A vida como relato na era do fast-forward e do real time: algumas reflexões sobre o fenômeno dos blogs
Palavras-chave:
Memória, escritas de si, blogs, subjetividade, internetResumo
Em contraste com algumas formas modernas de atualizar a memória das próprias experiências vividas (do diário íntimo à psicanálise, do romance clássico às autobiografias românticas), este artigo examina o fenômeno dos weblogs, fotologs e videologs do tipo confessional; isto é, aqueles que expõem na Internet a intimidade de seus autores. Estas novas manifestações dos gêneros autobiográficos seriam uma tentativa atualíssima de “recuperar o tempo perdido” na vertigem do tempo real, do “sem tempo” e do presente constantemente “presentificado”, todos fatores que caracterizam a contemporaneidade. A peculiar inscrição cronológica desses novos “relatos do eu” denota uma certa reconfiguração das subjetividades, que se distanciam das modalidades tipicamente modernas de ser e estar no mundo. Assim como ocorre com a idéia de interioridade, também está sofrendo alterações o valor atribuído a outro fator primordial na constituição da identidade individual: o estatuto do passado como um alicerce fundamental do eu. Apesar de sua permanência como fatores ainda relevantes, essas duas noções que desempenharam papéis de primeira ordem na conformação das subjetividades modernas hoje parecem estar perdendo peso na definição do que cada um é, dando a luz a novos regimes de constituição do eu.
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