um modelo conceitual. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
LUZ, M. T. Prometeu acorrentado: análise sociológica da ategoria produtividade e as condições atuais da vida acadêmica. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n.1, p. 39-57, 2005.
MACHADO, A. M. N. Políticas que impedem o que exigem: dimensões controvertidas na avaliação da pós-graduação brasileira. Universidade e Sociedade, Brasília, v. 39, p. 137-149, 2007.
MASLACH, C.; JACKSON, S. E. Maslach burnout inventory. Palo Alto: Consulting Psychologists Press, 1981.
MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC, 2007.
MINAYO, M. C. S. Trabalho de campo: contexto de observação, interação e descoberta. In: MINAYO, M. C. de S.; DESLANDES, S. F; GOMES, R. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
MOREIRA, A. F. A. A Cultura da performatividade e a avaliação da Pós-Graduação em Educação no Brasil. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 3, p. 23-42, 2009.
MOTA, I. D. et al. Síndrome de Burnout em estudantes universitários: um olhar sobre as investigações. Motrivivência, Florianópolis, v. 29, n. esp., p. 243-256, 2017.
MUELLER, S. P. M. Literatura científica, comunicação científica In: TOUTAIN, L. M. B. B. (Org.). Para entender a Ciência da Informação. Salvador: EDUFBA, 2007.
NASCIMENTO, L. F. Modelo Capes de avaliação: quais as consequências para o triênio 2010-2012? Administração: ensino e pesquisa, Rio de Janeiro, v. 4, n. 11, p. 579-600, 2010.
PATRUS, R.; DANTAS, D. C.; SHIGAKI, H. B. O produtivismo acadêmico e seus impactos na pós-graduação stricto sensu: uma ameaça à solidariedade entre pares? Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, jan./mar. 2015.
RICCI, R. A peculiar Produção Intelectual do Brasil recente. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, v. 9, n. 100, p. 16-22, 2009.
SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
SGUISSARDI, V. Produtivismo acadêmico. In: Oliveira, D. A.; Duarte, A.; Vieira, L. (Org.). Dicionário de trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: Faculdade de Educação UFMG, 2010.
SGUISSARDI, V.; SILVA JUNIOR, J. R. Trabalho intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico. São Paulo: Xamã, 2009.
SHELTON, B. A.; AGGER, B. Academic time and motion in an age of accountability: The degradation of intellectual life. The New York Journal of Sociology, New York, v. 3, n. 1, 2010.
SILVA, J. V. P.; SILVA, L. L.; MOREIRA, W. W. Produtivismo na pós-graduação. Nada é tão ruim, que não possa piorar. É chegada a vez dos orientandos! Movimento, Porto Alegre, v. 20, n. 4, p. 1423-1445, out./dez. 2014.
SILVA JUNIOR, J. R. Pragmatismo e populismo na educação superior nos governos FHC e Lula. São Paulo: Xamã, 2005.
TARGINO, M. G. Comunicação científica: uma revisão de seus elementos básicos. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 10, n. 2, p. 37-85, 2000.
TAYLOR, S. J.; BOGDAN, R. Introduction to qualitative research methods. 3. ed. New York: John Wiley & Sons, 1998.
TREIN, E.; RODRIGUES, J. O mal-estar na academia: produtivismo científico, o fetichismo do conhecimento mercadoria. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v. 16, n. 48, p. 769-819, 2010.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Área de concentração. 2017. Disponível em: <http://pgcin.paginas.ufsc.br/area-de-concentracao/>. Acesso em: 3 nov. 2017.
ZANDONÁ, C.; CABRAL, F. B.; SULZBACH, C. C. Produtivismo acadêmico, prazer e sofrimento: um estudo bibliográfico. Perspectiva, Erechim. v. 38, n. 144, p. 121-130, dez. 2014.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Letícia Silvana dos Santos Estácio, Wemylinn Giovana Florencio Andrade, Vinícius Medina Kern, Cristiano Jose Castro de Almeida Cunha

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
Los autores mantienen los derechos autorales y ceden a la Revista el derecho de la primera publicación, con el trabajo licenciado bajo la Licencia Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que admite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoria.
Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales en forma separada, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta Revista, como para publicar en repositorio institucional, con reconocimiento de autoria y publicación inicial en esta Revista.
Los artículos son de acceso abierto y gratuitos. Según la licencia, usted debe dar crédito de manera adecuada, brindar un enlace a la licencia, e indicar si se han realizado cambios. No puede aplicar términos legales ni medidas tecnológicas que restrinjan legalmente a otras a hacer cualquier uso permitido por la licencia.