Apropriação da informação: o processo de construção do conhecimento de catadores de materiais recicláveis
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245233.106-129Palavras-chave:
Comunicação. Construção do conhecimento. Apropriação da informação. Incubação social. Catadores de materiais recicláveis.Resumo
Este artigo aborda o processo de construção do conhecimento de catadores de materiais recicláveis organizados em cooperativas e assessorados pelo projeto de incubação social da Universidade Federal de Goiás, a partir do tensionamento entre o conhecimento científico e o comum. No que concerne aos aspectos metodológicos, trata-se de pesquisa qualitativa e quanto aos objetivos caracteriza-se como descritiva – exploratória. Os dados foram coletados via observação participante. Dentre os principais resultados, destaca-se que a construção do conhecimento dos catadores inseridos no contexto de incubação social ocorre via interação significativa. Isto é, quando, por meio do diálogo e imerso em estratégias metodológicas criativas, o sujeito significa as informações, provocando mudanças em sua base simbólica de conhecimento. Essa transformação ocorre somente mediante processo comunicativo. Por meio da interação, o sujeito é problematizado ao exercer a análise crítica sobre sua realidade atual como catador. Assim, ele ressignifica sua identidade, desenvolve seu sentimento de pertença, estabelece os vínculos com o grupo que trabalha e se apropria das informações que são mediadas pela equipe gestora de incubação.
Downloads
Referências
BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
BOURDIEU, Pierre. Las formas del capital. Lima: Piedra Azul, 1999.
BOURDIEU, Pierre (Coord.). A miséria do mundo. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: FFLCH, 2007.
CULTI, Maria Nezilda. Conhecimento e práxis: processo de incubação de empreendimentos econômicos solidários como processo educativo. Otra Economía: revista latinoamaericana de economía social y solidaria, São Leopoldo, v. 3, n. 5, p. 146-165, 2009. Disponível em: <http://revistas.unisinos.br/index.php/otraeconomia/article/view/1163>. Acesso em: 20 maio 2015.
DIEHL, Astor Antônio; TATIM, Denise Carvalho. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
ETZKOWITZ, Henry. Hélice tríplice: universidade-indústria-governo: inovação em movimento. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2013.
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. (Coleção Extensão Universitária, 1). Disponível em: <https://www.ufmg.br/proex/renex/images/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-de-Extensao.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2016.
FRANÇA, Vera Veiga; MARTINO, Luiz C.; HOHLFELDT, Antonio. Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 16. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 56. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
GADOTTI, Moacir. Economia solidária como práxis pedagógica. São Paulo: EDL, 2009.
GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: uma biobibliografia. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 1996.
GOMES, Suely Henrique de Aquino. Inovação tecnológica no sistema formal de comunicação científica: os periódicos eletrônicos nas atividades de pesquisa de acadêmicos de pós-graduação no Brasil. 1999. Tese (Doutorado) - Faculdade de Ciência da Informação, Universidade Federal de Brasília, 1999. Disponível em: <http://enancib.ibict.br/index.php/enancib/ivenancib/paper/viewFile/2701/1829>. Acesso em: 21 jan. 2017.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
KOURY, Mauro Guilherme Pinheiro. Identidade e pertença: disposições morais e disciplinares em um grupo de jovens. Etnográfica, Lisboa, v. 14, n. 1, p. 27-58, jan. 2010.
LIMA, Venício Artur de. Comunicação e cultura: as idéias de Paulo Freire. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
MORIN, Edgard. O método: 4: as idéias: a sua natureza, vida, habitat e organização. Porto Alegre: Europa-América, 1991.
PETERS, Gabriel. O social entre o céu e o inferno: a antropologia filosófica de Pierre Bourdieu. Tempo Social, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 229-262, jan. 2012. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/ts/article/view/48867/52942>. Acesso em: 15 abr. 2017.
SALOMONI, Salete Maria. Moradores do universo: afetos e significados da relação exclusão/inclusão social em programas de melhoramento urbano. 113f. 2009. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2009.
SAMPAIO, Juliana et al. Limites e potencialidades das rodas de conversa no cuidado em saúde: uma experiência com jovens no sertão pernambucano. Botucatu: Interface, 2014.
SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
SILVEIRA, Fialho. Emponderamento e a constituição de capital social entre a juventude. In: BAQUERO, Marcelo; CREMONESE, Dejalma. Capital social: teoria e prática. Ijuí: Unijuí, 2006. p. 251-275.
VALLE, Edênio. Conversão: da noção teórica ao instrumento de pesquisa. Revista Eletrônica de Estudos da Religião, São Paulo, n. 2, p. 51-73, 2002. Disponível em: <http://www.puc.br/rever/rv2_2002/t_valle.htm>. Acesso em: 6 jan. 2016.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 7-72.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Suely Henrique Gomes, Geisa Müller de Campos Ribeiro, Laura Vilela Rodrigues Rezende

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.