David Neves: projetos de vida e autonomia do crítico-cineasta
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202048.194-211Palavras-chave:
David Neves. Cinema brasileiro. Cinema Novo. Crítica cinematográfica.Resumo
O objetivo deste estudo é considerar a partilha do projeto ideológico do cineasta David Neves em direção à autonomização dos elementos de seu projeto estético durante uma década, até o final dos anos 1960. Conforme a separação esclarecedora entre projeto estético e ideológico proposta por João Luiz Lafetá ao estudar o modernismo dos anos 1930, o caso do David Neves demonstra-se particular em relação ao Cinema Novo. No primeiro momento, a formação do crítico-cineasta e sua estreia nas letras apontam para a emergência de paradigmas estéticos próprios ou mimetizados de figuras admiradas. No segundo momento, há o eclipse destes aspectos em favor da batalha pelo Cinema Novo. Contudo, a estreia como diretor de longas-metragens retoma a sua distinção e promove o jovem ao quadro próprio da sua intervenção. O estudo das críticas e da posição intelectual de David Neves esclarecem a sua dupla contribuição no período. O fio da meada é desenrolado através de necrológio publicado como escrito de crítica cinematográfica deste que foi efetivamente um crítico-cineasta. A abordagem seleciona segmentos da vida do realizador através do destaque de biografemas e das suas relações com o movimento Cinema Novo.
Downloads
Referências
AUGUSTO, Sérgio. David Neves vê o cinema da mesa de um bar. Folha de S. Paulo, Caderno Ilustrada, São Paulo, p. 5-11, 18 nov. 1993.
CALIL, Carlos Augusto. O Jardim particular de David. In: NEVES, David Eulálio. Telégrafo visual: crítica amável de cinema. São Paulo: Editora 34, 2004. p. 9-24.
CANDIDO, Antonio et al. A Personagem de ficção. 10. ed. 1. reimp. São Paulo: Perspectiva, 2004.
CANDIDO, Antonio. O Homem dos avessos. In: Tese e antítese. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006. p. 111-130.
CARRILHO, Arnaldo. Morreu o Cinema Novo. In: NEVES, David Eulálio. Telégrafo visual: crítica amável de cinema. São Paulo: Editora 34, 2004. p. 346-347.
CARVALHO, Maria do Socorro Silva. A Nova onda baiana:inema na Bahia (1958-1962). Salvador: EDUFBA, 2002.
COSTA, Luciano Bedin. Biografema como estratégia biográfica: escrever uma vida com Nietzsche, Deleuze, Barthes e Henry Miller. 2010. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
GOMES, Paulo Emilio Salles. A Personagem cinematográfica. In: CANDIDO, Antonio et al. A Personagem de ficção. 10. ed. 1. reimp. São Paulo: Perspectiva, 2004a. p. 104-119.
GOMES, Paulo Emilio Salles. Autoconstrução do Cinema Novo. In: NEVES, David Eulálio. Telégrafo visual: crítica amável de cinema. São Paulo: Editora 34, 2004b. p. 217-218.
GOMES, Paulo Emilio Salles. Começo de conversa. Brasil, Urgente, São Paulo, n. 1, 5 abr. 1963.
GOMES, Paulo Emilio Salles. Roteiro p/ UNESCO. São Paulo: Cinemateca Brasileira (BR CB PE/PI. 0516). S. d.
LAFETÁ, João Luiz. 1930: a crítica e o modernismo. 2. ed. 1. reimp. São Paulo: Editora 34, 2001.
LORENZOTTI, Elizabeth. Suplemento literário: que falta ele faz! São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo, 2007.
NEVES, David Eulálio. Cartas do meu bar. São Paulo: Editora 34, 1993.
NEVES, David Eulálio. Cinema Novo no Brasil. Petrópolis: Editora Vozes, 1966.
NEVES, David Eulálio. Cinema-Novo rico, Cinema Novo-rico. Luz, Ação, Rio de Janeiro, n. 1, 1981.
NEVES, David Eulálio. David Neves (Entrevista). In: VIANY, Alex. O processo do cinema novo. Rio de Janeiro: Aeroplano, 1999. p. 271-282.
NEVES, David Eulálio. Morte de um silencioso eletricista. Filme Cultura, São Paulo, n. 43, p. 119, jan./abr. 1984.
NEVES, David Eulálio. O cinema de assunto e autor negros no Brasil. Cadernos Brasileiros: 80 anos de abolição, Rio de Janeiro, n. 47, p. 75-81, 1968.
NEVES, David Eulálio. Telégrafo visual: crítica amável de cinema. São Paulo: Editora 34, 2004.
PESSOA, Ana. David Neves - Muito prazer. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2004.
PINTO, Pedro Plaza. Paulo Emilio e a emergencia do Cinema Novo: débito, prudencia e desajuste no diálogo com Glauber Rocha e David Neves. 2008. Tese (Doutorado em Comunicação)-Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
PINTO, Pedro Plaza. Relações críticas no cinema moderno: David Neves e o “Guru eterno”. In: EGG, André; FREITAS, Artur; KAMINSKI, Rosane (orgs.). Arte e política no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2014. p. 119-136.
RAMOS, Nuno. Verifique se o mesmo. São Paulo: Todavia, 2019.
TAVARES, Zulmira Ribeiro. Biografismo em Paulo Emilio (simplicidade e ardil). In: CALIL, Carlos Augusto; MACHADO, Maria Teresa (orgs.). Paulo Emilio:um intelectual na linha de frente. São Paulo/Rio de Janeiro: Brasiliense/Embrafilme, 1986.
WEINHARDT, Marilene. O Suplemento Literário d’O Estado de São Paulo:1956-1967. 1982. Dissertação (Mestrado em Teoria Literária)-Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1982.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Pedro Plaza Pinto

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados neste periódico pertencem aos autores, e os direitos da primeira publicação são garantidos à revista. Por serem publicados em uma revista de acesso livre, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em atividades educacionais e não-comerciais.
A revista utiliza a Licença de Atribuição Creative Commons (CC BY-NC 4.0), que permite o compartilhamento de trabalhos com reconhecimento de autoria.
Auto-arquivamento (política de repositórios): autores têm permissão para depositar todas as versões de seus trabalhos em repositórios institucionais ou temáticos, sem embargo. Solicita-se, sempre que possível, que a referência bibliográfica completa da versão publicada na Intexto (incluindo o link DOI) seja adicionada ao texto arquivado.
A Intexto não cobra qualquer taxa de processamento de artigos (article processing charge).