Museu da Vida e seus públicos: reflexões sobre a zona de influência e o papel social de um museu de ciência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19132/1808-5245263.276-297

Palavras-chave:

Estudo de público, Divulgação científica, Museu de ciência, Zona de influência, Museu da Vida.

Resumo

Este artigo retrata o processo de definição da zona de influência do Museu da Vida, ou seja, das áreas do município do Rio de Janeiro de onde a maioria dos seus visitantes provém e cuja população é a base para a amostragem da pesquisa. Como resultados, este artigo faz uma análise sociodemográfica desse público e apresenta algumas de suas características relevantes. Essa definição de zona de influência, dentro da cidade do Rio de Janeiro, uniu conceitos de território e o conhecimento acumulado da proveniência dos visitantes do Museu da Vida. Definiu-se essa zona como uma área contínua do município do Rio de Janeiro que abrange Zona Central, Grande Tijuca, Zona Norte e Grande Jacarepaguá. Nesta zona de influência, 1.296 pessoas responderam a um questionário autoaplicado, das quais 13% já haviam visitado o Museu da Vida. Em contraste com aqueles que nunca visitaram o Museu, o público que já o visitou é relativamente jovem, com uma discreta maioria de mulheres e com renda bem distribuída de acordo com a demografia local, porém com um grau de escolaridade maior que a média. Analisaram-se, também, hábitos culturais relacionados à busca de informação em ciência e tecnologia na infância; a percepção dos visitantes sobre a influência da visita ao museu; seu interesse, conhecimento e engajamento a respeito de temas de ciência e tecnologia e a forma como os visitantes lidam com notícias falsas em ciência. Essas análises permitem uma visão mais sistêmica da importância de um museu de ciência em uma região com baixíssima oferta de equipamentos de ciência e cultura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, A. M. O contexto do visitante na experiência museal: semelhanças e diferenças entre museus de ciência e de arte. História, Ciência, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 12, p. 31-53, 2005.

ARCHER, L. et al. “Science Capital”: a conceptual, methodological, and empirical argument for extending Bourdieusian notions of capital beyond the arts. Journal of Research in Science Teaching, Champaign, v. 52, n. 7, p. 922-948, 2015.

BOURDIEU, P. Forms of capital. In J. Richardson (Ed.), Handbook of theory and research for the sociology of education, New York: Greenwood, 1986, p. 241–258

CASTELFRANCHI, Y. Notícias falsas em ciência. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n. 350, p. 16-22, 2018.

DAWSON, E. “Not designed for us”: how science museums and science centers socially exclude low-income, minority ethnic groups. Science Education, [s.l.], v. 98, n. 6, p. 981-1113, 2014.

FALK, J. H.; DIERKING, L. D. The 95 percent solution: school is not where most Americans learn most of their science. American Scientist, Research Triangle Park, v. 48, n. 6, p. 486-493, 2010.

FALK, J. H.; DIERKING, L. D. The museum experience revisited. Walnut Creek: Left Coast Press, 2013.

FALK, J. H. et al. Correlating science center use with adult science literacy: an international, cross-institutional study. Science Education, [s.l.], v. 100, n. 5, p. 849-876, 2016.

FALK, J. H.; STORKSDIECK, M. Learning science from museums. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 12, p. 117-143, 2005.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Museu da Vida. Plano Museológico Museu da Vida 2017-2021. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2017.

HARVARD FAMILY RESEARCH PROJECT. Findings from HFRP’s study of predictors of participation in out-of-school time activities: fact sheet. Cambridge, Massachusetts: Harvard Graduate School of Education, 2007. Disponível em: https://archive.globalfrp.org/content/download/1072/48575/file/ findings_predictor_OSOSTfactshe.pdf. Acesso em: 22 maio 2019.

HEIN, G. Learning in the museum. Londres: Routledge, 1998.

HOOD, M. G. After 70 years of audience research, what have we learned? who comes to museum, who does not, and why? In: Benefield, A.; Bitgood, S.; Shettel, H.; Williams, R.; Thompson, D. (ed.). Visitors Studies, theory, research and practice. Collected Papers From The 1992 Visitor Studies Conference, Volume 5. Jacksonville: The Visitors Studies Association, 1993, p. 16-27.

JLEIVA CULTURA E ESPORTE. Seminário perfil cultural dos cariocas. [Rio de Janeiro], 2016. Disponível em: http://www.culturanorio.com.br. Acesso em: 17 jun. 2019.

LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

LEIVA, J.; MEIRELLES, R. Cultura nas capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte. Rio de Janeiro: 17Street Produção Editorial, 2018.

MANO, S. M. F. et al. O público do Museu da Vida (1999 a 2013). Rio de Janeiro: Museu da Vida, 2015.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Instituto Pereira Passos. Município do Rio de Janeiro: divisões administrativas setoriais. Rio de Janeiro: [s. n.], 2012. Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/ 5148142/4145881/ListadeBairroseAPs_Mapa.pdf. Acesso em: 25 jun. 2019.

SCHEINER, T. C. Repensando o museu integral: do conceito às práticas. Ciências Humanas, Belém, v. 7, n. 1, p. 15-30, 2012.

TRAUTMANN, C. et al. Reaching new audiences at science centers and museums. Informal Learning Review, Denver, n. 149, p. 13-19, 2018.

Downloads

Publicado

2020-09-16

Como Citar

BEVILAQUA, D. V.; GONZALEZ, A. C. de S.; MANO, S. M. F.; GUIMARÃES, V. F.; DE ALMEIDA, W. da S. Museu da Vida e seus públicos: reflexões sobre a zona de influência e o papel social de um museu de ciência. Em Questão, Porto Alegre, v. 26, n. 3, p. 276–297, 2020. DOI: 10.19132/1808-5245263.276-297. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/96801. Acesso em: 19 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigo

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)