Sob o signo de marte: modernização, ensino e ritos da instituição policial militar.

Autores

  • Comissão Editorial Sociologias Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Carlos Linhares de Albuquerque
  • Eduardo Paes Machado

Palavras-chave:

polícia, modernização, ensino, ritos institucionais

Resumo

Este artigo investiga, através da observação direta e entrevistas com 27 aspirantes, dentre um universo de 70 alunos, uma das atividades de formação de jovens oficiais da Academia da Polícia Militar da Bahia. Trata-se da Jornada de Instrução Militar (JIM), desenvolvida na selva, que constitui-se num momento de extraordinária repercussão para educandos e educadores. Através da mortificação do eu e da submissão, a equipe dirigente celebra a passagem do sujeito civil a sua nova condição de oficial da polícia militar. Os conteúdos vividos se opõem e complementam o novo programa de formação de oficiais porque: (1) a corporação se recusa a acreditar na capacidade formadora deste programa renovado; (2) o treinamento na selva preenche definições quanto ao uso da força que não foram especificadas pelos regulamentos e programas de ensino policiais; (3) a instrução se apresenta como um rito de pertencimento a uma polícia, cuja gestão do uso da força mantém características fortemente hierárquicas, centralizadas e autoritárias. O rito/treinamento da selva revela os impasses da assimilação do controle social democrático e a necessidade de debater o papel da cultura policial na transformação ou reprodução das organizações policiais.

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Biografia do Autor

Carlos Linhares de Albuquerque

Mestre em Ciências Sociais

Eduardo Paes Machado

Pós-Doutor em Saúde dos Ambientes de Trabalho.

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Como Citar

SOCIOLOGIAS, C. E.; DE ALBUQUERQUE, C. L.; MACHADO, E. P. Sob o signo de marte: modernização, ensino e ritos da instituição policial militar. Sociologias, [S. l.], v. 3, n. 5, 2008. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/5735. Acesso em: 18 abr. 2024.